domingo, 27 de janeiro de 2013

PARA MST MORTE DE CÍCERO É RESULTADO DA "VIOLÊNCIA DO LATIFÚNDIO"


Do Blog de Erik Schunk (aqui)



Exigimos Justiça!



do SITE http://www.ururau.com.br


MST diz que morte de líder é resultado da 

violência do latifúndio

Segundo o MST, Cícero Guedes foi assassinado por pistoleiros. Ex-cortador de cana, o 
alagoano coordenava a ocupação do MST na Usina Cambaíba. Ainda de acordo com a 
nota, ele era assentado  desde 2002, no assentamento Zumbi dos Palmares, mas resolveu 
continuar na “luta pela reforma agrária”.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) divulgou nota em seu site dizendo
que a morte  de Cícero Guedes, líder de uma ocupação sem-terra em Campos, e que foi 
brutalmente assassinado na  manhã deste sábado(26/01), é “resultado da violência do 
latifúndio”. O corpo de Cícero foi encontrado  com vários tiros, segundo o delegado 
Geraldo Rangel, que investiga o caso.
“A morte da companheiro Cícero é resultado da violência do latifúndio, da impunidade das 
mortes dos  sem-terra e da lentidão do Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma 
Agrária] para assentar as  famílias e fazer a reforma agrária. O MST exige que os culpados 
sejam julgados, condenados e presos”, diz a nota.







Da Pàgina do MST


Coordenador de ocupação do MST na Usina Cambahyba é assassinado no Rio

26 de janeiro de 2013

O trabalhador rural e militante do MST Cícero Guedes foi assassinado por pistoleiros
nesta sexta-feira (25/1), nas proximidades da Usina Cambahyba, no município de Campos
dos Goytacazes (RJ).
Cícero foi baleado quando saía do assentamento de bicicleta. Nascido em Alagoas, ele
foi cortador de cana e coordenava a ocupação do MST na usina, que é um complexo de
sete fazendas que totaliza 3.500 hectares.
Esse latifúndio foi considerado improdutivo, segundo decisão do juiz federal Dario Ribeiro
Machado Júnior, divulgada em junho.A área pertencia ao já falecido Heli Ribeiro Gomes,
ex-vice governador biônico do Rio, e agora é controlada por seus herdeiros.
Cícero Guedes era assentado desde 2002 no Sítio Brava Gente, no norte do Rio de
Janeiro, no assentamento Zumbi dos Palmares, mas continuou a luta pela Reforma Agrária.
Era uma referência na construção do conhecimento agroecológico tanto entre os
companheiros de Movimento como também entre estudantes e professores da Universidade
do Norte Fluminense.
No lote, ele desenvolvia técnicas da agroecologia, com uma diversidade de plantas ,
respeitando a natureza e aproveitando de tudo que ela poderia dar. Começou com o plantio
de sua cerca viva de sabiá, que viu sua propriedade melhorar visualmente e também obter
uma boa fonte de renda.
Cícero também era conhecido pelas suas bananas, presentes em muitas partes do lote,
consorciadas com leguminosas, milho e espécies frutíferas.Os filhos cresceram vendo a
experiência se desenvolver e aprenderam com o pai que os alimentos produzidos na
agroecologia  têm qualidade superior aos do supermercado.
O agricultor assentado Cícero Guedes dos Santos, desde o inicio da ocupação do seu
lote em 2002, já possuía o desejo de ter em sua área diversidade de plantas , respeitando
a natureza e aproveitando de tudo que ela poderia dar. A natureza , inclusive, foi a fonte
de inspiração para esse tipo de consciência e o entendimento da mesma fez com que
esse sentimento de preservação e convívio fosse dia-a-dia aumentando.
Violência do latifúndio
O complexo de fazendas tem sido palco de todo tipo de violência: exploração de trabalho
infantil, exploração de mão de obra escrava, falta de pagamento de indenizações
trabalhistas, além de crimes ambientais.
Em dezembro, o Incra fez o compromisso de criar um assentamento na área da usina,
mas até agora não avancou no sentido de assentar as famílias.
A morte da companheiro Cícero é resultado da violência do latifúndio, da impunidade
das mortes dos Sem Terra e da lentidão do Incra para assentar as famílias e fazer a
Reforma Agrária. O MST exige que os culpados sejam julgados, condenados e presos.
As fazendas da Usina Cambahyba acumulam dívidas de milhões com a União e seu
processo de desapropriação está paralisado há 14 anos — desde que o Incra (Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária) considerou aquelas terras improdutivas e
passíveis de desapropriação para fins de reforma agrária.
Porém, a dívida da usina não se limita ao aspecto financeiro. No último mês de maio, os
brasileiros ficaram estarrecidos com a revelação de que os fornos de Cambahyba foram
usados para incinerar corpos de 10 militantes políticos durante a ditadura civil-militar
brasileira. A confissão do ex-delegado do Departamento de Ordem Política e Social (Dops),
 Cláudio Guerra, consta no livro “Memórias da uma guerra suja” e foi divulgada por toda
a imprensa.
Até hoje, porém, a Justiça Federal impede a desapropriação da área e já determinou
despejos violentos de famílias que reivindicam a terra. Essa é a segunda vez que o MST
realiza uma ocupação na área da usina.
A primeira foi em 2000, e seis anos depois, as Polícias Federal e Militar, por decisão da
Justiça Federal de Campos, despejaram as 100 famílias que haviam criado o acampamento
Oziel Alves II.







Nenhum comentário: