quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

SERÁ?

Que os atuais donos do poder sofrem de concursofobia, eu já sabia, porque preferem lotear os empregos entre apadrinhados que vão lhe retribuir em votos nas eleições seguintes. Mas querer "melar" concurso já homologado é demais. Há de haver limite, até para essa gente!

Artigo de Alexandre Bastos publicado na Folha da Manhã de domingo (27/01/13) e aqui no Blog do Bastos:


Quem quer anular o concurso da Câmara?

Quem quer anular o concurso da Câmara?
Em política o mais importante não é o que dizem. As verdades estão escondidas entre palavras, atitudes, gestos e, principalmente, silêncios. Por isso, toda essa polêmica na Câmara de Campos, que envolve a gestão passada e a atual, vai muito além de supostos “erros grosseiros” e  troca de farpas entre adversários que eram aliados e aliados que se transformaram em adversários.
Livros como “A Arte da Guerra” (Sun Tzu), “O Príncipe” (Maquiavel) e “As 48 Leis do Poder” (Robert Greene e Joost Elffers), ensinam que após vencer uma batalha é importante terminar o serviço e se certificar de que o adversário foi realmente aniquilado. O que adianta ter o apoio de 21 dos 25 vereadores e não usar essa maioria para atropelar os que, em algum momento, acharam que era possível desafiar alguém maior e mais forte.
No tabuleiro político da terra goitacá, a primeira jogada é simples. O grupo governista vai apontar falhas do ex-presidente da Câmara de Campos, Nelson Nahim (PPL), com o seguinte objetivo: anular o concurso realizado durante a gestão dele. Mas o que ganharia o grupo de Garotinho com a anulação do concurso? Para eles, seria uma forma de atingir dois alvos com apenas um disparo. Além de desgastar Nahim, a ideia é barrar a entrada do advogado José Paes Neto, que passou em primeiro lugar. Para quem não se lembra, José Paes é o autor da ação popular que barrou as terceirizações do Reda em agosto do ano passado. Na época, o governo municipal, através de nota oficial e de manifestações individuais de seus membros – inclusive de Garotinho, proferiu uma série de ataques ao advogado. Agora, alguns meses depois, é hora de mostrar quem tem o poder nas mãos.
Se em 2009, após Rosinha Garotinho (PR) assumir a Prefeitura, a meta era bombardear e investigar o governo passado, a estratégia em 2013 é semelhante. Só que dessa vez o “governo passado” é a gestão de Nelson Nahim na Câmara. Nessa hora, muitos se surpreendem e perguntam: “Mas o Garotinho vai atacar o próprio irmão?”. Porém, para quem conhece as figuras envolvidas, não há surpresa. Até porque, como diria o Nelson Rodrigues: “Muitas vezes é a falta de caráter que decide uma partida. Não se faz literatura, política e futebol com bons sentimentos”.
* Alexandre Bastos — Artigo publicado na edição de hoje (27) da Folha

Nenhum comentário:

Postar um comentário