sábado, 23 de maio de 2015

REPERCUSSÃO DO HISTÓRICO DIA 22 (5)

Ururau (aqui):

22/05/2015 19:15:03 - Postado  em 23/05/2015 00:35:07
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Depois de horas de manifestação, professores chegam a acordo e retornam na segunda

  Daniela Abreu
Depois de horas de protesto e negociação, Prefeitura e servidores da Educação de Campos chegaram a um acordo e a categoria votou, em decisão anunciada já às 22h, pelo fim da greve de ocupação e pelo retorno das aulas na segunda-feira (25/05), mas permanecerão em estado de greve até que as reivindicações sejam atendidas.
Ficou acordado que os servidores não sofrerão cortes nos pontos referentes aos dias parados. O governo também se comprometeu a contratar vigias patrimoniais para 30 unidades escolares; a apresentar a revisão do Plano de Cargos e Salários na próxima semana; a levar o calendário de reformas das escolas ao secretário de Obras,  Infraestrutura, Urbanismo.
Outra reivindicação da categoria, que será avaliada pela prefeitura, é quanto à escolha do material didático ser feita pelos servidores. O reajuste anual de 36% ficou para ser avaliado em 10 de setembro como já havia sido anunciado anteriormente. O item que não foi discutido nesta ocasião se refere ao Plano de Saúde. 
A MOBILIZAÇÃO
Em greve há cinco dias, professores municipais de Campos iniciaram o ato público, às 15h, desta sexta-feira (22/05), na Praça do Santíssimo Salvador, no Centro da cidade. Após o ato seguiram até a sede da prefeitura, o Centro Administrativo José Alves de Azevedo, inclusive com ocupação do pátio por cerca de 10 pessoas.
Os manifestantes exigiram a presença da prefeita Rosinha Garotinho afirmando que não queriam negociar com o secretário de Administração, Fábio Ribeiro e nem com o Secretário de Educação, Frederico Rangel.
Segundo informações da Guarda Civil Municipal, o grupo de manifestantes acampado entrou cedo na sede da prefeitura, dizendo que ia ao setor de Protocolo, e que quando os outros manifestantes chegaram, se dirigiram ao pátio e montaram a barraca de camping.
Os professores acampados estavam acompanhados da ex-vereadora e integrante do Sindicado Estadual dos Profissionais da Eduacação (Sepe), Odisséia Carvalho (PT).
Às 18h50, o comandante da Guarda Municipal, Wellington Levino conseguiu negociar com as integrantes da comissão que representa os professores e, que estavam acampadas, para que entrassem e negociassem com os secretários de Administração, Fábio Ribeiro, e de Educação, Frederico Rangel, e o vereador e líder do governo na Câmara Municipal, Mauro Silva (PTdoB), com quem dialogaram.
Quando as professoras entraram os guardas tentaram retirar as barracas que estavam no pátio, uma armada e outra desarmada. Com isso, manifestantes que estavam do lado de fora da prefeitura forçaram a entrada para impedir a retirada das barracas e uma grade foi quebrada. Houve empurra-empurra e algumas pessoas chegaram a cair, inclusive uma repórter do Site Ururau que estava apurando a matéria caiu e sofreu escoriações.
Um homem, identificado por participar de outros atos políticos, foi imobilizado pela Guarda Civil Municipal, suspeito de ter danificado a grade. Os manifestantes negaram que ele fizesse parte do movimento. A Guarda precisou usar gás de pimenta para dispersar a multidão no momento da confusão.
Às 19h30, os vereadores Fred Machado (SD), Rafael Diniz (PPS) e Marcão (PT) chegaram à sede da prefeitura, para tentar participar da reunião entre os professores e o secretário de Administração, mas não puderam entrar, pois segundo informações de dentro da prefeitura, o expediente havia terminado.
No primeiro momento a comisão de representantes dos educadores, vereadores de oposição deixaram a sede sem qualquer negociação, entretanto, às 20h a comissão foi chamada novamente e se reuniu com representantes do Poder Público para uma nova tentativa de acordo. 
PROPOSTA DA PREFEITURA
Os secretários destacaram que os salários da categoria variam de R$ 2.300 a R$ 5.200, enquanto o piso nacional para 40 horas é de apenas R$ 1.917. Os professores da Prefeitura de Campos têm direito a R$ 200 de Vale Alimentação, regência de turma que pode variar de R$ 170 a R$ 360, dependendo do tempo de serviço, além do RET (Regime Especial de Trabalho) no valor de R$ 1.500.
Fábio falou ainda sobre a proposta da Prefeitura de aumentar em 100% a regência. “Além de ser boa para os professores, atende a uma estratégia importante da Prefeitura para cuidar das nossas crianças, já que atualmente apenas 53% dos professores estão em sala de aula”.
PROCESSO DE NEGOCIAÇÃO
No último dia 19, o secretário de administração, Fábio Ribeiro e o secretário de Educação, Frederico Rangel, se reuniram com representantes do Sepe e do Sindicato dos Profissionais Servidores Públicos (Siprosep) de Campos, onde se comprometeram em atender alguns compromissos que correspondem às reivindicações da categoria, como 100% de gratificação de regência com tolerância de três dias de falta justificada, revisão do Plano de Cargos e Salários, plano de saúde com Caixa de Assistência, uso do Cartão Educação para substituir o Rio Card, entre outras conquistas, a partir do compromisso de que os profissionais retornassem às funções nesta quinta-feira (21/05) e garantissem a reposição das aulas, mas a categoria não aceitou.
O Sindicato dos Profissionais Servidores Públicos Municipais de Campos (Siprosep), é contrário a greve. Segundo o presidente, Sérgio Almeida, o movimento tem cunho político. "Nós não temos o porquê aderir a essa paralisação, pois nossa proposta está sendo atendida com o Plano de Cargos e Salários, Fundo de Assistência e Saúde, auxílio social aos aposentados e pensionistas, entre outros benefícios", exemplificou o presidente.

REPERCUSSÃO DO HISTÓRICO DIA 22 (4)

O Dia on line (aqui):

 - Atualizada às 

Docentes acampam em frente à Prefeitura de Campos

Professores estão em greve há uma semana. Educadores denunciam cortes e falta de vigias, porteiros e faxineiros

