quarta-feira, 24 de setembro de 2014

A REJEIÇÃO E O SEGUNDO TURNO

  Faltando pouco mais de dez dias e quatro programas de televisão para o primeiro turno, há poucas ou nenhuma chance de mudança significativa no quadro da disputa pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro. A pesquisa Ibope divulgada nesta terça-feira, reflete uma evolução que vinha sendo percebida há pelo menos três semanas, ou seja, estagnação das intenções  de voto do até então líder das pesquisas, Anthony Garotinho (PR), e a  ascensão de Luiz Fernando Pezão (PMDB).
Crivella (PRB) e Lindberg (PT) estão longe de ter chance de estar no segundo turno. Salvo um fato novo extremamente grave que tire um dos dois com assento já garantido.
Por isso, as articulações já se voltam para o segundo turno e chama atenção as dificuldades que Garotinho terá, primeiro para costurar alianças com os candidatos desclassificados no primeiro turno, e, principalmente, enfrentar a rejeição do eleitor ao seu nome, que gira em torno dos 40%.
Nos últimos dois anos Garotinho esteve diariamente num programa de rádio transmitido para todas as regiões do Estado, desempenhou com eficiência seu mandato de deputado federal e, como líder do PR na Câmara Federal, foi presença constante na mídia . Além disso, os dois mandatos que comandou no Governo do Estado, entre 1999 e 2006, ainda estão na memória do eleitor e, daí ser ele o mais conhecido dos candidatos e justamente está aí também seu "calcanhar de Aquiles", seu ponto fraco: 39% dos eleitores, segundo a pesquisa do Ibope desta terça-feira, não votariam nele "de jeito nenhum".
Vice-governador nos últimos sete anos e meio e titular a partir de abril, Pezão por sua vez era conhecido por pouco mais da metade do eleitorado no início da campanha e foi conquistando o eleitor beneficiado tanto pela máquina do Estado quanto pelos 10 minutos de exposição no programa eleitoral no rádio e TV contra dois minutos de Garotinho. Com pouca rejeição (16%), Pezão saiu de 15 pontos em julho para chegar à liderança com 29, enquanto Garotinho saiu de 21 pontos para 26, ou seja, cresceu apenas cinco pontos durante a campanha enquanto o adversário dobrou suas intenções de votos
No segundo turno os dois candidatos terão o mesmo tempo de televisão — 10 minutos cada — e a escolha da estratégia do programa e do discurso nas ruas serão importantes, mas o vital será resolver o problema da rejeição. 
E não adianta chamar Freud.
(Ricardo André Vasconcelos)

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