sábado, 17 de agosto de 2013

RODRIGO JANOT ESCOLHIDO POR DILMA PARA SER O NOVO PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA


O GLOBO
Publicado:17/08/13 - 19h22
Atualizado:17/08/13 - 19h28



O subprocurador Rodrigo Janot, escolhido por Dilma para substituir Roberto Gurgel na PGR Sérgio Marques / Agência O Globo


BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff escolheu Rodrigo Janot para ser o próximo procurador-geral da República. Janot encabeçava a lista tríplice elaborada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) e encaminhada à presidente em abril deste ano.

A escolha do procurador-geral cabe à presidente Dilma Rousseff, mas nos últimos dez anos, a tradição tem sido escolher um nome da lista da ANPR. Janot recebeu 511 votos dos seus colegas, ficando à frente de Ela Wiecko (457 votos) e Deborah Duprat (445 votos).O mandato do ex-procurador-geral Roberto Gurgel terminou no último dia 15 de agosto.

Leia mais sobre esse assunto aqui em O Globo.

WILSON BAPTISTA, DE NOVO, NA COLUNA DO ANCELMO

No mais

Alguém precisa mandar para o ministro Joaquim Barbosa, que tratou com desrespeito um colega do STF, o samba “Terra de cego”, de Wilson Baptista. Um verso:

“Pra não terminar a discussão/ Não deves apelar/Para um barulho na mão/ Em versos podes bem desacatar/ Pois não fica bonito/ Um bacharel brigar.”


(Coluna de Ancelmo Góis, hoje em O Globo).

SOBRA SHOW E FALTA LEITE




Por alexandre bastos, em 17-08-2013 - 12h57

Nos últimos meses a Prefeitura de Campos gastou mais de R$ 1 milhão com shows. Para se ter uma ideia, só o aluguel do palco que ficou na Praça São Salvador, com camarins e outras estruturas, saiu por R$ 500 mil. Enquanto isso, nos bairros e distritos mais distantes, o clima não é de festa. Hoje (17), durante o programa “Entrevista Coletiva”, que contou com a presença da prefeita Rosinha Garotinho (PR) e muitos aliados do grupo rosáceo, o apresentador Carlos Cunha informou no ar que uma ouvinte estava sem conseguir o leite especial Neocate há 15 dias. Este leite é recomendado para crianças que possuem algum tipo de alergia alimentar.
Em alguns casos, a orientação médica recomenda o consumo de oito latas do suplemento por mês. Cada lata custa cerca de R$ 150,00. Sem o alimento e sem dinheiro para comprar, muitos pais já tiveram que procurar a Justiça.
Para quem não se lembra, o problema com esse leite especial é antigo. Em nota publicada no início deste ano, o blog mostrou (aqui) relatos de 2011, 2012 e 2013.
Em janeiro, deixei uma pergunta no ar. Agora, sete meses depois, faço o mesmo questionamento:
Será que depois de tantas queixas a Prefeitura ainda não descobriu uma forma de evitar que as crianças fiquem sem o leite especial?

NA REDE

A equipe da Secretaria de Comunicação Social da PMCG, comandada pelo jornalista Sérgio Cunha, está participando de um seminário interno neste sábado.
A ordem é unificar o discurso e marcar presença ostensiva nas redes sociais.

CABRAL DIZ QUE FICA NO GOVERNO ATÉ ABRIL DE 2014. SERÁ QUE AGUENTA?


