quinta-feira, 20 de março de 2014

CABRAL DIZ AO JORNAL NACIONAL QUE TRANSPOSIÇÃO DE ÁGUAS DA BACIA DO PARAÍBA PARA SP É "INVIÁVEL"

A principal reportagem da edição de hoje do Jornal Nacional foi sobre o problema do abastecimento de águia na região metropolitana de São Paulo e o projeto do governo paulista de executar um projeto de transposição das águas de um dos afluentes do Rio Paraíba do Sul para o sistema Cantareira.
Em entrevista ao JN, o governador Sérgio Cabral disse que o projeto é "inviável".
Veja daqui a pouco o vídeo com o matéria completa:

20/03/2014 19h57 - Atualizado em 20/03/2014 22h16

Cabral diz ser 'inviável' desviar rio para abastecer SP:' 'Não será tolerado'

São Paulo propõe a construção de represas no Rio Paraíba do Sul.
Secretaria do Ambiente diz que projeto pode agravar situação no RJ.

Do G1 Rio
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Vista geral do Rio Paraíba do Sul, em Campos dos Goytavazes, Norte Fluminense (Foto: Hellen Souza / Agência O Dia / Estadão Conteúdo)Rio Paraíba do Sul em Campos, Norte Fluminense (Foto: Hellen Souza / Agência O Dia / Estadão Conteúdo)
O governador Sérgio Cabral disse nesta quinta-feira (20) ser praticamente inviável o projeto do governo paulista que prevê bombear parte da água do Rio Paraíba do Sul para ajudar a conter a seca em São Paulo, como mostrou o RJTV. O rio é a principal fonte de abastecimento de água para o Rio e para a Baixada Fluminense.
"Meus técnicos adiantaram que é uma possibilidade remota, eu diria inviável, porque ela implica em atrapalhar o abastecimento da população do Rio. Isso nao será tolerado", disse Cabral, admitindo que ainda não sabe muitos detalhes do projeto.

A captação da água do Paraíba do Sul abre uma disputa entre São Paulo e o Rio. O governo paulista apresentou uma proposta pra usar o rio — que passa por três estados — em épocas de seca no Sistema Cantareira.

O Paraíba do Sul já atende a maior parte dos cariocas e a divisão poderia comprometer o abastecimento para 11 milhões de famílias.
A Agência Nacional de Águas (ANA) ainda não se pronunciou sobre o assunto. Enquanto isso, o Sistema Cantareira, que abastece oito milhões de pessoas na Grande São Paulo vai perdendo água. O sistema está com menos de 15 % da capacidade.
O governo do Rio diz que está fazendo estudos porque teme problemas de abastecimento. Nesta quinta, o secretário de Ambiente, Índio da Costa,
"Hoje, no Rio de Janeiro, já 8% do tempo não tem água suficiente pro nosso estado, do jeito que está o Paraíba do Sul. Se a gente for captar sem ter um estudo aprofundado, esse risco de aumentar de 8% por cento do tempo pra 10%, pra 15%, pra 30%, é muito grande.
Projeto
O projeto do governo de São Paulo é interligar a Represa de Jaguari, abastecida pelo Paraíba do Sul, com a Represa de Atibainha, que faz parte do Sistema Cantareira, a principal fonte de abastecimento da Grande São Paulo. A ligação seria feita num trecho de quase 15 quilômetros, com estação de bombeamento e um túnel num trecho de serra.
Segundo governador de São Paulo Geraldo Alckmin, quando o Sistema Cantareira estiver com menos de 35% da capacidade, a água será bombeada para lá. E quando o problema for na represa do Rio Paraíba do Sul é ela que poderá receber água do Cantareira.
"Falei hoje com o governador de Minas, o Antônio Anastasia, que é o grande contribuinte para a bacia porque ele mais colobora do que tira, falei com o governador Sérgio Cabral, que entendeu. Nós vamos aumentar a reservação do Paraíba, nós poderemos fazer inclusive novos reservatórios", disse Alckmin.
Segundo o governo de São Paulo, a obra poderia ser iniciada daqui a quatro meses e levaria outros 14 meses para ficar pronta. A estimativa é de que sejam gastos R$ 500 milhões.
Por meio de nota, a Secretaria do Ambiente do Rio de Janeiro, informou que estudos ainda em elaboração, apontam que a disponibilidade hídrica atual já apresenta problemas no período de estiagem. E mesmo que São Paulo construa reservatórios, a proposta de captação de água pode agravar essa situação.
Ambientalistas analisam
No meio do caminho entre São Paulo e Rio, o Comitê da Bacia do Vale do Paraíba diz que vai estudar a questão. "É lógico que se houver uma retirada muito grande de água do Rio Paraíba poderá haver desabastecimento. Então, é isso que é discutido", destacou Francisco Carlos, do Comitê.
Já a ambientalista Malu Ribeiro, coordenadora da ONG S.O.S. Mata Atlântica, recomenda cautela. "Sem ver os estudos, sem uma avaliação ambiental estratégica, sem o estudo de impacto ambiental, não dá para dizer se ele é viável ou inviável", disse a ambientalista.
Para o jornal O Globo, a Cedae, companhia de água e esgoto do Rio, disse que a captação de água na Represa Jaguari pode afetar o Rio Jaguari, o que provocaria reflexos no abastecimento de cidades do Rio de Janeiro e comprometeria a irrigação das lavouras. A companhia alertou ainda que a medida pode aumentar a chamada língua salina, quando a água do mar invade o curso do rio e destrói as margens.
Estudiosos são unânimes em dizer que a Região Metropolitana de São Paulo, que fica num planalto é muito seca e que os poucos rios que há na região, como o Tietê, estão completamente poluídos.

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