06/01/2013 - 19H25 - RAV
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Mais um golpe no cenário urbano de Campos. O casarão da família Pinto na esquina da Saldanha Marinho com Treze de Maio foi posto abaixo na calada da noite durante o final de semana, conforme flagrante denunciado por Luciana Portinho do Blog de Luciano Portinho, da Folha da Manhã (aqui).
No último dia primeiro, o Blog mostrou aqui outras casas demolidas, na região da Pelinca, para dar lugar, certamente, a novos arranha-céus.
Enquanto os órgãos municipais que existem (?) para defender o patrimônio histórico do município, continuam em criminoso silêncio.
Abaixo a denúncia de Luciana:
E na calada da noite
Relexões, de Giana Barcelos (aqui):
E mais:
Blog do Ralh Braz (aqui)
Do Jornal Terceira Via (aqui)
Data: 06/01/2013 - 16:54:25
Casarão antigo demolido sem autorização neste domingo em Campos
Denúncia foi enviada por um leitor do Terceira Via. Outras pessoas fotografaram a demolição e vão enviar o material para o MP
Sem a presença de autoridades competentes, um prédio antigo de Campos foi demolido na madrugada deste domingo (06/01). A denúncia do crime ao patrimônio público foi enviada por um leitor do Terceira Via, que indignado com o fato e com o descaso do proprietário do imóvel fotografou toda a ação do desmonte.
Segundo informações, o prédio, situado na esquina da Saldanha Marinho com rua Treze de Maio, próximo ao Vips Center, no Centro de Campos, começou a ser demolido por volta das 23h. A ação e a retirada dos entulhos aconteceu até o início da tarde deste domingo, sem a presença de nenhuma autoridade.
Por lá foram vistos caminhões caçamba que recolheram a maior parte dos destroços do casarão, retro escavadeiras e carretas. Tudo feito sob os olhares dos proprietários, que não quiseram se identificar nem se pronunciar.
Segundo o leitor, outras pessoas fotografaram a demolição e vão enviar o material para o Ministério Público.
Atualização em 07/01/2013 - 23h26:
Folha on line (aqui):
Em 12 de julho do ano passado, a Folha da Manhã abriu a matéria intitulada “Guarde o sorriso para o ano que vem” na capa da Folha Dois. A reportagem chamava a atenção para o estado de abandono do histórico casarão. O ano de 2013 não chegou com um sorriso, mas com o prédio transformado em escombros. Naquela ocasião, o professor e acadêmico Aristides Soffiati enquadrara a construção como uma possível última representante do tipo de construção narrada no livro do campista José Cândido de Carvalho “O coronel e o Lobisomem”.
Também na mesma oportunidade Orávio de Campos afirmara que prédio estava protegido.
— A chácara está protegida pela Lei 7972, de 31 de março de 2008, como um importante símbolo da chamada aristocracia urbana. É importante para a historicidade, pelo ponto de vista da cultura e do patrimônio arquitetônico — disse.
Para o professor e pesquisador representante da sociedade civil no Coppam, Leonardo Vasconcelos, a chácara, construída em 1870, era um bem arquitetônico que já não existe no município; uma construção colonial de alto padrão. Era também um bem histórico, foi residência de uma pessoa destacada; o comerciante português Matias José de Freitas Aranthes, um influente negociador de açúcar. “O pedido de demolição chegou há cerca de seis meses no Coppam e foi recusado. Propus então no Conselho que a prefeitura desapropriasse o imóvel e lá instalasse o Museu Temático do Comércio, não foi aceito pelo presidente Orávio de Campos.
Violências à preservação do patrimônio público como esse último, ano a ano se repetem em Campos. Chocam os formadores de opinião, indignam a ainda frágil cidadania, fortalecem a amnésia histórica da população local.
Logo pela manhã de hoje, o MPE será oficialmente notificado da derrubada do histórico imóvel, é o que promete fazer Orávio de Campos. “Já pedi ao fotógrafo Wellington Cordeiro o registro de imagens. Afinal o Coppam é de preservação, não de demolição. Já havia uma informação à família do ex-prefeito Carlos Alberto Campista [proprietária do imóvel] de que se tratava de um prédio tombado, apesar dele pessoalmente ter entrado com uma liminar, também na Justiça Comum, arguindo o direito de propriedade para demolir o prédio. Vamos nos dirigir ao Dr. Marcelo Lessa. Como presidente do Coppam não fui notificado do ato, não tivemos conhecimento prévio. Em um sábado, pela noite, me parece que a ‘coisa’ contém algum dolo”, lamentou Orávio.
