domingo, 10 de maio de 2015

MORRE O SENADOR LUIZ HENRIQUE, DE SANTA CATARINA

Da Agência Senado (aqui):
Da Redação | 10/05/2015, 16h24 - ATUALIZADO EM 10/05/2015, 19h39
  

Pedro França/Agência Senado

O senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC) morreu na tarde deste domingo (10) em Joinville, Santa Catarina, aos 75 anos. Ele passou mal em casa e chegou a ser encaminhado ao hospital, mas não resistiu.
Além de senador desde 2011, Luiz Henrique foi prefeito de Joinville por três mandatos, deputado federal, deputado estadual e governador de Santa Catarina por dois mandatos, entre 2003 e 2010.
Luiz Henrique nasceu em 25 de fevereiro de 1940 em Blumenau. Formou-se em direito pela Universidade Federal de Santa Catarina e iniciou sua vida pública em 1971, quando foi eleito pesidente do Diretório Municipal do MDB de Joinville.
Integrou o chamado PMDB autêntico, grupo mais próximo de Ulysses Guimarães. De 1987 e 1988, assumiu o Ministério de Estado da Ciência e Tecnologia. Entre 1993 e 1996 foi presidente do Diretório Nacional do PMDB.
O senador foi deputado estadual entre 1973 e 1975 e deputado federal durante cinco mandatos, de 1973 a 1975, de 1983 a 1987, de 1987 a 1991, de 1991 a 1995, e de 1995 a 1997. Foi também prefeito de Joinville por três mandatos. O primeiro, entre 1977 e 1982. A segunda eleição como chefe do Executivo municipal ocorreu em 1997. A terceira, em 2001.
Luiz Henrique da Silveira foi eleito duas vezes governador de Santa Catarina: entre 2003 e 2006 e de 2007 a 2010. Depois disso, em 2011, ele assumiu o cargo de senador, no qual ficaria até 2019.
O velório ocorrerá hoje em Joinville no Centreventos Cau Hansen, após a liberação do corpo, que deve seguir amanhã para ser velado também na Assembléia Legislativa de Santa Catarina, em Florianópolis.
O enterro está marcado para as 16h30 no Cemitério Municipal de Joinville.
O primeiro-suplente de Luiz Henrique é Dalírio José Beber, presidente de honra do PSDB de Santa Catarina.

SINAIS DA DECADÊNCIA IMINENTE

Da edição de hoje da Folha da Manhã e reproduzido (aqui) no Blog Opiniões, artigo do jornalista Arnaldo Neto.

Artigo do domingo — Onde já teve curral, coronel se acostuma com a vaca no brejo

(Charge do José Renato publicada na Folha em 03/10/14)
(Charge do José Renato publicada na capa da Folha de 03/10/14, dois dias antes do primeiro turno da eleição a governador do Rio)


Jornalista e blogueiro Arnaldo Neto
Jornalista e blogueiro Arnaldo Neto
Vacas magras a caminho do brejo
Por Arnaldo Neto

Ao ouvir 426 eleitores de Campos em abril deste ano, o instituto Pro4 constatou queda acentuada na popularidade da prefeita Rosinha Garotinho, falta de confiança, desaprovação (aqui) ao seu modo de governar, percepção de desonestidade e convicção (aqui) de má aplicação dos recursos dos royalties do petróleo. Rosinha chegou aos seus piores índices de rejeição, inclusive comprometendo o projeto de sucessão municipal, ao ponto que (aqui) 65% dos eleitores não votariam em um candidato com seu apoio. Fato que acende um sinal de alerta entre os rosáceos que vislumbram a disputa e, para tal, contariam com o aporte do grupo que venceu praticamente todas as eleições municipais nos últimos 26 anos. No entanto, o perfil do eleitorado mudou, assim como a força de alguns lideres políticos, e ser candidato com a chancela rosácea não seria um bom negócio.
A tropa encabeçada por Anthony Garotinho, atual secretário de Governo da esposa, apresenta índices de rejeição mais altos entre os eleitores que têm curso superior e piora à medida que a renda é mais elevada, segundo os números do Pro4. O fenômeno não é novidade para os líderes do grupo, pois já o enfrenta há muitos anos na capital fluminense, desde que ainda residiam no Palácio Guanabara. Prova disso foi o resultado da eleição do ano passado, quando pelos votos dos cariocas, o então deputado ficou apenas na quarta colocação.
Independente de classe social, a pesquisa aponta em seu quadro geral que a maior parte dos campistas espera (aqui) do próximo prefeito uma mudança total na forma de administrar. O desejo total de mudança, menos de três anos após a prefeita ter sido reeleita em primeiro turno, só pode refletir o descontentamento do seu próprio eleitorado, já que também é acusada (aqui) de não ter cumprido nada ou a maior parte daquilo que prometeu para conquistar votos. Outro fator que pode resumir o porquê do acúmulo de rejeição foi exposto pela pesquisa (aqui) em uma matemática bem simples: a cada 10 campistas, menos de um acredita que a cidade esteja melhorando.
Fragilizado eleitoralmente desde que seu líder foi derrotado por duas vezes em 2014, o grupo rosáceo, com os números da Pro4, sofre mais um duro golpe. No ano passado, a primeira derrota foi a de não ter chegado (aqui) sequer ao segundo turno da disputa pelo governo do Rio. A outra, no mesmo pleito, foi declarar apoio ao senador Marcelo Crivella e, mesmo com a máquina na mão, não ter cumprido (aqui) a promessa de lhe dar a vitória em Campos, sendo derrotado pela oposição que se uniu em torno da campanha do governador Luiz Fernando Pezão.
As sucessivas pancadas atingem em cheio as aspirações do grupo em fazer seu sucessor. A situação fica ainda mais delicada ao se deparar com a péssima avaliação de Rosinha, que de novembro de 2014 para o mês passado teve queda de 7,7% entre os eleitores que avaliam seu governo como ótimo e bom, que agora são 26,3%; concomitante ao crescimento de 12,7% entre os que o consideram ruim e péssimo, que chega a perigosos 39,7%. E a gestão ainda enfrenta queda de arrecadação dos royalties, a principal fonte dos cofres municipais, sem falar no desgaste com o servidor público, ao qual nega um reajuste anual previsto na Constituição, episódio que deve piorar a avaliação da imagem da prefeita.
Até o povo voltar às urnas para escolher o sucessor de Rosinha, após pesquisas assinalarem seu alto índice de rejeição e a quem quer que ela apoie, há muita água para correr pelo rio. Mas daria para ter esperança, já que o velho Paraíba — assim como os polpudos recursos dos royalties — não se recuperou da seca dos últimos meses e na administração pública o período é de vacas magras? Parece inevitável: os números e a atual conjuntura apontam que onde já foi seu curral eleitoral, tem coronel que se prepara para assistir a mais uma vaca ir para o brejo.

Publicado hoje na Folha da Manhã