N° Edição: 2283 | 16.Ago.13 - 20:40 | Atualizado em 17.Ago.13 - 10:56


Sérgio Cabral

"Deixo o governo entre janeiro e abril de 2014"

O governador diz que passará o comando do Estado para o vice, afirma que o vandalismo tomou conta das manifestações e assegura que as UPPs nunca estiveram tão fortespor Eliane Lobato




PMDB NA CABEÇA
O governador do Rio, Sérgio Cabral, diz que não aceita palanque duplo no
Rio, a não ser que Lindbergh Farias (PT) concorde em ser vice de Pezão

Um dia depois de ter visto o Palácio Guanabara, sede do governo estadual do Rio de Janeiro, cercado por manifestantes que tentavam ocupar o local, o governador Sérgio Cabral (PMDB) recebeu a reportagem de ISTOÉ. Dizendo-se “muito preocupado” com o vandalismo que tomou conta dos protestos, Cabral enxerga por trás dos sucessivos atos contra ele segmentos políticos interessados em minar a aliança celebrada entre o governo do Estado, a presidenta Dilma Rousseff (PT) e o prefeito carioca, Eduardo Paes (PMDB). Para brigar pelo triunfo dessa parceria (PMDB-PT), Cabral revela que deixará o governo entre janeiro e abril de 2014. Com isso, o vice-governador Luiz Fernando de Souza, o Pezão, candidato à sua sucessão, assumirá o governo. “É importante que Pezão tenha tempo de conhecer e conquistar o eleitor fluminense. Acho que essa aliança fez muito bem ao Brasil e eu vou lutar por ela no plano estadual e federal”, disse o governador. Com 51 anos completados em janeiro, Cabral afirmou que, ao deixar o Palácio Guanabara, passará a ser apenas um militante. De Pezão e de Dilma.


"A dupla é essa: Pezão, o pai do PAC, e Dilma, a mãe do
PAC. O Lula disse isso uma vez na Rocinha, e está dito"


"Estou preocupado com o acuamento das instituições.
Coquetel molotov e rojões não fazem parte da democracia"

Fotos: Masao Goto Filho /ag. Isto É; ©REUTERS/B Mathur; Domingos Peixoto / agência o Globo

ISTOÉ - O sr. disse que poderia haver adversários políticos por trás das manifestações. Tem alguma prova?

SÉRGIO CABRAL - Na verdade, eu quis dizer que houve manifestações em todo o Brasil de jovens desejosos de participar, intervir no processo político, exercer cidadania de maneira muito saudável. Após esse momento, em diversas cidades do País, começaram as ações de menor dimensão vocacionadas por grupos que não são ligados a partidos, mas que têm premissas de combate ao poder público e de constrangimento à mídia. São grupos que têm o princípio de coação ao regime democrático, no meu entender. E há outros grupos que são ligados a partidos e lideranças políticas desejosos de antecipar o processo eleitoral. Esse é o processo atual que nada tem a ver com aquele momento, que começou em junho, em que todo o Brasil se manifestou.
ISTOÉ -O que diferencia os dois protestos, os de junho e os de agora?

SÉRGIO CABRAL - O tipo de manifestação atual me impressiona muito. Estou muito preocupado como brasileiro, não é nem como governador, com esse processo de acuamento das instituições com instrumentos que não devem fazer parte do processo democrático, como coquetel molotov, rojões, pedras. Isso eu nunca vi em manifestação. Nunca vi mascarado chegando, como chegaram na segunda-feira 12, no Palácio Guanabara, soltando rojões, jogando coquetel molotov nos policiais. Muitos vândalos quebrando agências bancárias. Isso não é ambiente para País democrático.
ISTOÉ - Acha que a aliança com a presidenta Dilma Rousseff pode ser afetada?

SÉRGIO CABRAL - Há, sem dúvida, no jogo político, forças políticas incomodadas com essa aliança que tem tido muito êxito nas políticas públicas e, como consequência, obtido vitórias eleitorais. Isso há. Em 2006 ganhamos o governo do Estado. Em 2008, nosso candidato a prefeito ganhou na capital (Eduardo Paes-PMDB). Em 2010 eu me reelegi no primeiro turno com 67% dos votos e, em 2012, o prefeito Paes se reelegeu com 65% dos votos, entre outras vitórias. Há setores e segmentos incomodados com as alianças. E, às vezes, até mesmo dentro dos nossos partidos há quem não esteja trabalhando como deveria para que essa aliança permaneça. Isso faz parte do jogo político. A gente tem que ter a sensibilidade para perceber isso.
ISTOÉ - É o momento mais difícil pelo qual o sr. passou?