Atualização em 07/01/2013 - 23h26:
Folha on line (aqui):
Cultura e Lazer
Demolição: um crime contra história
Na noite do último sábado, com a cidade esvaziada de sua população — que veraneia nas praias —, com o auxílio de uma retro escavadeira hidráulica de esteira, de alguns caminhões baú e de veículos que supervisionavam a ação noturna, foi iniciada a derrubada de um exemplar arquitetônico remanescente da aristocracia do século XIX, situado na esquina da rua Saldanha Marinho com a Treze de Maio, em pleno centro da cidade de Campos. Como secretário de Cultura e presidente do Conselho de Preservação do Patrimônio Arquitetônico Municipal (Coppam), Orávio de Campos promete acionar o Ministério Público Estadual (MPE) ainda na manhã de hoje.
Em 12 de julho do ano passado, a Folha da Manhã abriu a matéria intitulada “Guarde o sorriso para o ano que vem” na capa da Folha Dois. A reportagem chamava a atenção para o estado de abandono do histórico casarão. O ano de 2013 não chegou com um sorriso, mas com o prédio transformado em escombros. Naquela ocasião, o professor e acadêmico Aristides Soffiati enquadrara a construção como uma possível última representante do tipo de construção narrada no livro do campista José Cândido de Carvalho “O coronel e o Lobisomem”.
Também na mesma oportunidade Orávio de Campos afirmara que prédio estava protegido.
— A chácara está protegida pela Lei 7972, de 31 de março de 2008, como um importante símbolo da chamada aristocracia urbana. É importante para a historicidade, pelo ponto de vista da cultura e do patrimônio arquitetônico — disse.
Para o professor e pesquisador representante da sociedade civil no Coppam, Leonardo Vasconcelos, a chácara, construída em 1870, era um bem arquitetônico que já não existe no município; uma construção colonial de alto padrão. Era também um bem histórico, foi residência de uma pessoa destacada; o comerciante português Matias José de Freitas Aranthes, um influente negociador de açúcar. “O pedido de demolição chegou há cerca de seis meses no Coppam e foi recusado. Propus então no Conselho que a prefeitura desapropriasse o imóvel e lá instalasse o Museu Temático do Comércio, não foi aceito pelo presidente Orávio de Campos.
O fato é que o Coppam não tem “poder de polícia” e sendo assim não é respeitado por não poder impedir ações de derrubada no nascedouro”, fala o pesquisador. Ele revela ter, por vezes, ímpetos de se desligar do Coppam, “Fico com a sensação de servir para referendar atitudes de desobediência civil, de tirar minhoca do asfalto; está tudo errado no Coppam, nem um calendário de reuniões regulares temos mais. Nada mais me causa espanto e pelo jeito vai continuar”, desabafou Leonardo.
Violências à preservação do patrimônio público como esse último, ano a ano se repetem em Campos. Chocam os formadores de opinião, indignam a ainda frágil cidadania, fortalecem a amnésia histórica da população local.
Logo pela manhã de hoje, o MPE será oficialmente notificado da derrubada do histórico imóvel, é o que promete fazer Orávio de Campos. “Já pedi ao fotógrafo Wellington Cordeiro o registro de imagens. Afinal o Coppam é de preservação, não de demolição. Já havia uma informação à família do ex-prefeito Carlos Alberto Campista [proprietária do imóvel] de que se tratava de um prédio tombado, apesar dele pessoalmente ter entrado com uma liminar, também na Justiça Comum, arguindo o direito de propriedade para demolir o prédio. Vamos nos dirigir ao Dr. Marcelo Lessa. Como presidente do Coppam não fui notificado do ato, não tivemos conhecimento prévio. Em um sábado, pela noite, me parece que a ‘coisa’ contém algum dolo”, lamentou Orávio.