JULIANA DAL PIVA
Rio - A baixa arrecadação e os cortes nos orçamentos já provocam crises e greves também nas escolas de alguns municípios do Rio. Em Campos, no Norte Fluminense, e em São João do Meriti, na Baixada Fluminense, os professores fizeram ontem protestos nas sedes das respectivas prefeituras devido às perdas salariais.
Na cidade de Campos, 90% da categoria entrou em greve na semana passada. A principal reivindicação é que a prefeitura recomponha os salários com base na inflação do último ano. Os professores alegam que o município oferece apenas um aumento de 10% no atual abono para os educadores que trabalham em sala de aula. A proposta exclui os funcionários que não trabalham em sala em aula.
“Não foi oferecido nada. E o abono, do mesmo jeito que eles dão, eles tiram”, afirma a professora da rede Luciana Eccard.
Professores de Campos: protesto e acampamento na prefeitura
Foto:  Divulgação
No fim da tarde de ontem, os professores fizeram, na praça central da cidade, um ato que terminou com uma caminhada até a sede da prefeitura. O grupo, de quase quatro mil pessoas, decidiu acampar no jardim em frente ao prédio. “Quando a prefeita foi afastada, ela acampou aqui. Nós estamos fazendo o mesmo que ela fez”, afirmou Luciana.
A prefeitura de Campos é administrada por Rosinha Garotinho, ex-governadora do Rio e mulher de Anthony Garotinho, também ex-chefe do executivo estadual. Em 2010, ela foi afastada do cargo por abuso de poder econômico, mas retornou alguns meses depois por outra decisão do TSE.
O sindicato também colocou em pauta a necessidade de concurso público para todos os funcionários, merenda escolar de qualidade, melhoria da infraestrutura em todas as instituições, material didático de melhor qualidade pedagógica e incorporação da gratificação nos salários dos profissionais.
Luciana relatou também que o plano de saúde dos funcionários foi cortado e explicou que, atualmente, os educadores têm faltas médicas cortadas. Além disso, as escolas municipais que ficam em regiões rurais estão funcionando sem vigias, porteiros ou funcionários de limpeza. “As escolas estão caindo aos pedaços e ainda temos que enfrentar tudo isso sem recomposição salarial”, criticou ela.
Procurada, a Prefeitura de Campos informou por meio de nota que o piso dos professores municipais é superior ao da maioria dos municípios vizinhos, e muito superior ao piso praticado pelo governo do Estado do Rio. "Nos primeiros meses de 2015, somadas a queda de arrecadação de ICMS, atrasos em repasses federais de verbas constitucionais, e queda na arrecadação de ISS e ITBI, já deixaram de entrar nos cofres públicos do município de Campos, em relação ao mesmo período de 2014, pelo regime de caixa, R$ 520 milhões", informa a nota.
Professores têm salários reduzidos
A situação dos professores de São João do Meriti também é preocupante. De acordo com a coordenadora-geral do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação, Marta Moraes, a prefeitura tem atrasado os salários e no último pagamento, esta semana, houve reduções a partir de R$ 300 para os professores e de até R$ 500 para os demais funcionários das escolas.
“Não teve nenhuma comunicação ou explicação”, critica Marta, ao dizer que ainda não sabe quantos profissionais foram afetados.
O grupo tenta se reunir com a prefeitura desde a terça-feira, sem sucesso. Segundo os professores, um encontro tinha sido marcado, mas foi cancelado sem nenhum aviso. “Tinha até uma professora grávida que ficou horas esperando e até passou mal. Ninguém apareceu nem para dar explicação”, diz Marta.
Cerca de 50 professores então decidiram fazer um protesto na sede da prefeitura. Na quinta-feira ficaram até às 22h na antessala do gabinete do prefeito Sandro Matos e na sexta-feira passaram o dia esperando uma reunião.
Procurada, a prefeitura alegou que não houve redução nos salários. Segundo nota do município, cerca de 5% dos profissionais sofreram um “enquadramento” feito em alguns servidores nos devidos segmentos previstos no Plano de Cargos e Salários.
“Não houve redução de salários, e, sim, acerto de valores das competências salariais. Os valores são diferenciados, uma vez que a dedução é feita em cima de alguns benefícios nem sempre contemplados por todos”, diz a nota.

REPERCUSSÃO DO HISTÓRICO DIA 22 (3)


O Diário, de 23/05/15:



Sepe na mira da Federação de Servidores


Douglas Fernandes / Portal viu online

Marco Corrêa estuda medidas judiciais para questionar a atuação do Sepe


Saulo Garcez / Campos 24 horas

Durante manifestação liderada pelo Sepe, grupo destrói grade que cercava a sede da prefeitura de Campos




A Federação dos Servidores Públicos do Estado do Rio de Janeiro (FESEP), está impetrando medidas judiciais para questionar a atuação do Sindicato Estadual dos Profissionais de Ensino (Sepe), por se apresentar como representante sindical de servidores municipais no Estado do Rio de Janeiro. Esta atuação estaria quebrando a unidade sindical que é amparada por lei. A afirmação foi divulgada pelo presidente o da FESEP, Marco Correa, durante entrevista ao programa Fim de Tarde, apresentado pelo jornalista Roberto Barbosa, na rádio Diário FM.

O sindicalista destacou que o Sepe chegou a obter uma carta de autorização para atuar como representante dos municípios em função de um erro do Ministério do Trabalho na gestão do ex-ministro Carlos Lupi (PDT), que deixou a pasta depois de uma série de escândalos. "A própria secretária-executiva da pasta, naquele período, reconheceu que houve um erro na concessão do documento, porque o Ministério não fez uma busca para se certificar se já havia representação sindical constituída nos municípios, mas posteriormente o próprio Sepe fez correções e conseguiu uma carta de atuação genérica, que em momento algum fala em autorização para atuar como representantes de servidores municipais", disse Correa.

A Federação está entrando com representação tanto na Justiça do Trabalho quanto no próprio Ministério. O sindicalista criticou a atuação do Sepe em Campos, principalmente, no encaminhamento da greve dos professores que paralisa as unidades ensino desde a última segunda-feira. "Reconhecemos o Sepe como representante dos professores do Estado. No que se refere as municípios, no caso específico de Campos, o representante legal é o Siprosep (Sindicato dos Profissionais Servidores Públicos Municipais), que já fechou negociação com o município por meio de uma assembleia geral da qual participei", afirmou.

"O que se vê ali é uma disputa política"

A entrevista do sindicalista ao programa Fim de Tarde foi ao vivo, no momento em que o Sepe comandava uma manifestação em frente a Prefeitura de Campos. Marco Correa destacou que conflito semelhante sobre representação sindical ocorre no município de Resende, no Sul Fluminense, onde o Sepe esperou o fim da negociação entre os sindicato dos servidores municipais e prefeitura, para em seguida iniciar um movimento paralelo para decretar greve de professores. "O Sepe não tem nada de luta sindical. O que se vê ali é uma disputa política", criticou o sindicalista.

O presidente da Federação criticou a quebra da unidade sindical e destacou que este tipo de disputa só favorece a classe patronal, no caso, os prefeitos. "Aos prefeitos interessa que haja vários sindicatos representando a mesma categoria. Interessa a eles que haja sindicato de guardas, de professores, de profissionais da saúde. A divisão só enfraquece o trabalhador", disse.

Protesto, depredação e o fim de greve

Após reunião com os secretários de Gestão e Administração de Pessoas, Fábio Ribeiro e o de Educação, Frederico Tavares Rangel, o Sepe decidiu encerrar a greve dos professores na noite de ontem. Mas o sindicato promete manter a categoria em estado de greve, enquanto a prefeituranão atender as reivindicações.
Dirigentes do sindicato contestaram as afirmações do presidente da Federação. "O Sepe é o único representante legítimo dos profissionais da Educação, tanto os estaduais, quanto os municipais. Temos uma carta sindical que nos autoriza a representar os professores municipais, que inclusive foi apresentada na reunião com a Prefeitura", disse uma das diretoras do Sepe, Cristine Marcelino.

