O deputado Geraldo Pudim (ainda no PR), levou 30 anos para descobrir, de verdade, a personalidade e ambição daquele que foi o melhor amigo dele e seu chefe político por três décadas. Em um desabafo publicado hoje no Facebook, Pudim, ameaçado de perder o mandato por infidelidade partidária, chama o ex-líder de "juiz de tribunal particular", "ator em final de carreira", "caudilho", "...afundado em suas ilações lunáticas", e acometido de "doença insana pelo poder", entre outros clichês.
Estranho é que o deputado, que foi vereador, vice-prefeito, deputado estadual, deputado federal e candidato a prefeito duas vezes com apoio de Garotinho, só agora descobriu essas facetas, que nós, simples observadores, estamos apontando há anos.
Não é assim que vai conseguiu um lugar na oposição real ao garotismo, porque não basta ser contra Garotinho, é preciso agir diferente dos garoristas.
Garotinho: juiz de um tribunal particular
Há um sério problema com os políticos que querem se perpetuar no poder indefinidamente: se esquecem dos reais objetivos pelos quais ingressaram na política. Este processo, assim como uma doença, acomete aqueles que, em algum momento, cederam as tentações do poder pelo poder em detrimento da luta pelo bem estar comum.
Infelizmente, muito infelizmente, este é o processo pelo qual passa Anthony Garotinho. Um homem que tinha tudo para ser um dos grandes nomes da política nacional, mas que deixa se abater por picuinhas provincianas. Parece um garoto dentro de um Garotinho. Confundiu o teatro que outrora amou com tanto vigor com o peso da realidade. Se um dia para o bem, hoje para o mal, só o vejo como um ator em final de carreira em busca do brilho que já não terá mais.
Enfim, fui julgado pelo tribunal da inquisição. Eu, por estar há algum tempo em discordância com os rumos que aquele grupo político vinha tomando resolvi expor ao ‘grande líder’ meus posicionamentos. E, assim como todos que contrariaram a ‘infalibilidade’ do caudilho fui alijado, perseguido e agora julgado em seu tribunal particular.
Em seu palco na Radio Diário FM Garotinho teceu ilações diversas dando a entender que sequestraria de mim e do deputado Jair Bittencourt o mandado a nós conferido pelo povo do estado do Rio de Janeiro. Uma verdadeira piada pronta de uma ópera-bufa miserável. É como se Garotinho, afundado em suas ilações lunáticas, tentasse aprisionar a todos no mundo imaginário que teceu pra si, mas o que se vê é que na trama da política Anthony perdeu o ponto e, há algum tempo, vem tecendo tão somente nós cegos de uma coisa amorfa.
Infelizmente Garotinho cultiva um conceito de amigo mais próximo de um amigo imaginário do que de um amigo real, aquele que cobra e fala as duras verdades que precisam ser ditas. Garotinho não merece amigos reais, pois não está preparado para o desafio de uma amizade verdadeira.
Neste tribunal particular em seu showmício na Radio Diário,na tentativa de me intimidar e provocar falsas ilusões nos suplentes, elaborou todo um enredo que se inicia sempre no discurso da traição, para então tentar justificar sua futura tentativa de golpe. Isso não vai acontecer! Discordância de ideia nunca foi motivo para ações de cassação de mandatos. Uma história dessas não passa de embuste, cujo qual o deslinde será tão somente o agravamento de sua desmoralização.
Neste tribunal Garotinho evocou para si os poderes de Promotor, Juiz, Desembargador do TRE, Ministro do TSE e Ministro do Supremo Tribunal Federal. Brincou de déspota sem mesmo ter algo que lhe confira poder para tal.
Guardo comigo o sentimento dos bons momentos e das coisas boas que fez pelo povo. É sempre duro ver alguém com tanto potencial jogar toda sua história no lixo, pois não sabe fazer qualquer tipo de gestão que não orbite sobre seu umbigo.
Espero em Deus, pois já não me restam forças para tal, que te cure da doença provocada pela busca insana pelo poder.
Nada mais é preciso adicionar ao texto tão perfeito que expressa o sentimento de tristeza de todos aqueles que acreditaram num projeto tão bonito que se perdeu na descoberta do caráter deformado do seu pretenso líder.
ResponderExcluirNenhuma crítica cabe a decisão de Pudim porque muitas vezes esperamos que mudanças de comportamento podem acontecer e quando elas não vem só resta virar a mesa e iniciar uma nova etapa.
Quanto ao posicionamento do jornalista não custa lembrar que ele também já esteve do lado de lá e criticar quem saiu mais tarde me parece um posicionamento mais de interesse pessoal do que profissional.
Vinte anos depois de ter estado do "lado de lá", acredito ter evoluído um pouco. Além da conjuntura, que era completamente diferente.
ResponderExcluirobrigado por sua participação, apesar de anônima.