Luciana Portinho
Atualização 07/01/2013 23h27:
Ururau (aqui):
IDADES E REGIÃO - DEMOLIÇÃO DE PATRIMÔNIO
Prédio demolido deixa populares e autoridades públicas indignados
Mauro de Souza/Carlos Grevi
Órgãos responsáveis afirmam que intervenção foi arbitrária
A demolição de um prédio histórico localizado bem no Centro da cidade revoltou a todos. A intervenção ocorreu na noite do último sábado (05/01), em meio ao deserto em que se encontrava a cidade de Campos, visto que, a maioria da população se encontra passando férias em outros pontos da região. De acordo com o secretário de Cultura e presidente do Conselho de Preservação do Patrimônio Arquitetônico Municipal (Coppam), Orávio de Campos Soares, a demolição foi arbitrária, sem parecer técnico do órgão responsável e sem autorização da Secretaria Municipal de Obras e Urbanismo.
Ainda segundo Orávio, não existe sentença prolatada e o assunto está sendo debatido na 4ª Vara Civil, com respaldo no Ministério Público do Estado do Rio (MPE), pois trata-se de um crime praticado contra a história da cidade.
“O prédio, pela sua importância, estava protegida pela Lei 7972, de 31 de Março de 2008 (Plano Diretor). No momento estava sendo feito o expediente regimental para ser tombado pelo patrimônio histórico municipal. Portanto, não poderia ser demolido”, afirmou o secretário.
O exemplar arquitetônico remanescente da aristocracia do século XIX, situado na esquina da Rua Saldanha Marinho com a Treze de Maio, é de 1870. Segundo Orávio, o comerciante Matias José de Freitas Arantes o construiu para residência e era o último espécime remanescente da aristocracia urbana campista. “O próximo passo a ser feito é denunciar e esperar que o Ministério Público tome as providências”, contou o presidente do Conselho acrescentando que no municio de Campos, existem vários prédios protegidos igualmente pelo Plano Diretor.
SECRETARIA DE OBRAS E URBANISMO EMBARGA INTERVENÇÃO
Nesta segunda-feira (07/01) a equipe do Site Ururauentrou em contato com o secretário de Obras e Urbanismo, Edilson Peixoto, que informou que a obra da demolição foi embargada pelo órgão.
Segundo o secretário, a intervenção ocorreu a revelia e não houve nenhuma autorização da prefeitura para tal procedimento.
“Existe um processo deferido pela prefeitura que está tramitando na justiça, pois assim que soube da situação, a Coppam entrou com medidas para embargar a obra. A demolição aconteceu na calada da noite e ninguém viu. Diante disso, estamos tomando as providências cabíveis para tal fato”, revelou Edilson.
Ainda segundo Orávio, não existe sentença prolatada e o assunto está sendo debatido na 4ª Vara Civil, com respaldo no Ministério Público do Estado do Rio (MPE), pois trata-se de um crime praticado contra a história da cidade.
“O prédio, pela sua importância, estava protegida pela Lei 7972, de 31 de Março de 2008 (Plano Diretor). No momento estava sendo feito o expediente regimental para ser tombado pelo patrimônio histórico municipal. Portanto, não poderia ser demolido”, afirmou o secretário.
O exemplar arquitetônico remanescente da aristocracia do século XIX, situado na esquina da Rua Saldanha Marinho com a Treze de Maio, é de 1870. Segundo Orávio, o comerciante Matias José de Freitas Arantes o construiu para residência e era o último espécime remanescente da aristocracia urbana campista. “O próximo passo a ser feito é denunciar e esperar que o Ministério Público tome as providências”, contou o presidente do Conselho acrescentando que no municio de Campos, existem vários prédios protegidos igualmente pelo Plano Diretor.
SECRETARIA DE OBRAS E URBANISMO EMBARGA INTERVENÇÃO
Nesta segunda-feira (07/01) a equipe do Site Ururauentrou em contato com o secretário de Obras e Urbanismo, Edilson Peixoto, que informou que a obra da demolição foi embargada pelo órgão.
Segundo o secretário, a intervenção ocorreu a revelia e não houve nenhuma autorização da prefeitura para tal procedimento.
“Existe um processo deferido pela prefeitura que está tramitando na justiça, pois assim que soube da situação, a Coppam entrou com medidas para embargar a obra. A demolição aconteceu na calada da noite e ninguém viu. Diante disso, estamos tomando as providências cabíveis para tal fato”, revelou Edilson.
07/01/2013 08:40
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