SÉRGIO CABRAL - Já tive outros difíceis nesses quase 7 anos de governo. Houve um momento terrível em 2008 quando, em seu último ano como prefeito, Cesar Maia (DEM) lavou as mãos com o assunto da dengue e eu comecei a ver as pessoas morrendo. Falei: não vou ficar aqui discutindo se o mosquito é municipal, federal ou estadual. Fui para as ruas com a equipe de saúde assumindo tarefas que, teoricamente, seriam da prefeitura. Fizemos tendas de hidratação e comprei briga com médicos. Aquilo me expôs muito e os meus índices foram lá para baixo. Agora, não sou só eu, o Brasil todo viveu imagens conflitantes; a imagem institucional é que foi questionada.

ISTOÉ - O sr. fica até o fim do mandato?
SÉRGIO CABRAL -  É a primeira vez que falo isso: estou seriamente inclinado a permitir que a população conheça o meu vice Pezão com tempo suficiente para conviver com ele como governador. Então, da mesma maneira que vários governadores deixaram o cargo para o vice disputar a eleição, eu estou pensando em fazer o mesmo. O Pezão é homem público de uma seriedade, eficiência, simplicidade e capacidade extraordinária. É um sujeito que veio do chão da fábrica, foi vereador e prefeito. Ele é o nome para dar continuidade à obra política. É a maior segurança que este Estado tem para continuar no caminho certo.

ISTOÉ -  Quando o sr. pretende sair do governo, então?
SÉRGIO CABRAL - O prazo máximo é abril, porque as convenções são em junho, e não quero ficar muito perto do processo eleitoral. Quero que ele tenha tempo de amadurecer a relação dele com a população. Mas pode ser antes, pode ser em janeiro, estou estudando. Deixo o governo entre janeiro e abril de 2014.

ISTOÉ -  E o seu futuro?
SÉRGIO CABRAL -  Olha, vou responder com um trecho da música do Zeca Pagodinho: deixa a vida me levar. Vou me tornar um militante e lutar pela aliança entre o PT e o PMDB. Acho que essa aliança fez muito bem ao Brasil e eu vou lutar por ela no plano estadual e federal. Fora do governo fico mais liberado, mais à vontade para trabalhar essa aliança, que acho muito importante. Ela viabilizou conquistas para o Estado e para o Brasil. Acho que é meu dever conseguir amalgamar os três níveis de poder. Não significa que eu, Eduardo (Paes) e Dilma não tenhamos divergências, temos sim, mas temos uma agenda em comum e qualquer coisa que comprometa esse rumo é ruim.

ISTOÉ - O sr. continua sendo contra a possibilidade de Dilma ter dois palanques no Rio de Janeiro?
SÉRGIO CABRAL - Eu sou muito claro em relação a esse tema. Temos uma história de quase sete anos de parcerias, conquistas, solidariedade mútua. Isso não pode ser interrompido.

ISTOÉ - Uma aliança entre os dois candidatos Lindbergh Farias e Pezão é viável?
SÉRGIO CABRAL - Estamos de braços abertos para o PT continuar conosco nesse processo de aliança. Mas acho que temos a legitimidade, o direito de lançar o candidato a governador. Numa aliança é preciso olhar o todo, o processo geral. De coração aberto, quero discutir com os companheiros a manutenção dessa aliança.

ISTOÉ - A presidenta Dilma tem manifestado apoio?
SÉRGIO CABRAL - Muito. A presidenta é nossa companheira. Não só ela, mas também seus ministros. Hoje falei longamente com a ministra Miriam Belchior sobre a Linha 3 do metrô que estamos na eminência de conquistar os recursos. Porque é uma obra importante que liga Niterói/São Gonçalo e Itaboraí. Minha relação com os ministros do governo é muito respeitosa, carinhosa. E a presidenta é uma amiga. Ela sempre disse: “Serginho, você não é meu companheiro, é amigo”. E ela tem razão. Trocamos confidências. Ela me dá boas dicas de filmes e livros. E temos uma coisa em comum: somos liderados por Luiz Inácio Lula da Silva. A dupla é essa: Pezão, o pai do PAC, e Dilma, a mãe do PAC. O Lula disse isso uma vez na Rocinha, e está dito. É isso. Será que essa construção de aliança, essa solidariedade recíproca, merece ter dois palanques no Rio?
 
