Independente da frustração causada pela ausência do prometido "relatório" do prefeito em exercício, Roberto Henriques, está sendo criado, aos poucos, na Câmara Municipal de Campos, um ambiente propício à instalação de uma comissão de investigação para apurar as denúncias de corrupção no governo Mocaiber. Não cabe, à exceção da omissão conivente, outra alternativa aos vereadores a não ser chamarem a si a responsabilidade pelo julgamento político do prefeito afastado. Sobre Mocaiber pesam robustos indícios e eloqüentes são as provas encontradas tanto pelo Ministério Público Federal quanto pelo governo interino. Diante disso, a Câmara não pode continuar "se fazendo de morta" para ver o que vai dar.
Na iminência de não terem Mocaiber de volta ao cargo e, por conseguinte, interrompido o esquema que garantiria a reeleição de boa parte deles, os vereadores vão chegar à conclusão que adotar o discurso da ética, investigar as denúncias e até chegar à cassação do mandato de Mocaiber pode ser a saída para o futuro político deles próprios. Além disso, ficariam com a imagem um pouco melhor junto ao eleitorado e, de quebra, ganhariam o reconhecimento do prefeito efetivado no cargo e, quem sabe, até alguma colaboração para a campanha.
Cumprir obrigação por conveniência de ocasião, pode ser até um raciocínio hipócrita, mas o que esperar de uma classe política com antecedentes tão reprováveis como os que temos visto no país nos últimos anos?
Ricardo, veja minha proposta kamikaze para acabar com o desvio dos royalties.
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