Numa reunião que está acontecendo agora à noite, o PT de Campos está jogando na lata de lixo uma bela história de quase duas décadas de oposição no cenário político local.
Com uma maioria esmirrada, os atuais “donos” do partido devem aceitar a filiação do secretário de Saúde, Rodrigo Quitete e já na condição de pré-candidato à Câmara Municipal pela legenda.
Um grupo liderado pelo secretário-geral do partido, professor Fábio Siqueira, não foi à reunião em protesto (ver nota abaixo).
A entrada de Quitete no partido é a execução pura e simples da vontade do prefeito Mocaiber para atender a sua estratégia eleitoral para 2008, quando pretende disputar a reeleição com o maior número de legendas e, por conseguinte, tempo no rádio e televisão e, se possível, sem oposição.
Deve ser mesmo irresistível o charme e a solidez ideológica do prefeito para dobrar tão fácil e com tão poucos cargos a valentia, independência e coerência que o PT ostentava nos tempos de Ivete Marins, Antônio Carlos Rangel e outros.
Abaixo, na íntegra a nota de Fábio Siqueira distribuída há pouco por e-mail:
"NOTA À IMPRENSA
Após manter entendimentos com diversos membros do Diretório Municipal do PT que votaram contra a participação do partido no governo em reunião realizada em 15 de junho do corrente, como Roberto Moraes, Renato Gonçalves, Norma Dias, Félix Manhães e Vitor Carvalho, decidimos nos ausentar da reunião de hoje do Diretório Municipal, que deve acolher a filiação do Secrtário Municipal de Saúde, Rodrigo Quitete, afilhado político do prefeito Alexandre Mocaiber.
Frente a iminente aprovação de tal filiação por maioria do Diretório, resolvemos nos abster de tal decisão em coerência com nossa postura crítica no que se refere à participação do PT no governo Mocaiber, por entendermos que a filiação de Rodrigo Quitete reflete uma ingerência indevida do Prefeito na tática eleitoral do PT para 2008, na medida em que declarações do próprio Secretário, pré-candidato à vereador, atribuem ao prefeito sua opção partidária. Assim, preservamos nossa independência com relação à "entrega" do partido à Mocaiber e aos caminhos ou descaminhos da participação do PT no governo, atos de responsabilidade da maioria do Diretório Municipal, liderada por Helio Anomal, Makhoul Moussalem e Odisséia Carvalho.
Atenciosamente,
FABIO SIQUEIRA - Secretário-geral do Diretório do Municipal do PT ."
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