ISTOÉ - Muda algo nas UPPs?
SÉRGIO CABRAL -  Nunca esteve tão forte como está hoje. A gente tem que lembrar que antes das UPPs sumiam pessoas semanalmente na Rocinha. Quando essas comunidades eram controladas pelo poder paralelo, tráfico e milícia, o micro-ondas queimava pessoas. O Tim Lopes foi vítima disso. Claro, há interesses na desmoralização das UPPs por parte de marginais que querem enfraquecê-las. Sobre a resolução 013 da segurança, que põe na mão do comandante da UPP a decisão se pode ter bailes funks ou não, acho que está errado. Vou ligar para o Beltrame (o secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame) porque está errado. Na época que fizemos isso era outra fase. Hoje não precisa mais. Não é mais a Secretaria de Segurança, vai voltar a ser a prefeitura. A primeira UPP vai completar cinco anos em dezembro. A da Rocinha, dois anos em dezembro. A do Alemão, três anos em novembro. Depois de 40 anos de controle paralelo, barra pesadíssima. A resolução 013 é a segurança regulamentando eventos. Vamos devolver à prefeitura a responsabilidade de organização de eventos, além de outros órgãos legais, como bombeiros.
ISTOÉ - E o caso Amarildo, como fica?
SÉRGIO CABRAL - Está nas mãos da Delegacia de Homicídios. Confio no delegado Vivaldo Barbosa. É um caso que ninguém mais do que eu e o Beltrame queremos que seja elucidado, e tenho certeza que será. Tem uma linha de investigação que aponta para responsabilidade de PMS e outra linha que aponta para o tráfico. Como qualquer outra investigação, está sendo apurada. Importante é que ninguém vai passar a mão na cabeça de ninguém, não tem proteção a ninguém.

ROSINHA DÁ R$ 80 MIL PARA COMÉRCIO VENDER R$ 6 MILHÕES NA FEPE

                                                                                                Foto: Portal da Secom/PMCG
Wainer Teixeira, secretário de Desenvolvimento Econômico da PMC e "ponte" com a CDL


Olha como o governo da prefeita Rosinha Garotinho joga dinheiro pelo ralo: Entre os dias 7 e 11 do mês passado a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) promoveu a 24ª Feira de Preços Especiais (FEPE) que reuniu centenas de comerciantes para vender, por preços mais baratos, produtos da chamada ponta de estoque. A previsão da própria CDL, conforme matéria publicada no portal da Secretaria de Comunicação (abaixo e aqui), era de vender cerca de R$ 6 milhões em mercadorias.
O injustificável foi a Prefeitura de Campos repassar à CDL uma verba de R$ 80 mil para ajudar a montar a Feira. Ora, quem precisa de R$ 80 mil para montar uma estrutura para faturar R$ 6 milhões?
Veja abaixo o termo de contribuição assinado entre a PMCG e CDL e publicado no DO de quinta-feira, dia 14.




Prefeitura na abertura da 24ª Feira de Preços Especiais


Por Marcio Fernandes
A 24ª Feira de Preços Especiais (Fepe) foi aberta nesta quarta-feira (7) e será realizado até domingo (11) na Fundação Rural de Campos. O evento promovido pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) com o apoio da Prefeitura. Representando a prefeita Rosinha Garotinho, o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Wainer Teixeira, abriu o evento, ao lado do presidente da CDL, Roberto Escudine, diretores da entidade, vereadores e demais autoridades. A feira prosseguirá até o próximo domingo (11) e a previsão é de movimentar R$ 6 milhões em vendas. 




