Foi um dos ícones na luta contra o regime militar e em defesa dos índios, sem-terra e sem-nada. Escapou de cinco processos de expulsão movidos pelo gorilas da ditadura.
No final dos anos 70 fez com Milton Nascimento a "Missa dos Quilombos", uma missa-espetáculo que resultou num antológico LP.
D. Pedro Casaldáliga é também um poeta candente.
Veja dois trechos de poemas seus retirados do livro "Antologia Retirante", editado pela Civilização Brasileira, em 1978:
"TERRA NOSSA, LIBERDADE
...
Malditas sejam
todas as cercas!
Malditas todas as
propriedades privadas
que nos privam
de viver e de amar!
Malditas sejam todas as leis,
amanhadas por umas poucas mãos
para ampararem cercas e bois
e fazer a Terra, escrava
e escravos os humanos!
Outra é a Terra nossa, homens, todos!
A humana Terra livre, irmãos!"
"TESTAMENTO
Enterrem-me no rio,
perto de uma garça branca.
O resto já será meu.
E aquela correnteza franca
que eu, passando, pedia,
será pátria recuperada.
O êxito do fracassso.
A graça da chegada.
A sombra-em-cruz da vida,
sob este sol de verdade
tem a exata medida
da paz de um homem morto...
E o tempo é eternidade
e toda a rota é porto!"
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