É cada vez mais caótica a situação do Instituto Médico Legal (IML) de Campos.
Além da falta de equipamentos para investigações, há apenas um rabecão para remoção dos corpos e não há peritos em número suficiente para atender aos casos de mortes em vias públicas.
Pior ainda: há dias em que não há nenhum perito de plantão no IML, como ontem.
Por isso, os corpos do casal que morreu num acidente de motocicleta na esquina das ruas Gil de Góis com Conselheiro José Fernandes, ficaram das 13 às 19h aguardando a chegada de um perito que veio de Miracema, há mais de 120 km de distância.
Esta é, segundo os repórteres que cobrem o setor policial, uma situação de rotina.
Rotina?
Meu Deus, onde está a nossa capacidade de indignação?
Dias desses vi o corpo de um rapaz, assassinado numa rua do Farol de São Thomé coberto por um lençol branco por mais de seis horas sob o sol forte. Enquanto aguardavam o rabecão, o perito e por fim, a presença do Estado que cobra imposto e devolve um péssimo serviço público, pai, mãe e irmão da vítima se revezavam segurando a mão do jovem morto aos 23 anos.
Uma cidade com mais de 500 mil habitantes e orçamento de R$ 1,5 bilhão/ano não pode, em hipótese alguma, conviver com essa realidade que beira ao limite da civilidade, do bom senso, do respeito à vida humana.
Num momento que se perde um parente, um amigo numa situação de violência/acidente é inadimíssivel que se imponha esse desleixo constrangedor às vítimas e seus parentes/amigos. Onde está o diligente Ministério Público?
Cadê o governador-turista?
Cadê os deputados-distribuidores de ambulância?
Cadê a nossa indignação?
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