MOBILIDADE URBANA EM DEBATE

A mobilidade urbana em Campos está cada vez pior e não vemos a Prefeitura municipal agir nessa área!



Do Blog de Erik Schunk (aqui)

A MULHER DO CABRAL


17/08/2013 - 09:14

VEJA

Os contratos milionários do escritório da mulher de Cabral

A primeira-dama do Rio, Adriana Ancelmo, ganha quase dez vezes o salário do marido no escritório contratado por concessionárias e prestadoras de serviço para o estado

Leslie Leitão e Helena Borges
CABRAL E A MULHER, a quem ele chama de Riqueza: ela deu a notícia e o representou na posse de desembargadores
CABRAL E A MULHER, a quem ele chama de Riqueza: ela deu a notícia e o representou na posse de desembargadores(Vera Donato/Estadão Conteúdo)
O escritório Coelho & Ancelmo Advogados Associados chama atenção no Rio de Janeiro por duas características. A primeira é ter experimentado nos últimos seis anos um crescimento espetacular. De três profissionais e 500 processos em carteira, saltou para um empreendimento com vinte advogados e cerca de 10 000 ações. A receita do escritório era de 2,1 milhões de reais em 2006 e foi para 9,5 milhões no ano passado. A segunda característica a ressaltar é o fato de a banca ter como sócia-proprietária a advogada Adriana Ancelmo, de 43 anos, mulher de Sérgio Cabral, governador do Rio de Janeiro, a quem ele trata pelo apelido de Riqueza. Adriana tem ganhos mensais de 184 000 reais por sua participação. E essa seria apenas uma bela história de um jovem casal bem-sucedido, não fosse uma terceira circunstância: pode não ser mera coincidência o progresso da banca durante os mandatos de Cabral como governador do estado.
O elemento mais forte de suspeição deriva do fato de que, antes de Cabral tomar posse, o escritório de Adriana tinha apenas 2% de seu faturamento vindo de concessionárias e prestadoras de serviço ao governo do Rio. Agora, 60% da receita vem de honorários recebidos por serviços prestados a empresas que, direta ou indiretamente, dependem de dinheiro público guardado no cofre do qual Cabral tem a chave.
Para ler a continuação dessa reportagem compre a edição desta semana de VEJA no IBA, no tablet ou nas bancas.
Da Veja on line (aqui).

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

REVISTAS SEMANAIS

Capas das revistas que circulam a partir deste final de semana:





PROPINODUTO PAULISTA

A revista Istoé continua na frente na cobertura do escândalo do propinoduto paulista. Na revista que chega às bancas amanhã tem nova reportagem especial com as falcatruas tucanas nas obras do metrô de São Paulo:



ESPECIAL ESCÂNDALO DO METRÔ
|  N° Edição:  2283 |  16.Ago.13 - 20:40 |  Atualizado em 16.Ago.13 - 22:57

Todos os homens do propinoduto tucano

Quem são e como operam as autoridades ligadas aos tucanos investigadas pela participação no esquema que trafegou por governos do PSDB em São Paulo

