segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

DELAÇÃO DE JONAS LOPES ABALA CÚPULA DO PMDB NO RJ


   De O Globo desta segunda-feira, 13/02/2017 (aqui):

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RIO — Desde que o ex-presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Jonas Lopes de Carvalho Filho foi levado, no dia 13 de dezembro, sob condução coercitiva, à Polícia Federal, um amigo dele tenta encontrá-lo. Depois de telefonar inutilmente, apelou à irmã do conselheiro, Roseli Pessanha. Dias depois, conseguiu se reunir com o filho do ex-presidente, o advogado Jonas Neto, também conduzido à PF. E finalmente faz o apelo pretendido:
— Por favor, peça ao seu pai que faça a delação enquanto é tempo.

Jonas saiu de circulação há pelo menos seis semanas. No dia 28 de dezembro, O GLOBO mostrou que ele havia pedido licença de três mesesNa edição deste domingo, o colunista Lauro Jardim informou que o ex-presidente e o filho estão em pleno processo de delação premiada. De acordo com o colunista, ele já teria denunciado o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Jorge Picciani, e cinco dos outros seis conselheiros do TCE. O Ministério Público Federal, como de praxe, não confirma o acordo.
As investigações envolvendo o TCE estão sendo conduzidas pelo subprocurador geral da República, José Bonifácio Borges de Andrada, com a colaboração da força-tarefa da Operação Calicute no Rio. O inquérito foi aberto com base na delação de dois ex-executivos da Andrade Gutierrez, Clóvis Renato Primo e Rogério Nora de Sá. Eles contaram que, para não ter problemas na aprovação dos contratos de obras e aditivos no TCE, pagaram propina no valor de 1% do dinheiro repassado à empreiteira.
Jonas é considerado, potencialmente, um delator forte. Além de presidir o TCE de 2011 a 2016, pegando o auge das obras que prepararam o Rio para a Copa do Mundo de Futebol e para os Jogos Olímpicos, o ex-presidente também conduzia o processo de fiscalização das contas das prefeituras fluminenses (à exceção da capital) e das autarquias estaduais. Uma das linhas de investigação explorava os contratos do escritório de Jonas Neto, filho do conselheiro e suspeito de operar a propina, com empreiteiras que prestam serviços aos municípios fluminenses.
De acordo com as delações, Jonas se valia de um ex-assessor do TCE Jorge Luiz Mendes Pereira da Silva, o Doda, para fazer a coleta da propina e lavá-la em seguida. Os delatores da Andrade Gutierrez contaram que a propina de 1% para o TCE foi acertada com o então secretário de Governo de Sérgio Cabral, Wilson Carlos, que está preso. No depoimento, Clóvis Primo citou o nome do conselheiro José Maurício Nolasco. Até então, o esquema de corrupção no tribunal seria desorganizado, obrigando as empresas interessadas a negociarem diretamente com os conselheiros. Wilson Carlos teria organizado o fluxo de recursos, determinando que a propina fosse entregue diretamente ao presidente, que cuidaria da partilha, encerrando assim as negociações isoladas, nas quais todos ficavam mais expostos.


DO BLOG:

  Nomeado,em abril de 2000, pelo então governador Anthony Garotinho para uma das sete vagas vitalícias no Tribunal de Contas do RJ,o advogado campista Jonas Lopes de Carvalho Filho,foi presidente da Corte de Contas de 2011 a 2016. É procurador da Prefeitura de Campos desde 1984, presidiu a Caixa de Previdência dos Servidores Municipais entre 1993 e 1994 e foi chefe de gabinete do governador Garotinho de 1999 até ser nomeado para a TCE.
  Membro de tradicional família ligada ao Direito, é filho do criminalista Jonas Lopes de Carvalho (assassinado em 1986); irmão da advogada Rosely Ribeiro de Carvalho Pessanha, que foi procuradora-geral da Prefeitura de Campos no governo Sergio Mendes (1993/1996) e cunhado do desembargador aposentado, Francisco de Assis Pessanha e tio do atual desembargador Francisco de Assis Pessanha Filho e pai de Jonas Lopes de Carvalho Neto. 

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