A mídia nacional deu pouca atenção, mas a visita de "cortesia" que o mais importante ministro do governo Lula fez ao presidente do Senado Renan Calheiros, no último sábado, tem um simbolismo preocupante.
Ficam várias impressões perigosas:
1 - Como renomado jurista, Jobim tem o direito de dar orientação jurídica a um amigo e colega de partido, mas como ex-presidente do Supremo, poderia também ter peso para influenciar no resultado de um eventual questionamento que poderia chegar ao STF quanto ao voto aberto aprovado no Conselho de Ética.
2 - Na condição de poderoso ministro da Defesa, estaria sinalizando aos aliados que o Planalto tem interesse em presevar Renan na presidência do Senado, independente de que se prove ou não que houve quebra de decoro, afronta à Constituição ou ao Código Penal.
3 - É certo que o senador das Alagoas é inocente até prova em contrário, mas os indícios à disposição da Comissão de Ética do Senado e da Polícia Federal são suficientes para recomendar que as autoridades mantenham dele uma certa distância, já que Renan insiste em não licenciar-se do cargo.
4 - Por fim, Jobim é apontado como um dos peemedebistas favoritos de Lula para disputar a sucessão presidencial. Por que, então, alguém com essa perspectiva vai se arriscar num gesto tão ousado? Ou Jobim acredita na salvação de Renan ou não sonha com nenhum futuro político para si próprio.
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