Alan Rodrigues, Pedro Marcondes de Moura e Sérgio Pardellas
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Na última semana, as investigações do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e do Ministério Público mostraram a abrangência nacional do cartel na área de transporte sobre trilhos. A tramoia, concluíram as apurações, reproduziu em diversas regiões do País a sistemática observada em São Paulo, de conluio nas licitações, combinação de preços superfaturados e subcontratação de empresas derrotadas. As fraudes que atravessaram incólumes 20 anos de governos do PSDB em São Paulo carregam, no entanto, peculiaridades que as diferem substancialmente das demais que estão sendo investigadas pelas autoridades. O esquema paulista distingue-se pelo pioneirismo (começou a funcionar em 1998, em meio ao governo do tucano Mário Covas), duração, tamanho e valores envolvidos – quase meio bilhão de reais drenados durante as administrações tucanas. Porém, ainda mais importante, o escândalo do Metrô em São Paulo já tem identificada a participação de agentes públicos ligados ao partido instalado no poder. Em troca do aval para deixar as falcatruas correrem soltas e multiplicarem os lucros do cartel, quadros importantes do PSDB levaram propina e azeitaram um propinoduto que desviou recursos públicos para alimentar campanhas eleitorais.
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Ao contrário do que afirmaram o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-governador José Serra na quinta-feira 15, servidores de primeiro e segundo escalões da administração paulista envolvidos no escândalo são ligados aos principais líderes tucanos no Estado. Isso já está claro nas investigações. Usando a velha e surrada tática política de despiste, Serra e FHC afirmaram que o esquema não contou com a participação de servidores do Estado nem beneficiou governos comandados pelo PSDB. Não é o que mostram as apurações do Ministério Público e do Cade. Pelo menos cinco autoridades envolvidas na engrenagem criminosa, hoje sob investigação por terem firmado contratos irregulares ou intermediado o recebimento de suborno, atuaram sob o comando de dois homens de confiança de José Serra e do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin: seus secretários de Transportes Metropolitanos. José Luiz Portella, secretário de Serra, e Jurandir Fernandes, secretário de Alckmin, chefiaram de perto e coordenaram as atividades dos altos executivos enrolados na investigação. O grupo é composto pelos técnicos Décio Tambelli, ex-diretor de operação do Metrô e atualmente coordenador da Comissão de Monitoramento das Concessões e Permissões da Secretaria de Transportes Metropolitanos, José Luiz Lavorente, diretor de Operação e Manutenção da CPTM, Ademir Venâncio, ex- diretor de engenharia da estatal de trens, e os ex-presidentes do metrô e da CPTM, José Jorge Fagali e Sérgio Avelleda.
Segundo documentos em poder do CADE e Ministério Público, estes cinco personagens, afamados como bons quadros tucanos, se valeram de seus cargos nas estatais paulistas para atender, ao mesmo tempo, aos interesses das empresas do cartel na área de transporte sobre trilhos e às conveniências políticas de seus chefes. Em troca de benefícios para si ou para os governos tucanos, forneciam informações privilegiadas, direcionavam licitações ou faziam vista grossa para prejuízos milionários ao erário paulista em contratos superfaturados firmados pelo metrô. As investigações mostram que estes técnicos do Metrô e da CPTM transitaram pelos governos de Serra e Alckmin operando em maior ou menor grau, mas sempre a favor do esquema.
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Um dos destaques do quinteto é José Luiz Lavorente, diretor de Operação e Manutenção da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). Em um documento analisado pelo CADE, datado de 2008, Lavorente é descrito como o encarregado de receber em mãos a propina das empresas do cartel e distribuí-las aos políticos do PSDB e partidos aliados. O diretor da CPTM é pessoa da estrita confiança de Alckmin. Foi o governador de São Paulo que o promoveu ao cargo de direção na estatal de trens, em 2003. Durante o governo Serra (2007-2008), Lavorente deixou a CPTM, mas permaneceu em cargos de comando da estrutura administrativa do governo como cota de Alckmin. Com o regresso de Alckmin ao Palácio dos Bandeirantes, em 2011, Lavorente reassume o posto de direção na CPTM. Além de ser apontado como o distribuidor da propina aos políticos, Lavorente responde uma ação movida pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) que aponta superfaturamento e desrespeito à lei de licitações. O processo refere-se a um acordo fechado por meio de um aditivo, em 2005, que possibilitou a compra de 12 trens a mais do que os 30 licitados, em 1995 e só seria valido até 2000.
