Do portal de notícias TERCEIRA VIA (aqui):
Data: 30/10/2013 - 12:15:01
Pacientes continuam dormindo na porta do Álvaro Alvim
Mesmo após a confusão de ontem, muitos pacientes ainda são são obrigados a dormirem na fila para pegar uma senha
Um dia após o tumulto que só foi finalizado com a chegada da Polícia
Militar no Hospital Escola Álvaro Alvim, pacientes passaram mais uma
madrugada de via crucis, nesta quarta-feira (30 de outubro), na fila da instituição hospitalar.
Como pode ser visto nas fotos, várias pessoas dormiram nas filas em
busca de uma senha para marcação de consultas e exames médicos.
Por causa de situação semelhante, pacientes criaram um tumulto na
última terça-feira (29), após receberem a notícia de que não havia
senhas disponíveis para todo mundo.
Segundo a empregada doméstica Maria Cristina Henriques, que passou boa
parte desta madrugada na fila do hospital, além de ser humilhante a
situação que os eles são obrigados a passarem, a sensação é de revolta.
“Somos obrigados a passar e a ver pessoas sendo obrigadas a se
submeterem a esta humilhação mesmo estando com crianças, idosos, e isso
acontece praticamente todos os dias. Por mais revoltados que a gente
esteja, não temos como fazer nada”, afirmou.
Nota da assessoria de imprensa do Álvaro Alvim, também publicada no portal Terceira Via (aqui):
Pacientes dormem nas filas. Dormem para adquirir ingressos para
clássicos do futebol, shows e festivais com grandes ídolos do show
business e sempre, em qualquer situação onde a oferta é menor do que a
procura. O Hospital Escola Álvaro Alvim não é uma exceção na área de
saúde.
A fila é a maneira internacionalmente adotada para organizar por ordem de chegada indivíduos em busca de alguma coisa, seja ela atendimento médico ou bilhetes para
visitar a Capela Sistina, no Vaticano.
Vamos para a saúde pública e privada que são o foco da nossa abordagem. Há filas no Hospital Escola Álvaro Alvim, é verdade. Também é verdade que há pessoas que optam por dormir na fila, de modo a garantir seu atendimento. Não consideramos normal, muito pelo contrário. É uma consequência da política de saúde do Estado que considera a assistência à saúde “direito do cidadão e dever do Estado”, como está escrito na Constituição. Paremos por aí que uma análise mais aprofundada seria longa demais para o momento.
Hoje a defasagem entre a oferta e a demanda na área de saúde não se limita aos pacientes do SUS. Na saúde suplementar o problema está presente, ainda que em menor escala. Vide colunas de direito do consumidor e matérias veiculadas constantemente pela grande mídia, tanto impressa quanto eletrônica.
O Hospital Escola Álvaro Alvim não considera normal e repudia a existência de pacientes e seus familiares dormindo em filas, às portas de qualquer instituição, principalmente aquelas responsáveis pela assistência à saúde do cidadão.
Colocamo-nos à disposição para aprofundar os temas abordados, deixando de lado os efeitos e indo às causas, onde está a origem de todas as mazelas.
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