- Publicado em Sexta, 10 Maio 2013 18:39
- Escrito por Jacqueline Patrocinio
Em 2013, o conflito entre os jornalistas Carlos Lacerda, fundador da Tribuna da Imprensa, e Samuel Wainer, criador da Última Hora, completa 60 anos. O que parecia apenas uma briga entre proprietários de jornais concorrentes se transformou em crise política nacional, que é contada no livro Caso Última Hora - A crise que mudou o curso da história (Besouro Box).
Em contato com o Comunique-se, Guimarães fala sobre como concebeu o projeto. “A ideia surgiu em 2005, quando eu ainda cursava jornalismo. Cheguei ao momento que precisava definir o tema do meu TCC e após entrevistar o repórter Joel Silveira, conhecido como o 'víbora', tive a ideia. Com o passar do tempo, vi que a história era bem mais complexa do que imaginava e tinha potencial para virar livro”.
Caso Última HoraA edição da Tribuna da Imprensa de 20 maio de 1953 acusava Wainer de ter fundado o jornal Última Hora com empréstimos irregulares obtidos ao Banco do Brasil. A reportagem tinha como base as declarações do procurador do instituto oficial de crédito, que fiscalizava o diário vespertino. Mesmo sem ter como pagar, o empresário teria conseguido o dinheiro em razão da amizade com o presidente Getúlio Vargas.
A equipe da Última Hora procurou desmentir a denúncia, mas teve que se explicar em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), proposta pelo deputado federal Armando Falcão. Com isso, Lacerda iniciou campanha para provar que o jornal de Wainer foi fundado com recursos indevidos e teve Assis Chateaubriand, dono dos Diários Associados, como aliado.
“A crise política colaborou para a tentativa de assassinato cometida contra Lacerda, em 5 de agosto de 1954, que ficou conhecido como Atentado da Rua Tonelero. Apesar de praticamente esquecido, o episódio é fundamental para a compreensão da tensão que levou o presidente Getúlio Vargas ao suicídio, dezenove dias depois”, lembra Guimarães.
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