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O ex-diretor de Operação do Metrô e atualmente coordenador da Comissão de Monitoramento das Concessões e Permissões da secretaria de Transportes Metropolitanos, Décio Tambelli, é outro personagem bastante ativo no esquema paulista. Segundo depoimentos feitos por ex-funcionários da Siemens ao Ministério Público de São Paulo, Tambelli está na lista dos servidores que receberam propina das companhias que firmaram contratos superfaturados com o metrô e a CPTM. Tambelli é muito próximo do secretário de Transportes, Jurandir Fernandes. Foi Fernandes que o alçou ao cargo que ocupa atualmente na administração tucana. Cabe a Tambelli, apesar de estar na mira das investigações, acompanhar e fiscalizar o andamento da linha quatro do metrô paulista, a primeira obra do setor realizada em formato de parceria público-privada. Emails obtidos por ISTOÉ mostram que, desde 2006, Tambelli já agia para defender e intermediar os interesses das empresas integrantes do cartel. Na correspondência eletrônica, em que Tambelli é mencionado, executivos da Siemens narram os acertos entre as companhias do cartel no Distrito Federal e sugerem que o acordo lá na capital seria atrelado “à subcontratação da Siemens nos lotes 1+2 da linha 4” em São Paulo. “O Ramos (funcionário do conglomerado francês Alstom) andou dizendo ao Décio Tambelli do metrô SP, que não pode mais subcontratar a Siemens depois do caso Taulois/Ben-hur (episódio em que a Siemens tirou técnicos da Alstom para se beneficiar na pontuação técnica e vencer a licitação de manutenção do metrô de Brasília)”, dizia o e-mail trocado entre os funcionários da Siemens.
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Outro homem do propinoduto tucano que goza da confiança de Jurandir Fernandes e de Alckmin é Sérgio Avelleda. Ele foi nomeado presidente do Metrô em 2011, mas seu mandato durou menos de um ano e meio. Avelleda foi afastado após a Justiça atender acusação do Ministério Público de improbidade administrativa. Ele era suspeito de colaborar em uma fraude na concorrência da Linha 5 do Metrô, ao não suspender os contratos e aditamentos da concorrência suspeita de formação de cartel. “Sua permanência no cargo, neste atual momento, apenas iria demonstrar a conivência do Poder Judiciário com as ilegalidades praticadas por administradores que não respeitam as leis, a moral e os demais princípios que devem nortear a atuação de todo agente público”, decretou a juíza Simone Gomes Casorretti, ao determinar sua demissão. Após a saída, Avelleda obteve uma liminar para ser reconduzido ao cargo e pediu demissão. Hoje é consultor na área de transporte sobre trilhos e presta serviços para empresas interessadas em fazer negócios com o governo estadual.
De acordo com as investigações, quem também ocupou papel estratégico no esquema foi Ademir Venâncio, ex-diretor da CPTM. Enquanto trabalhou na estatal, Venâncio cultivou o hábito de se reunir em casas noturnas de São Paulo com os executivos das companhias do cartel para fornecer informações internas e acertar como elas iriam participar de contratos com as empresas públicas. Ao deixar a CPTM, em meados dos anos 2000, ele resolveu investir na carreira de empresário no setor de engenharia. Mas nunca se afastou muito dos governos do PSDB de São Paulo. A Focco Engenharia, uma das empresas em que Venâncio mantém participação, amealhou, em consórcios, pelo menos 17 consultorias orçadas em R$ 131 milhões com as estatais paulistas para fiscalizar parcerias público-privadas e andamento de contratos do governo de Geraldo Alckmin. Outra companhia em nome de Venâncio que também mantém contratos com o governo de São Paulo, o Consórcio Supervisor EPBF, causa estranheza aos investigadores por possuir capital social de apenas R$ 0,01. O Ministério Público suspeita que a contratação das empresas de Venâncio pela administração tucana seja apenas uma cortina de fumaça para garantir vista grossa na execução dos serviços prestados por empresas do cartel. As mesmas que Venâncio mantinha relação quando era servidor público.