Manifetação - O que era para ser um ato de protesto pacífico acabou virando um caso de polícia com duas pessoas presas. Inicialmente, o evento organizado pelo Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe-RJ) em função da greve dos professores que acontece no município desde a última segunda-feira, consistia em um ato de protesto e assembleia a serem realizadas na Praça São Salvador, no Centro da cidade. No entanto, os grevistas seguiram para a sede administrativa da Prefeitura de Campos, onde houve tumulto e depredação do prédio.

Por volta das 15h, cerca de 350 pessoas, segundo a Polícia Militar (PM), estavam na praça onde dirigentes do Sepe e lideranças políticas se revezaram em cima de um trio elétrico discursando em defesa da categoria. Da praça, eles seguiram em passeata pela Beira Valão, e Avenida Nilo Peçanha com destino à sede da Prefeitura de Campos, no Parque Santo Amaro. Mesmo com a presença de agentes da Guarda Civil Municipal e da PM, alguns manifestantes conseguiram furar o bloqueio da segurança e entrar na sede administrativa. Após forçarem as grades e depredar a entrada da sede, alguns manifestantes chegaram a acamparam no local com barracas e colchonetes exigindo a presença do secretário municipal de Administração e Gestão de Pessoas.

Salário está acima do piso nacional

Os secretários de Administração e de Educação, Fábio Ribeiro e Frederico Rangel, que estão negociando em nome do município com os professores desde novembro de 2014, afirmam que os salários dos professores variam de R$ 2.300 a R$ 5.200, enquanto o piso nacional para 40 horas é de apenas R$ 1.917.

Os professores da Prefeitura de Campos têm direito a R$ 200 de Vale Alimentação, regência de turma que pode variar de R$ 170 a R$ 360 dependendo do tempo de serviço, além do RET (Regime Especial de Trabalho) no valor de R$ 1.500. "Não há motivo para querer desmerecer o trabalho que há seis anos vem sendo feito para valorizar o professor. É preciso não misturar política eleitoral com política educacional, porque isso é ruim para a democracia e para os professores", afirmou o secretário Fábio Ribeiro.

O secretário Fábio Ribeiro falou ainda sobre a proposta da Prefeitura de aumentar em 100% a regência: "Além de ser boa para os professores, atende a uma estratégia importante da Prefeitura para cuidar das nossas crianças, já que atualmente apenas 53% dos professores estão em sala de aula".

Segundo o secretário de Educação, Frederico Rangel, os professores não devem se deixar levar por "interesses eleitoreiros". "Sou sindicalista, sempre defendi o entendimento. Cito como exemplo o meu próprio caso. Sou professor do Estado há 16 anos e da prefeitura de Campos há 12 anos. Recebo mais como professor no meu contracheque da prefeitura do que no do Estado, e não vejo o Sepe fazer este movimento no momento contra o governo do estado. Isso tudo é lamentável, porque nesse tempo que estou na prefeitura nunca vi tantas escolas e creches novas construídas como pela prefeita Rosinha", finalizou o secretário Frederico Rangel.

REPERCUSSÃO DO HISTÓRICO DIA 22 (2)



G1

Multidão caminhou pela cidade durante a tarde (Foto: Reprodução/ Inter TV)


Terminou na noite desta sexta-feira (23) a greve dos professores da rede municipal de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. A paralisação havia começado na segunda-feira (18) e nesta sexta uma passeata cruzou a cidade para protestar por melhores salários e condições de trabalho. A multidão se concentrou em frente à prefeitura e muitos conseguiram ocupar o prédio, o que causou confusão. No meio da noite dois diretores do sindicato e três professores foram chamados para uma reunião com o secretário de administração, Fábio Ribeiro. Ficou acertado a volta às aulas na segunda-feira (25).
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Durante a ocupação do pátio da prefeitura, guardas municipais foram chamados para evitar a invasão do prédio. Muitos levavam barracas, colchonetes e cobertores e ameaçavam acampar no local. Segundo o sindicato dos professores, houve confusão e alguns professores teriam sido atingidos com spray de pimenta. A prefeitura diz que foram registrados atos de vandalismo. Paredes foram pichadas, uma mureta foi derrubada e um portão grande também foi derrubado. De acordo com o Sepe, o sindicato se comprometeu a pintar as pichações feitas, mesmo alegando que a ação não partiu deles.

Protesto durante a tarde
A manifestação que reuniu centenas de professores começou no fim da tarde na praça São Salvador e caminhou pela cidade até a prefeitura. O grupo teve apoio da Guarda Munipal, que deixou o trânsito em meia pista durante o trajeto. Na passeata, a maioria das pessoas vestia preto e algumas usavam nariz de palhaço. Os cartazes carregados demonstravam a insatisfação dos profissionais com o governo. Crianças que estudam na rede municipal e estão há cinco dias sem aula também carregaram faixas durante o ato.

REPERCUSSÃO DO HISTÓRICO DIA 22 (1)

Do Jornal Terceira Via on line:

Data: 23/05/2015 - 00:18:02

Com muitas promessas e poucas mudanças, professores voltam às aulas

Estado de greve permanece e professores prometem acompanhar e cobrar tudo o que foi prometido
























Após cinco dias de greve, manifestações e negociações, os professores da rede municipal de ensino de Campos voltam às salas de aulas na próxima segunda-feira (25). Com muitas promessas e poucas mudanças imediatas, os docentes continuam em estado de greve e na luta por melhores condições de trabalho e de salários. Nesta sexta-feira (22), eles fizeram um ato na Praça São Salvador, saíram em caminhada até a Prefeitura de Campos, onde permaneceram até cerca das 22h. Após clamar pela presença da prefeita Rosinha – sem serem atendidos – os grevistas definiram um grupo de representantes, que se reuniu com o secretário de Administração, Fábio Ribeiro, e o secretário de Educação, Fred Rangel. 
  
Segundo os professores, a conversa com a administração municipal foi positiva e teve “pequenos avanços”. Veja abaixo a lista das promessas:
 
 
1 - Contratação imediata de vigias, funcionários de limpeza e outros para 30 unidades de ensino em situação mais crítica (Campos possui 239 unidades de ensino municipais);
 
2 - Criar um calendário para reforma das unidades escolares, mediante consulta à Secretaria de Obras;
 
3 – Dialogar, na próxima semana, com a prefeita Rosinha sobre a possibilidade de não utilizar mais o material didático da Expoente;
 
4 – Dialogar, na próxima semana, sobre a possibilidade de revisão do Plano de Cargos e Salários;
 
5 – Dialogar, no início de setembro, sobre o reajuste salarial da categoria;
 
6 – Não cortar os cinco dias em que os professores ficaram sem trabalhar, com a condição de normalização das aulas nesta segunda;
 
7 – Dialogar com as empresas de ônibus sobre a possibilidade de fornecer uma carteirinha para os professores andarem de ônibus de graça;
 
 
Sobre o plano de saúde, que foi cortado, os representantes do governo municipal não comentaram na reunião. E sobre a convocação dos profissionais concursados, a informação passada pelos líderes do movimento é que a prefeitura informou não ser possível no momento.
  
