Rio de Janeiro
PM vai usar bomba de efeito moral com dobro da potência
Por falta de granadas em estoque, fabricante entregou hoje à polícia fluminense 2.000 artefatos produzidos para Angola, onde a concentração de lacrimogêneo é de 20% - no Brasil, o máximo permitido é de 10%
Leslie Leitão, do Rio de Janeiro
Rio de Janeiro - Manifestantes entram em confronto com a polícia durante protesto, na capital carioca (Sergio Moraes/Reuters)
“Perto desse lote que estava indo para Angola, a bomba do Brasil é um acarajé”, compara um oficial da PM, em entrevista ao site de VEJA.
A Polícia Militar do Rio passará a usar bombas de efeito moral duas vezes mais potentes do que as lançadas nas últimas manifestações na cidade. Uma obra do acaso fez com que a corporação adquirisse esse tipo de artefato: por absoluta falta de material no fornecedor desse produto, os policiais adquiriram bombas produzidas para serem exportadas para Angola – e fora das especificações brasileiras. Na verdade, as bombas não foram obtidas como manda o figurino. Ao fazer um novo pedido de emergência ao fabricante, a PM recebeu a informação de que não havia estoque disponível. Na base da pressão, os oficiais fluminenses arremataram, e carregaram, 2.000 bombas extra fortes.
“Perto desse lote que estava indo para Angola, a bomba do Brasil é um acarajé”, compara um oficial da PM, em entrevista ao site de VEJA.
Tecnicamente, a diferença é a seguinte: no Brasil, a concentração máxima de ortoclorobenzalmalononitrilo, o lacrimogêneo (CS), é de 10%. Em Angola, as granadas têm concentração de 20% de CS. Na prática, cada estouro no Rio vai significar o dobro da irritação para quem estiver no raio de alcance da fumaça tóxica.
Íntegra aqui na Veja on line.
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