O mês de agosto, tão propício para crises políticas no Brasil, começa nesta segunda-feira com a reabertura do Congresso Nacional após o recesso de meio de ano. Com os deputados e senadores fora de Brasília, a presidenta Dilma fez (sempre após denúncias publicadas na imprensa) uma faxina no Ministério dos Transportes de onde exonerou quase duas dúzias de diretores indicados pelo Partido da República (PR).
Findo o recesso os parlamentares do PR vão querer dar o troco. Ou partem para retaliar nos ministérios comandados pelo PT ou vão exigir as compensações que a presidente vai ceder para manter maioria folgada na Câmara e Senado.
Além disso, Dilma tem pela frente outro caso delicado: o Ministro da Defesa, Nelson Jobim (foto), indicado por Lula para permanecer no cargo, cometeu a indelicadeza de dizer, na semana passada, ao repórter Fernando Rodrigues, da Folha de S. Paulo, que votou em José Serra nas eleições passadas e não em Dilma. A presidente teria ficado ofendida e decidiu colocar Jobim na geladeira à espera do momento certo para demití-lo.
E justamente neste primeiro dia de agosto, Jobim é o entrevistado do programa Roda Viva, da Tv Cultura ( 22h15) e a inconfidência é tema certo do programa.
Jobim foi um dos mais destacados deputados constituintes de 1988 a ele cabendo a presidência da chamada comissão de sistematização, a mais importante da Assembléia Constituinte, depois foi ministro da Justiça de Fernando Henrique Cardoso. Mais tarde, FH nomeou Jobim para o Supremo Tribunal Federal (STF), do qual foi presidente e também do TSE.
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