Mesmo com as promessas, o encerramento da greve não agradou a todos os docentes, como é o caso da professora Graciete Santana. “Os avanços foram muito poucos e a sensação é de insatisfação. Temos que frisar neste momento que o governo não expira confiança e a situação nas escolas está caótica. O que vai acontecer ainda é uma interrogação, mas o que houve hoje é prova que o governo municipal estava desesperado com a possibilidade de ocupação da prefeitura. Nós continuamos em estado de greve e de olho nas promessas”, disse a professora Graciete Santana.
  
Para a professora Odete Rocha, é preciso fazer uma avaliação da situação atual. “Nós temos que ter responsabilidade e continuar em estado de greve até as reivindicações em pauta serem atendidas. As negociações continuam em andamento e não estamos abrindo mão de nada. Queremos ser atendidos em tudo, mas temos que avaliar o que é possível”, ponderou Odete.
  
Vereadores barrados na porta da prefeitura
  
Antes do grupo formado pelos representantes do movimento noticiar os resultados do diálogo entre grevistas e governo municipal, os vereadores da oposição Rafael Diniz, Fred Machado e Marcão estiveram na prefeitura para apoiar os professores. Eles foram informados de uma possível confusão e ao tentar entrar na prefeitura, foram impedidos por guardas municipais que afirmaram ter recebido a ordem do administrador do prédio, Júlio Oliveira. Os vereadores tentaram entrar pelas duas portarias, por mais de uma hora, mas foram impedidos a todo momento.
 
 
“Eles tentam impedir os representantes do povo de entrar na prefeitura. Enquanto isso, os vereadores da situação estão lá dentro. Isso é a ditadura Garotista”, desabafou o vereador Marcão.
  
Enquanto isso, um porta-voz da prefeitura afirmava que ninguém mais entraria no prédio. “Já estamos fechados e ninguém entra mais. O horário de expediente é até as 18h”, disse o homem. Como resposta, os vereadores afirmaram que se a prefeitura estava em funcionamento e com outros vereadores lá dentro, eles tinham direito de entrar. Mesmo assim, e com o clamor dos professores, os três representantes do povo não tiveram a entrada permitida.
  
Atos nesta sexta-feira
 
Mais de 600 professores e servidores municipais de Campos fizeram manifestação na Praça São Salvador na tarde desta sexta-feira (22). De preto, com nariz de palhaço e marcados com asteriscos, os profissionais lotaram o local com cartazes e apitos e utilizaram um mini trio elétrico para falar sobre as condições das escolas. Minutos após o início do ato, os manifestantes seguiram em caminhada pela cidade para a frente da Prefeitura de Campos, para a realização de uma assembleia para definir os próximos rumos do movimento. Já na prefeitura, os líderes do movimento surpreenderam ao anunciar que dez profissionais da educação estavam no prédio da prefeitura com barracas de campping e dispostos a passar a noite no local.
 
 A imagem de um asterisco colada ou desenhada no corpo, usada por muitos, foi uma forma de demonstrar descontentamento com a fala do secretário de Educação Frederico Tavares Rangel. O secretário orientou os diretores, durante uma reunião nesta quinta (21), a marcarem um asterisco na frente do nome dos grevistas, para a prefeitura descontar os dias não trabalhados posteriormente. Os docentes também penduraram um varal com fotos que retratam as condições estruturais das unidades de ensino do município.
  Durante a manifestação, grades do muro da prefeitura foram quebrados e uma pichação foi feita no muro. Segundo o Sepe, dois baderneiros infiltrados no movimento foram os responsáveis pelos atos de vandalismo. “Nós somos educadores e somos contra qualquer ato violento”, disse Carlos Santafé, coordenador do Sepe.
  Reivindicações
 
Os professores estão reivindicando Plano de Cargos e Salários total, reajuste salarial, reposição das perdas salariais, condições dignas de trabalho, retorno do Plano de Saúde e vale-transporte, que estão suspensos há quatro meses, para todos os servidores; Auxílio Alimentação no valor de R$ 500; redução da carga horária em 1/3; e a incorporação da gratificação nos salários dos profissionais.
 
Priscilla Alves

REPERCUSSÃO DO HISTÓRICO DIA 22


Da Folha da Manhã deste sábado, 23/05/15;









