Com uma vantagem de 18 pontos, de acordo com a última pesquisa Ibope, divulgada agora há pouco, só um fato extraordinário ou um erro colossal do instituto de pesquisa mais famoso do país pode tirar a vitória de Rosinha Garotinho.
Mas que ganhar uma eleição, a virtual escolha da candidata do PMDB para administrar o município de Campos nos próximos quatro anos significa que o eleitor campista está dando uma segunda chance à família Garotinho. A primeira foi frustrada por causa de uma ambição desmedida que levou o casal a um mandato de oito anos à frente do Governo do Estado, mas ao preço de alianças com os personagens mais retrógrados e suspeitos da política fluminense. Isso fez de ambos mais duas tristes figuras do cenário político estadual, apenas mais duas.
As relações dos governos Garotinho e Rosinha com a Assembléia Legislativa do Estado foram lamentáveis, assim como suas ações nas áreas de Saúde, Educação, Segurança...
Vencer a eleição em Campos deve significar, para o chefe do grupo, Anthony Garotinho, recomeço e não apenas a retomada de posse de uma capitania antes capturada por outro bando. Não tem o direito de usar de novo a Prefeitura de Campos e seu gordo orçamento, como trampolin para campanhas futuras.
Acredito que o eleitor, cansado das bandalheiras e desmandos dos últimos anos, especialmente esses últimos meses do, ainda, prefeito Alexandre Mocaiber, se viu numa encruzilhada: ou mantém esse grupo está ai ou traz de volta aqueles que há 20 anos nos venderam a esperança?
Pelo que a pesquisa Ibope indica, os eleitores escolheram a segunda opção, mesmo sabendo que foram logrados da primeira vez. Garotinho e sua turma trocaram a esperança que venderam nas urnas de 1988 pelas primeiras facilidades que a politica ofereceu. Talvez por comodismo, talvez por outros interesses...
A "Garotinho" que deve assumir a Prefeitura de Campos em janeiro de 2009 e é bem diferente do "Garotinho" que subiu as escadarias do Vila Maria em janeiro de 1989. Mas não é só eles que estão 20 anos mais velhos e mais experientes. O eleitor também está mais politizado e não vai perdoar mais uma chance perdida.