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A importância da secretaria Transportes Metropolitanos e suas estatais subordinadas, Metrô e CPTM, para o esquema fica evidente quando se observa a lógica das mudanças de suas diretorias nas transições entre as gestões de Serra e Alckmin. Ao assumir o governo em 2007, José Serra fez questão de remover os aliados de Alckmin e colocar pessoas ligadas ao seu grupo político. Um movimento que seria revertido com a volta de Alckmin em 2011. Apesar dessa dança de cadeiras, todos os integrantes do esquema permaneceram em postos importantes das duas administrações tucanas. Quem sempre operou essas movimentações e trocas de cargos, de modo a assegurar a continuidade do funcionamento do cartel, foram os secretários de Transportes Metropolitanos de Serra e Alckmin, José Luiz Portella e Jurandir Fernandes.
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Homem forte do governador Geraldo Alckmin, Fernandes começou sua trajetória política no PT de Campinas, interior de São Paulo. Chegou a ocupar o cargo de secretário municipal dos Transportes na gestão petista, mas acabou expulso do partido em 1993 e ingressou no PSDB. Por transitar com desenvoltura pelo governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Jurandir foi guindado a diretor do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) em 2000. No ano seguinte, aproximou-se do então governador Alckmin, quando assumiu pela primeira vez o cargo de secretário estadual de Transportes Metropolitanos. Neste primeiro período à frente da pasta, tanto a CPTM quanto o Metrô firmaram contratos superfaturados com empresas do cartel. Quando Serra assume o governo paulista em 2007, Jurandir é transferido para a presidência da Emplasa (Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano), responsável pela formulação de políticas públicas para a região metropolitana de São Paulo. Com o retorno de Alckmin ao governo estadual em 2011, Jurandir Fernandes também volta ao comando da disputada pasta. Nos últimos dias, o secretário de Transportes tem se esforçado para se desvincular dos personagens investigados no esquema do propinoduto. Fotos obtidas por ISTOÉ, no entanto, mostram Jurandir Fernandes em companhia de Lavorente e de lobistas do cartel durante encontro nas instalações da MGE Transporte em Hortolândia, interior de São Paulo. Um dos fotografados com Fernandes é Arthur Teixeira que, segundo a investigação, integra o esquema de lavagem do dinheiro da propina. Teixeira, que acompanhou a solenidade do lado do secretário Fernandes, nunca produziu um parafuso de trem, mas é o responsável pela abertura de offshores no Uruguai usadas pelo esquema. Outro companheiro de solenidades flagrado com Fernandes é Ronaldo Moriyama ex-diretor da MGE, empresa que servia de intermediária para o pagamento das comissões às autoridades e políticos. Moriyama é conhecido no mercado ferroviário por sua agressividade ao subornar diretores do Metrô e CPTM, segundo depoimentos obtidos pelo Ministério Público.
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No governo Serra, quem exercia papel político idêntico ao de Jurandir Fernandes no governo Alckmin era o então secretário de Transportes Metropolitanos, José Luiz Portella. Serrista de primeira hora, ele ingressou na vida pública como secretário na gestão Mário Covas. Portelinha, como é conhecido dentro do partido, é citado em uma série de e-mails trocados por executivos da Siemens. Num deles, Portella, assim como Serra, sugeriram ao conglomerado alemão Siemens que se associasse com a espanhola CAF em uma licitação para compra de 40 novos trens. O encontro teria ocorrido em um congresso internacional sobre ferrovias realizado, em 2008, na cidade de Amsterdã, capital da Holanda. Os dois temiam que eventuais disputas judiciais entre as companhias atrasassem o cronograma do projeto. Apesar de o negócio não ter se concretizado nestas condições, chama atenção que o secretário sugerisse uma prática que resulta, na maioria das vezes, em prejuízos aos cofres públicos e que já ocorria em outros contratos vencidos pelas empresas do cartel. Quem assinava os contratos do Metrô durante a gestão de Portella era José Jorge Fagali, então presidente do órgão. Ex-gerente de controle da estatal, ele teve de conviver com questionamentos sobre o fato de o seu irmão ser acusado de ter recebido cerca de US$ 10 milhões da empresa francesa Alstom. A companhia, hoje envolvida nas investigações do cartel, é uma das principais vencedoras de contratos e licitações da empresa pública.