Após dar uma lição de mobilização e cidadania ao governo Rosinha, forçando o avanço nas negociações da reposição salarial de 2015, os professores municipais de Campos, com apoio de outros servidores, decidiram voltar às salas de aula na próxima segunda-feira, dia 25. O estado de greve, no entanto, está mantido para que o governo possa cumprir o que prometeu.
Após mobilizar mais de 500 pessoas, que se concentraram na praça São Salvador às 15h de ontem, de onde saíram em passeata até a sede da Prefeitura, com direito a acampamento nos jardins de Rosinha, uma comissão de 10 integrantes do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) foi recebida pelos secretários de Administração, Fábio Ribeiro, e de Educação, Frederico Tavares Rangel, e do vereador Mauro Silva. Do lado de dentro e de fora, houve muita tensão.
Primeiro, os professores não queriam entrar, convocando os secretários para discutir do lado de fora com os manifestantes. Depois, quando aceitaram formar uma comissão e entrar, o governo não quis aceitar a presença da professora Odisséia Carvalho, alegando que a diretora do Sepe é política. Dobrado mais uma vez em sua vontade, a administração Rosinha teve que conversar também com a ex-vereadora do PT.
Enquanto isso, do lado de fora, guardas municipais, supervisionados pelo comandante do órgão Wellington Levino, quiseram a todo custo tirar os professores, que estavam acampados, de dentro da Prefeitura. Neste momento, um homem identificado como Thiago Seixas criou um tumulto, fazendo com que uma grade da sede do governo municipal se soltasse e até mesmo spray de pimenta fosse lançado nos professores. O rapa, que seria infiltrado, já que não é servidor municipal, foi detido por guardas e policiais militares. Uma professora que pulou o muro para oferecer apoio às colegas que estavam dentro da Prefeitura alegou ter sido agredida. O Sepe também se comprometeu a pintar uma parede, que foi pichada durante o ato. 
— A gente repudia esse tipo de atitude. Não foi nenhum professor que praticou isso. O Sepe, se necessário, vai pintar a parede da Prefeitura — declarou o diretor do Sepe, Carlos Santafé.
Na tentativa de participarem das negociações entre o Sepe a Prefeitura, vereadores de oposição ao governo, Rafael Diniz, Marcão e Fred Machado foram barrados na porta da Prefeitura. A alegação foi de que o expediente do órgão já havia terminado. Porém, vereadores da situação, Thiago Virgílio e Genásio, estavam na parte de dentro da Prefeitura.
Em nota, a Prefeitura disse que o spray de pimenta não teria sido acionado pela equipe da Guarda Civil, que usaria outro tipo de dispositivo. Mas que, mesmo assim, uma sindicância será aberta para apurar, uma vez que o equipamento é pesado antes de ser utilizado.
Falta de estrutura de escolas foi criticada
Durante o ato, considerado histórico para os manifestantes, docentes, alunos e responsáveis, vestindo preto e com nariz de palhaço destacaram a falta de infraestrutura nas escolas municipais. De acordo com eles, as unidades estão abandonadas e em algumas delas professores e alunos estariam contraindo dengue, devido à falta de limpeza e higiene, já que centenas de profissionais de educação foram demitidos pela Prefeitura. Servidores da Saúde, da Federação dos Estudantes de Campos, da Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec) e docentes do Instituto Federal Fluminense (IFF) ofereceram apoio aos manifestantes.
As propostas da Prefeitura, acatadas pela categoria, foram: reingresso de funcionários administrativos (porteiro, auxiliar de limpeza) em pelo menos 30 escolas; planejamento para elaborar calendário de reforma das unidades de ensino; revisão no Plano de Cargos e Salários para todos os profissionais de educação; pontos e regências mantidos durante a greve, desde que os professores façam reposição de aulas. Sobre reajuste salarial, permanece o que foi discutido na quarta-feira (20): as negociações serão reabertas no dia 10 de setembro. Já sobre o material didático oferecido às escolas ser escolhido pelo Sepe, será decido na próxima semana. Por fim, sobre a convocação de concursados, a Prefeitura disse que não tem disponibilidade. Professores pediram também que o secretário de Administração, Fábio Ribeiro, mandasse para o Sepe uma lista da arrecadação dos royalties e das contas pagas pela Prefeitura.
Em 2011, Rosinha também acampou na sede
Os professores que acamparam ontem em protesto contra a Prefeitura parecem ter “aprendido a lição” com a própria prefeita Rosinha Garotinho. No dia 28 de setembro de 2011, após ser informada oficialmente de que estava cassada, Rosinha se recusou a deixar a sede da administração municipal, onde acamparia na unidade onde passaria a noite e só deixaria a sede do governo municipal depois de conseguir uma liminar do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para reassumir o mandato. A prefeita chegou a dizer que dali só sairia presa e foi acompanhada de correligionários, que permaneceram com ela até a situação ser revertida a seu favor.
— Estão cometendo mais uma injustiça comigo e com a população de Campos. Não estamos conseguindo governar a cidade. Por duas vezes me tiraram da Prefeitura por conta de uma entrevista que dei para o Garotinho, em 2008, antes de começar o processo eleitoral. Da outra vez esperei quase sete meses para retornar à Prefeitura, mas sei que, agora, não vou sair daqui — desabafou, na ocasião, colocando a culpa de sua breve saída ao então governador Sérgio Cabral (PMDB), naquela altura, seu ex-aliado político.
O processo de cassação, na ocasião, havia se dado por abuso de poder econômico em razão de uso indevido de veículo de comunicação social (rádio “O Diário”) por ela e o marido Anthony Garotinho, em 2008 — ano eleitoral.
23/05/2015 10:28

SECOM DIVULGA NOTA SOBRE ENCONTRO NO CESEC

Do Portal da Secretaria de Comunicação da PMCG (aqui):




Os secretários de Administração e Gestão de Pessoas e de Educação, Fábio Ribeiro e Frederico Rangel, receberam comissão de professores na noite desta sexta-feira (22), ao lado do vereador e líder de governo na Câmara de Vereadores, Mauro Silva, quando reiteraram o compromisso do governo com o diálogo e a valorização da Educação e o retorno dos professores às salas de aula, o que acabou sendo decidido pelos profissionais para ocorrer na próxima segunda-feira (25).
O secretário Fábio Ribeiro destacou o esforço da administração municipal na promoção de investimentos continuados e maciços na Educação, com construção de novas creches e escolas modelo, além da reforma permanente de unidades e, também, lembrou que a partir de 2009 a Prefeita Rosinha Garotinho concedeu conquistas como a do Plano de Cargos e Salários.
O secretário Fábio Ribeiro pontua que, com o retorno dos professores às salas de aula, em respeito aos pais e alunos, o município vai dar continuidade ao diálogo com a categoria.
Os secretários Fábio Ribeiro e Frederico Rangel, que estão negociando em nome do município com os professores desde novembro de 2014, afirmam que os salários dos professores variam de R$ 2.300 a R$ 5.200, enquanto o piso nacional para 40 horas é de apenas R$ 1.917.
Os professores da Prefeitura de Campos têm direito a R$ 200 de Vale Alimentação, regência de turma que pode variar de R$ 170 a R$ 360 dependendo do tempo de serviço, além do RET (Regime Especial de Trabalho) no valor de R$ 1.500.
Por: Da Redação - Foto: Roberto Jóia -  22/05/2015 22:41:28

Por: Da Redação - Foto: Roberto Jóia - 22/05/2015 22:41:28

PARA ENTENDER A QUESTÃO DO MERCADO MUNICIPAL

                                                    Foto de João Pimentel em 04/09/2010 (Camposfotos.blogspot.com)

O professor Renato Siqueira, recém eleito diretor-geral do Observatório Social de Campos dos Goytacazes, escreveu artigo didático sobre a polêmica envolvendo o entorno do Mercado Municipal. Abaixo o texto, imprescindível para quem quer participar do debate:


Do Instituto Histórico e Geográfico de Campos à David Harvey sobram motivos para questionarmos a polêmica e precipitada conclusão do ICP 156/2014.

No dia 14 de maio deste, o Jornal Folha da Manhã, publicou dois artigos polarizados em suas argumentações sobre o destino das obras do Mercado Municipal e o seu entorno urbanístico que envolve os permissionários e a preservação do patrimônio histórico cultural, um do advogado José Paes Neto e o outro do Exmo. Sr. Promotor Marcelo Lessa. A seguir o historiador Aristides Soffiati, ofereceu fartas provas de violação da proteção do bem histórico definidas no Plano Diretor Participativo, além das que constam o ICP, em especial ao seu entorno urbanístico, que aliás, é tão significativo quanto ao próprio patrimônio histórico, sendo indissociáveis. Estes argumentos apresentados pelo advogado e pelo historiador, se somam aos inúmeros esforços descritos nas representações feitas no Inquérito Civil Público (ICP) 156/2014 pelo Instituto Histórico e Geográfico de Campos, pelo Observatório Social de Campos e pelo INEPAC, algumas delas feitas pessoalmente por mim, ainda em mídia de jornal, rádio, televisão e internet. Entretanto, o Ministério Público não os colheu - optando pelas declarações da Prefeitura, que entendemos pouco fundamentadas, sobre as quais faremos as nossas considerações a seguir - negando a realização da Audiência Pública pretendida, com o intuito inclusive de ouvir os afetados diretamente, os permissionários, que vivem momentos de apreensão e insegurança, sobre os quais somos conhecedores e atentos, na medida em que temos feito apontamentos em nossas participações de que as soluções existem nos projetos arquivados na Prefeitura, desenvolvidos desde 2003.

