Hoje, a partir das 21h10, na Rede TV!, os dois candidatos que disputam a preferência de 135 milhões de eleitores para administrar, pelos próximos quatro anos, um país com 190 milhões de habitantes e que é uma das 10 maiores economias do Planeta, têm mais uma chance de ampliar o debate à altura das complexidades que espera o vencedor da eleição de 31 de outubro.
Até aqui, este segundo turno tem sido uma disputa de hipócritas, alimentada pelos marqueteiros e suas pesquisas de opinião e que estão resumindo a pauta a um debate falso moralista sobre aborto e união civil entre pessoas do mesmo sexo. Parece que apenas esses dois temas são os problemas que o(a) futuro(a) presidente(a) vai enfrentar a partir de janeiro de 2011.
Tanto Dilma quanto Serra se mostram reféns da pauta religiosa. Mas não é só isso: são reféns não de dogmas mas de correntes atrasadas e conservadoras de denominações religiosas, sendo que muitas delas estão mais preocupadas com a Terra do que com o Céu, tanto que têm partidos políticos e grandes bancadas parlamentares.
É lamentável que os dois candidatos considerados modernos (guardadas as diferenças e semelhanças), com biografias de resistência à ditadura e ao obscurantismo se curvem à redução do debate e, assim, dão sua contribuição para atrasar ainda mais o país quando retrocedem no tempo e na história voltando a subjulgar o Estado à Igreja.
Resta saber, como todo o respeito, quem é mais hipócrita, os "religiosos" que sabem o que realmente pensam Serra e Dilma ou os candidatos quando abdicam da laicidade do Estado para garantir os votos dos inocentes eleitores ainda suscetíveis às sugestões de padres de pastores?
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