Promessa cumprida

Na rabeira da lista dos candidatos da coligação PR-PTdoB com 22.619 votos, Paulo Feijó finalmente conquistou hoje o mandato prometido pelo seu novo líder político. Em 2008, Feijó, até então inimigo de Garotinho, aceitou participar da eleição com uma candidatura laranja e facilitar a eleição de Rosinha. Em troca, a garantia de voltar à Câmara Federal. Garotinho fez a parte dele: deu a Feijó uma secretária (Meio Ambiente), apoio financeiro para a campanha, mas Feijó só conseguiu votos para ser o último da lista do PR a ser beneficiado com a boa votação de Garotinho (694.862 votos), mas um candidato do PTdoB, com 29.176 votos pleiteou a vaga, tomou posse e empurrou até o ato de diplomação hoje, após longo processo no TSE. Feijó conseguiu a vaga porque os votos dos 18 candidatos do PTdoB foram anulados.

Feijó conseguiu voltar a ocupar uma vaga na Câmara Federal, mas os seus eleitores deixaram claro que não gostaram de sua metamorfose. Nos palanques de eleições anteriores a 2008, bradava que preferia ser vítima de uma doença que se juntar ao "pessoal de Garotinho". Os números mostram a insatisfação dos seus eleitores, que talvez o considerassem melhor no papel de lobo anti-Garotinho que o de cordeiro vira-casaca. Em 1998, Feijó foi eleito para o Congresso Nacional pela primeira vez com 72.215 votos; em 2000 disputou a Prefeitura de Campos e teve 54.761 votos. Em 2002 foi reeleito deputado federal com expressiva votação: 100.935 votos, mas em 2006 renunciou ao mandato depois de ter seu nome envolvido na máfia dos sanguessugas. Nada ficou provado  mas não pode concorrer à reeleição porque o seu partido à época, o PSDB o ameaçou de expulsão.

Em que vai dar essa nova amizade com a turma de Garotinho é uma incógnita, mas o que não se pode negar é que o Feijó que assume o mandato amanhã é bem menor que o tucano aguerrido que se mostrava como opção àquele a quem cegamente segue hoje. Pelo menos por enquanto.

OBS.: Os dados sobre as votações de Paulo Feijó nas diversas eleições foram pesquisados no TSE.