Não estarei falando das leis, pois já foram citados todos os capítulos relevantes ao caso, com as suas respectivas violações. Estaremos falando que não haveríamos de aguardar o tombamento do INEPAC para o cumprimento das leis de proteção ao patrimônio e as adequações das atividades de forma equilibrada, pois há o ato de tombamento do COPPAM em 2013.


DA PETIÇÃO INICIAL:

O Instituto Histórico e Geográfico de Campos (IHGCG), em 06/2014, encaminhou representação ao MPE, alertando para os inconvenientes urbanísticos da Feira Livre e do Camelódromo, que apresentavam crescimento desordenado nas redondezas do Mercado, recém tombado pela Resolução 005/2013. Desta forma, solicitando os seus deslocamentos para locais mais adequados, deixando a escolha sob os critérios da Prefeitura, requerendo ainda Audiência Pública. Tal medida foi endossada pelo Observatório Social de Campos.

DA ABERTURA DO PROCESSO NO INEPAC e IPHAN:

Após instauração do inquérito no MPE, o Observatório Social, encaminhou petições ao INEPAC e ao IPHAN, em 08/2014, sendo imediatamente acolhidos.

DAS MANIFESTAÇÕES DO INEPAC:

Desde o início, o INEPAC demonstrou grande interesse na preservação do Mercado Municipal, havendo manifestado isto nos ofícios 004/2015 de 06 de janeiro de 2015, ao MPE, 008/2015 à Sra. Prefeita, 009/2015 ao COPPAM, e 026/2015 de 09 de janeiro de 2015, ao Observatório Social. Menciona o INEPAC ao Observatório: “Esses ofícios informam o inegável interesse cultural do Mercado Municipal de Campos para o Estado do Rio de Janeiro, já reconhecido anteriormente pelo COPPAM.”, também, no ofício encaminhado ao MPE, foi dito: “O tombamento do Mercado pelo Estado do Rio de Janeiro virá se somar ao tombamento municipal já existem criando um nível adicional de proteção do bem.”

“A abertura de um processo de tombamento, tradicionalmente, tem sido reconhecida como um ato de interesse do Poder Público pela preservação do bem em questão. Isto tem levado os órgãos públicos a se absterem de autorizarem alterações no bem ou em sua ambiência sem considerar as recomendações do órgão de tombamento. E tem sido considerado também por órgãos do Judiciário ao analisar conflitos envolvendo a sua proteção.”

“Há uma série de construções provisórias em proximidade excessiva com o Mercado...Mas a situação de provisoriedade das mesmas significa que no futuro poder-se-á chegar a uma situação mais favorável.”

“...a pretendida edificação definitiva de um mercado popular junto à sua fachada lateral e a consolidação de outra na na outra lateral...irão provocar um empachamento (fechamento da visão, emparedamento) do bem que se quer preservar. Tais considerações poderiam ter sido feitas pelo órgão de tombamento municipal. Na sua falta, cabe a este INEPAC alertar a esta Promotoria que o projeto em questão interferirá sim de forma negativa na ambiência do bem cultural.”

“Face ao exposto, solicito que seja evitada a descaracterização da ambiência do Mercado Municipal de Campos dos Goytacazes e sejam envidados esforços para a readequação do projeto pretendido, com a sua discussão também por este órgão de tombamento.”

DAS MANIFESTAÇÕES DO OBSERVATÓRIO:

Iniciativa de montagem da exposição itinerante “Mercado Municipal: patrimônio histórico ameaçado!”, que percorreu vários locais na cidade, inclusive em meios acadêmicos. Nesta exposição, através dos banners, foram apresentados alguns dos principais projetos, desenvolvidos desde 2003 pela Prefeitura, demonstrando soluções para o Mercado, a Feira Livre e o Camelódromo.

Em várias representações ao MPE, foram mencionados os riscos de serem realizados gastos impróprios devido a realização das obras especialmente. Bem como a existência de processo de tombamento no INEPAC e petição para paralisação das obras e realização de audiência pública.

DAS MANIFESTAÇÕES DOS PERMISSIONÁRIOS:

Não há quaisquer manifestações destes nos autos.

DO PROCESSO DE TOMBAMENTO NO INEPAC E NO IPHAN:

INEPAC:

Processo em estado avançado de tramitação, obteve apreciação do Conselho do Instituto, que qualificou o significado e a excepcionalidade do Mercado. Atualmente encontra-se na na Casa Civil para encaminhamento ao Governador. É processo sem retorno, apenas demandando a oportunidade de apreciação pelo Governador do Estado do Rio de Janeiro para o efetivo tombamento.

IPHAN:

Processo efetivado e em fase menos avançada, porém, com condução interessada pelo significado do exemplar histórico.


DA CONCLUSÃO E DA DECISÃO DO MP:

Em 24/04, deste, o MPE, diz à folha 219 do Inquérito 156/2014: “Tal obra é questionada pelos noticiantes, tanto sob o ponto de vista técnico, como, não há como disfarçar até mesmo pelos personagens que subscrevem as representações, na perspectiva política. Esta última desanima a convocação de audiência pública para discutir o assunto no Ministério Público, visto que será muito pouco proveitosa. Assim, resta-me instruir os autos da forma como se pode, até chegar a uma opino, o mais breve possível.”
O INEPAC entrou em cena, mas para informar que o Mercado está “em vias de tombamento”. Ora, estar “em vias de tombamento” pelo órgão estadual não significa estar tombado, não lhe conferindo direito de impedir a realização de qualquer obra...”
Em 09 de maio deste, o Jornal Folha da Manhã, publicou: “MP libera obra no Mercado e desconsidera apelo do INEPAC”, já no dia 11 do mesmo mês, o Jornal O Diário publica: “MP libera reforma do Mercado”.


"O direito à cidade é, portanto, muito mais do que um direito de acesso individual e grupal aos recursos que a cidade incorpora: é um direito de mudar e reinventar a cidade mais de acordo com nossos mais profundos desejos. Além disso, é um direito mais coletivo do que individual, uma vez que reinventar a cidade depende inevitavelmente do exercício de um poder coletivo sobre o processo de urbanização".
[David Harvey]

O nosso direito à escolha para a reivenção da nossa cidade foi enormemente prejudicado pela obstrução do processo participativo pleno, quando da não realização da audiência pública, em especial quando sequer foram colhidos os depoimentos dos permissionários nos autos no inquérito, que prematuramente foi encerrado, tornando-se uma agenda mal resolvida e controversa, diante ainda da declaração explícita do INEPAC: “Tal processo se deve ao inegável interesse cultural do imóvel, por suas características arquitetônicas, a sua inserção afetiva na vida dos moradores da Cidade de Campos e sua história.”

