terça-feira, 5 de novembro de 2013

DEBORAH SECCO CONDENADA NO PROCESSO DO ESQUEMA DAS ONG`S NO GOVERNO ROSINHA

Da Folha de S.Paulo (aqui)

05/11/2013 - 17h08

Deborah Secco é condenada a pagar R$ 158 mil ao governo por desvio de verba pública


DIANA BRITO
DO RIO
A atriz Deborah Secco foi condenada pela Justiça do Rio, no último mês, a devolver R$ 158.191 aos cofres públicos, após ser denunciada pelo Ministério Público do Estado por improbidade administrativa. Além da artista, o casal de ex-governadores Rosinha Matheus (PMDB) e Anthony Garotinho (PR), entre outros denunciados, também respondem a acusação em processos diferentes, que ainda não foram julgados.
De acordo com a investigação do Ministério Público, a quantia --originalmente destinada à contratação de profissionais da saúde por intermédio da Fesp (Fundação Escola do Serviço Público)-- foi parar na conta da atriz após um esquema de desvio de dinheiro envolvendo sua família.



O advogado da atriz afirma que Deborah recebeu uma mesada do pai que, ao longo de quatro anos, soma R$ 158 mil
O advogado da atriz afirma que Deborah recebeu uma mesada do pai que, ao longo de quatro anos, soma R$ 158 mil
A sentença diz que Deborah Secco se apropriou do montante de R$ 158.191, repassado por seu pai, Ricardo Tindó Secco, chefe operacional do esquema. Ele realizou os desvios durante o governo Rosinha por meio de duas empresas fantasmas. A irmã da atriz, Bárbara Secco, foi beneficiada com R$ 79.155,45; a mãe, Sílvia Secco, recebeu R$ 86,5 mil; e o irmão, Ricardo Secco, ficou com R$ 44,6 mil.
Já a empresa Luz Produções Artísticas S/C Ltda, cujas sócias são Deborah --que tem 99% das ações-- e sua mãe --com 1% das ações--, ficou com R$ 163,7 mil. O pai de Debora foi condenado por improbidade administrativa em outro processo desmembrado. Ele recorreu e aguarda resposta da Justiça.
De acordo com a Promotoria, o esquema envolveu o repasse total de R$ 410 milhões para 14 ONGs subcontratadas pela Fesp com dispensa de licitação, incluindo quatro organizações citadas na sentença da atriz (INEP, INAAP, IBDT e CBDDC). Todas as instituições foram contratadas para prestar serviços de fornecimento de mão de obra, entre 2003 e 2006, no governo Rosinha.
De acordo com as investigações, Deborah teve dois cheques depositados em sua conta --um de R$ 77.191 e outro de R$ 81.000.
A denúncia aponta que parte dos recursos acabou em empresas fantasmas, em firmas de responsáveis por ONGs ou de seus parentes, em negócios criados para lavar o dinheiro, ou foi sacado na boca do caixa. Também há suspeita de que a verba teria sido usada na pré-candidatura de Anthony Garotinho à Presidência da República, em 2002, por meio de cheques.
Na sentença, o juiz Alexandre de Carvalho Mesquita, da 3ª Vara de Fazenda Pública, explica que a investigação teve início quando o Sindicato dos Enfermeiros do Rio de Janeiro questionou a contratação de profissionais da saúde pela Fesp.
APELAÇÃO
O advogado Mauro Roberto Gomes de Mattos, que defende Deborah Secco, a mãe e os irmãos dela, afirmou à Folha, na tarde desta terça-feira (5), que vai entrar com embargos de declaração na quarta-feira para questionar o juiz sobre pontos da defesa. "Não tem improbidade administrativa porque Débora recebeu durante quatro anos mesada do pai, que somadas dão esse valor de R$ 158 mil. O mesmo aconteceu com os irmãos e a mãe dela. Eles receberam verba privada e não pública", alega.
Mattos afirmou que também vai entrar com apelação cível no Tribunal de Justiça do Rio. "Não tem pertinência nenhuma contra ela, nem contra a família dela", argumenta o advogado, que não soube dizer as datas que a atriz recebeu a quantia do pai. 

DO BLOG:

Por ter prerrogativa de foro, o processo contra o deputado Garotinho e a prefeita Rosinha está correndo no Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito 3519. O relator é o ministro Dias Tofolli com quem está o pedido da Procuradoria Geral da República para que aceite a denúncia de ambos por peculato e lavagem de dinheiro. Veja aqui o acompanhamento do processo.


Sobre o assunto veja também no Blog na Curva do Rio, da jornalista Suzy Monteiro aqui.
 

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