domingo, 17 de outubro de 2010

Editora José Olympio vai lançar obras inéditas de José Cândido de Carvalho

O caderno Prosa & Verso do jornal O Globo, de ontem, publicou uma ampla matéria sobre o legado de escritores que deixaram livros inacabados, correspondências e outros documentos em poder de familiares. Na página 2 há um texto sobre o maior autor campista, José Cândido de Carvalho, e a notícia de que a Editora José Olympio pretende publicar o livro "O Rei Baltazar", que José Cândido morreu sem concluí-lo mas que foram encontradas várias versões para o fim do romance, além de contos inéditos.
Leia o texto:

José Cândido de Carvalho

Nos últimos anos de vida do escritor José Cândido de Carvalho, o meio literário especulava quando afinal seria lançado seu novo romance, do qual já se conhecia o título — "O Rei Baltazar" —, mas cuja conclusão vinha demorando mais que o esperado. Autor de um dos maiores sucessos da literatura brasileira, o romance  "O Coronel e o Lobisomem", Cândido de Carvalho morreu em 1989 sem concluir a obra, de que desde então não se teve mais notícia. No acervo que ele deixou ao morrer, porém, a filha Laura recentemente encontrou várias versões do livro que estão sendo cotejadas para que afinal ele seja publicado. O romance sairá pela José Olympio, que nos últimos anos tem editado toda a obra de José Cândido. Além do romance, o arquivo tem contos inéditos, cartas, várias fotos de reuniões de escritores e intelectuais, uma biblioteca de centenas de volumes e pastas com recortes de artigos e crônicas publicadas em jornais e nunca reunidos em livro. O conjunto é guardado no apartamento de Laura, em Ipanema, e já foi visitado nos últimos anos por alguns estudiosos da obra de Cândido de Carvalho, mas ainda está por ser analisado em detalhe.
— Não tenho condições e nem a competência profissional para dedicar a esse material o tempo e a energia que ele merece. Isso seria trabalho para pesquisadores e técnicos da área — afirma Laura.
Na correspondência do escritor, há, entre outras coisas, cartas de tradutores e editores estrangeiros de "O Coronel e o Lobisomem"; de Juscelino Kubitschek e Carlos Lacerda cumprimentando-o pela posse na Academia Brasileira de Letras; do poeta Mário Quintana apresentando sua própria candidatura à ABL, e ainda cartas de recomendação de políticos e intelectuais indicando pessoas para vagas na Funarte e RioArte, instituições que o escritor presidiu, respectivamente, de 1976 a 1981 e de 1982 a 1983.

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