“Temos que aprender a não nos assustar com isso também, e, como diz Mauro Luis Iasi: ‘Devemos apostar na rebelião do desejo. Aqueles que se apegarem às velhas formas serão enterrados com elas’. [Raquel Rolnik]



Não há como deter os depoimentos dos envolvidos, especialmente os que serão diretamente afetados pelas intervenções, de modo que os anúncios de supostas melhorias esbarram nas incongruências projetuais e nas evidências dos conflitos dos últimos dias, onde os permissionários do Camelódromo realizaram manifestações no espaço provisório, com obstrução do acesso por alguns minutos. O fato é que a Prefeitura adotou o surrado e desastroso procedimento de desenvolver o projeto no interior dos “gabinetes” ignorando as pessoas que desempenharão as suas atividades, desprezando sobretudo projetos melhores do que o em execução, demonstrados na exposição realizada pelo Observatório Social, em disponibilidade nos arquivos da Secretaria de Obras, um deles, deixado em 2008 pronto para o processo licitatório, que transferiria o Camelódromo para o prolongamento da Rua Barão do Amazonas, entre a Rua Tenente Coronel Cardoso e Rua Siqueira Campos. Assim, se explica um dos aspectos que demonstra a cada dia as baixas de popularidade que esta gestão acumula.

O jurista Jorge Luiz Souto Maior reflete sobre o direito social e a descriminalização dos movimentos sociais no esforço de superar a noção retrógrada de que a questão social trata-se de “caso de polícia”. “Ocorre que, adotando-se os pressupostos jurídicos atuais, os movimentos sociais, quando se mobilizam em atos políticos para lutar por direitos, não estão contrários à lei. Além disso, não podem ser impedidos de dizer que determinadas leis, sobretudo quando mal interpretadas e aplicadas, têm estado, historicamente, a serviço da criação e da manutenção da intensa desigualdade que existe em nosso país”.


Um dos argumentos do MPE para a não realização da audiência pública, foi de que “Tal obra é questionada pelos noticiantes, tanto do ponto de vista técnico, como, não há como disfarçar até mesmo pelos personagens que subscrevem as representações, na perspectiva política. Esta última desanima a convocação da audiência pública para discutir o assunto no Ministério Público, visto que será muito pouco proveitosa.”

Exmo. Sr. Promotor, não há outra forma de civilizadamente se posicionar, somos, gostemos ou não, seres políticos, assim a humanidade tem feito as suas conquistas, assim a humanidade tem evoluído, assim a humanidade tem produzido melhores lugares para viver, onde os direitos coletivos de maioria prevalecem sobre os direitos individuais, ou de pequeno grupos ou minorias, mas infelizmente não tivemos a oportunidade em manifestar esses direitos, sobretudo em não ouvir as expectativas daqueles que anseiam por soluções, não sendo difícil de presumir que não serão atingidas pelo sufocamento proporcionado no emparedamento ressaltado pelo INEPAC, ainda pela gravidade da proximidade com a edificação do Mercado, inclusive na principal perspectiva, a da Avenida José Alves de Azevedo. Esta proximidade, será responsável por suprimir a rua existente do lado da Praça Azeredo Coutinho. O transeunte ao passar pela Rua Barão do Amazonas, não terá qualquer possibilidade de contemplar o Mercado, pois haverá uma empena de fachada de 6,50m de altura, do novo Camelódromo; pelo lado da Feira Livre, haverá altura de 4,50m, não sendo suficiente argumentar que a atual deste lado é de 7,50m, pois maus exemplos, penso, não devem ser adotados como referências. Sobretudo, devemos ter em mente que na confrontação direta das escalas, a humana e a construída, a principal delas, a humana, estará muito prejudicada, visto em média possuir 1,80m.

Não, não estamos reivindicando o direito ao “deleite à distância”, trata-se de manter o cenário histórico de importante intervenção sob o domínio científico do homem para abrigar atividades laborativas que depois se desordenaram ao longo do tempo, mas que podem ser ordenadas novamente, conforme projetos existentes desde 2003, nestes espaços habitáveis e de uso coletivo, o que aliás, justifica e dá crédito à boa arquitetura por um dos princípios projetuais clássicos: a funcionalidade. Não acreditamos que seja razoável confinar o patrimônio e resolver mal e apressadamente questões sociais a custos financeiros expressivos de R$ 24.865.706,63 milhões, pelo divulgado, sendo: (R$ 14.467.768,29 - http://ricandrevasconcelos.blogspot.com.br/2013/05/pmcg-vai-reformar-mercado-em-8-meses.html ) + (R$ 412.000,00 - http://ricandrevasconcelos.blogspot.com.br/2013/09/governo-da-gastanca-estacionamento-de-r.html) + (R$ 9.985.938,34 – http://ricandrevasconcelos.blogspot.com.br/2013/05/reforma-do-camelodromo-vai-custar-r-9.html), onde tais custos poderiam ser revertidos com benefícios reais ao patrimônio e aos permissionários, especialmente sem o comprometimento patrimonial do principal equipamento urbano cultural do Centro Histórico.

“A questão do tipo de cidade que desejamos é inseparável da questão do tipo de pessoa que desejamos nos tornar. A liberdade de fazer e refazer a nós mesmos e a nossas cidades dessa maneira é, sustento, um dos mais preciosos de todos os direitos humanos”. (http://www.boitempoeditorial.com.br/v3/titles/view/cidades-rebeldes)

[David Harvey]

Assim, cidadão campista, no Inquérito 156/2014, a CODEMCA menciona a título de “DA VERDADE DOS FATOS”, o seguinte (Folhas 224 e 225):

De acordo com o relatório, que segue em anexo, fornecido pela Secretaria Municipal de Agricultura, a parte interna, externa e entorno do Mercado Municipal, possui atualmente:

119 boxes internos, com 71 permissionários;
52 boxes externos, com 38 permissionários;
46 boxes de peixaria e caranguejo e Câmara Frigorífica, com 46 permissionários;
466 Bancas da Feira livre do Mercado, com 466 permissionários;
18 Bancas avulsas, com 18 permissionários;
28 Bancas de artesanato, com 28 permissionários.

Ou seja, resumindo, segundo o relatório da CODEMCA, são 729 bancas e boxes com 667 permissionários, representando a diferença de 62 boxes sem a identificação de quem os usa. Mesmo com o aludido projeto, não serão identificados ou disponibilizados aos permissionários todos os boxes?

Desta forma, como vai sendo conduzido o Mercado, continua ser uma agenda mal resolvida e contraditória, configurando o principal atentado à cultura de Campos desde o ocorrido ao Trianon no Boulevard Francisco de Paula Carneiro. Neste caso do Mercado, há condições para que todos possam participar oferecendo as melhores alternativas, com o deslocamento de parte da Feira Livre, conforme projeto de 2003, em novas, amplas e adequadas instalações, na mesma via atual, cerca de 01km de distância, aproximadamente, para que não seja transferida mais uma vez, devido ao histórico de o atual Mercado representar o quarto local, sendo em todas as vezes anteriores e nesta inclusive, terem sido motivadas as mudanças por inadequação na ocupação do solo.

