Faltando ainda 17 dias para o segundo turno e com uma diferença de apenas 6% a favor de Dilma e um crescimento de Serra, já tem gente defendendo que o presidente Lula se licencie do cargo e dedique-se integralmente à campanha.
Pela Constituição, se o presidente se licenciar, assumem, pela ordem, o vice-presidente da República, presidente da Câmara, o presidente do Senado e o presidente do Supremo Tribunal Federal. Aí o problema torna-se mais complicado do que se pensa:
O vice-presidente José Alencar, que já passou por 15 cirurgias nos últimos meses, está internado, mais uma vez, no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo e dificilmente teria condições de assumir o cargo por três semanas seguidas.
O presidente da Câmara, Michel Temer, é o candidato à vice-presidente da chapa de Dilma e ficaria inelegível se assumisse a Presidência.
José Sarney, presidente do Senado, também está internado no Sirio-Libanês em São Paulo, com problemas cardíacos. Ele passou mal na véspera da eleição, no Maranhão, e está, desde o último dia 5, no hospital paulista.
Resta Cézar Peluso, presidente do STF, que está em viagem oficial à França.
Em 2002, houve um caso semelhante. Fernando Henrique Cardoso não abriu mão de sua agenda de viagens internacionais durante a campanha eleitoral e na linha sucessória estavam todos impedidos: o vice-presidente Marco Maciel era candidato ao Senado; o presidente da Câmara, Aécio Neves, disputava o governo de Minas e o presidente do Senado, Ramez Tebet, buscava a reeleição. Então, por mais de uma vez, assumiu a Presidência da República, por períodos pequenos de um, dois dias, então presidente do STF, Marco Aurélio Melo.
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