Por essas razões especialmente e por acreditarmos nas possibilidades consolidadas nos projetos, de atendimento dos diversos interesses, que pediremos a reabertura do processo para que Campos deixe de ter iniciativas paliativas e passe a se orgulhar de si mesmo.


Renato César Arêas Siqueira
arquiteto e urbanista
perito técnico
professor bolsista UENF

PROFESSORES VOLTAM AO TRABALHO NA SEGUNDA, DIA 25, MAS MANTÊM ESTADO DE GREVE


Na Praça do São Salvador, os profissionais da Educação e da Saúde mostraram como estão insatisfeitos com o governo

Da Folha on line:

Depois de mais de seis horas de protesto, que começou na praça do Santíssimo Salvador, no Centro, e terminou na sede da Prefeitura de Campos, onde chegaram a acampar, profissionais da rede municipal de Educação decidiram na noite desta sexta-feira (22) retomar às aulas na próxima segunda-feira (25), porém, mantendo o estado de greve até que as negociações com o governo municipal avancem. Durante o movimento, spray de pimenta teria sido usado em manifestantes, que tiveram as barracas retiradas do pátio da Prefeitura pela Guarda Civil Municipal.

A decisão de voltar às aulas foi tomada no quinto dia da greve de ocupação, após uma comissão do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe) ter sido recebida pelos secretários municipais de Educação, Frederico Tavares Rangel, e de Administração e Gestão de Pessoas, Fábio Ribeiro, para negociação.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

VEREADORES DA OPOSIÇÃO IMPEDIDOS DE ENTRAR NO CESEC


Foto: Victor Montalvão


Reprodução Tv


Informações de dentro do Cesec dão conta de que o clima está esquentando do lado de fora, inclusive com o impedimento da entrada de vereadores da oposição (Rafel Diniz, Fred Machado e Marcão Gomes), enquanto dentro do prédio algumas lideranças do movimento estariam sendo recebidas pelo subsecretário de Governo, Tiago Godói.
Atualização às 20h42 - Segundo Victor Montalvão, em seu perfil no Facebook, o secretário de Administração, Fabio Ribeiro (vereador licenciado), mandou um assessor avisar aos vereadores que eles não poderiam entrar porque não está no horário do expediente.
A participação dos vereadores, equilibrados como são, poderá ajudar na negociação e evitar que se perca o controle. Os ânimos estão exaltados após mais de quatro horas de manifestação.
O momento é delicado e hora dos líderes mostrarem porque são líderes.Dos dois lados.

Novas informações em instantes.

VEREADORES DA OPOSIÇÃO IMPEDIDOS DE ENTRAR NO CESEC

Foto: Victor Montalvão


Reprodução Tv


Informações de dentro do Cesec dão conta de que o clima está esquentando do lado de fora, inclusive com o impedimento da entrada de vereadores da oposição (Rafel Diniz, Fred Machado e Marcão Gomes), enquanto dentro do prédio algumas lideranças do movimento estariam sendo recebidas pelo subsecretário de Governo, Tiago Godói.
Atualização às 20h42 - Segundo Victor Montalvão, em seu perfil no Facebook, o secretário de Administração, Fabio Ribeiro (vereador licenciado), mandou um assessor avisar aos vereadores que eles não poderiam entrar porque não está no horário do expediente. Participa da reunião também o secretário de Educação, Frederico Rangel.
A participação dos vereadores, equilibrados como são, poderá ajudar na negociação e evitar que se perca o controle. Os ânimos estão exaltados após mais de quatro horas de manifestação.
O momento é delicado e hora dos líderes mostrarem porque são líderes.
Dos dois lados.
Atualização às 20h57 - Segundo o Jornal Terceira Via on line, profissionais da imprensa não tiverem acesso permitido ao encontro e apenas jornalistas da Secretaria de Comunicação da PMCG registram a reunião.

Novas informações em instantes.

PMCG REPASSOU R$ 3 MILHÕES À CÂMARA MUNICIPAL

A Prefeitura de Campos repassou, no último dia 20, cerca de R$ 3 milhões, à Câmara Municipal, referentes ao duodécimo de maio. Confira abaixo o relatório de pagamentos disponível do Portal da Transparência da PMCG (aqui) e acompanhe os gastos da Câmara (aqui):








Clique na imagem para ampliar.

PROFESSORES ACAMPAM NO CESEC ATÉ SEREM RECEBIDOS POR PREFEITA



Com barracas de camping, alguns professores estão acampados no pátio do Centro Administrativo José Alves de Azevedo (antigo Cesec) neste momento, com a intenção até de passar a noite até serem atendidos pela prefeita Rosinha Garotinho.
A informação de que os secretários de Administração, Fabio Ribeiro e de Educação, Frederico Rangel, estão no prédio, mas Rosinha não.





 Fotos do perfil de Rodrigo Paes Ferreira da Cruz no Facebook:


MAIS FLASHES DA MANIFESTAÇÃO DA EDUCAÇÃO E SAÚDE NO CENTRO (1)

Do Jornal Terceira Via on Line (aqui):




Mais de 600 professores e servidores municipais de Campos fizeram uma manifestação na Praça São Salvador na tarde desta sexta-feira (22). De preto, com nariz de palhaço e marcados com asteriscos, os profissionais lotaram o local com cartazes e apitos e utilizaram um mini trio elétrico para falar sobre as condições das escolas. Minutos após o início do ato, os manifestantes seguiram em caminhada pela cidade para frente da Prefeitura de Campos, onde uma assembleia será realizada para definir os próximos rumos do movimento.
A imagem de um asterisco colada ou desenhada no corpo, usada por muitos, foi uma forma de demonstrar descontentamento com a fala do secretário de Educação Frederico Tavares Rangel. O secretário orientou os diretores, durante uma reunião nesta quinta (21), a marcarem um asterisco na frente do nome dos grevistas, para a prefeitura descontar os dias não trabalhados posteriormente. Os docentes também penduraram um varal com fotos que retratam as condições estruturais das unidades de ensino do município.
No alto do mini trio elétrico, vários professores e servidores falaram sobre as dificuldades do dia a dia e também sobre a força do movimento.
“É importante dizer para toda a população que não estamos lutando só pelo reajuste. Estamos também na luta por melhores condições de trabalho e pela qualidade de ensino. Nós somos igual massa de bolo, quanto mais o Governo bate, mais a gente cresce. A nossa greve não e ilegal como eles estão falando. O secretário Anthony Garotinho vai para as rádios e fala o que quer. Ele acusa nosso movimento de ser ilegal, mas temos o apoio do sindicato e avisamos com antecedência”, falou a professora Odisséia Carvalho. 
Reivindicações – Os professores estão reivindicando Plano de Cargos e Salários total, reajuste salarial, reposição das perdas salariais, condições dignas de trabalho, retorno do Plano de Saúde e vale-transporte, que estão suspensos há quatro meses, para todos os servidores; Auxílio Alimentação no valor de R$ 500; redução da carga horária em 1/3; e a incorporação da gratificação nos salários dos profissionais.