sábado, 11 de abril de 2015

REFORMA ADMINISTRATIVA E 2016





Depois de sete anos de vacas gordas, período em que aproveitou-se como quis e pode, o governo Rosinha & Garotinho, rende-se ao óbvio e resolveu reduzir a paquidérmica máquina administrativa. Construída para abrigar o leque de apoio de mais de dezena de partidos, a estrutura vai passar dos atuais 39 órgãos (confira aqui), para apenas 10 secretarias, uma fundação, uma companhia, a procuradoria, o Gabinete da prefeita e o Instituto de Previdência dos Servidores, num total de 15 órgãos ocupantes por comissionados DAS-1, com status de secretário.
As secretarias e fundações extintas vão virar subsecretarias ou superintendências das remanescentes. Exemplo: As atribuições da atual Secretaria de Comunicação Social vão passar para a superintendência de Comunicação da Secretaria de Governo, enquanto as funções da Fundação Municipal da Infância e Juventude serão assumidas Por uma superintendência da nova Secretaria Municipal do Desenvolvimento Humano e Social, para onde irão também as ações das secretarias do Idoso e de Trabalho e Renda.
Informações oficiais dão conta de economia anual de R$ 14 milhões. O problema não está aí. A porca vai torcer o rabo na hora de acomodar algo em torno de três centenas de ocupantes de cargos de confiança que ficarão teoricamente desempregados com a extinção dos órgãos para os quais foram nomeados como assessores, diretores, chefes de departamentos. Primeiro é preciso escolher entre os atuais secretários quem vai assumir as novas secretarias ampliadas, depois como ficam os cargos inferiores em cada estrutura extinta. Em algumas secretarias ou fundações a serem extintas, o número de superintendências ou subsecretarias, passa de meia dúzia. Onde encaixar esse pessoal todo?
D 15 cargos remanescentes do primeiro escalão, estão em disputa 11, porque na Secretaria de Governo permanece Garotinho, no Controle e Orçamento, Suledil Bernardino, na Saúde Chicão Oliveira e na Procuradoria-Geral, Matheus José. Os demais (cerca de 30 atuais auxiliares) estão em volta de apenas 10 cadeiras: Fazenda; Educação, Cultura e Esportes; Infraestrutura e Mobilidade Urbana; Desenvolvimento Humano e Social; Desenvolvimento Econômico, Desenvolvimento Ambiental e Gestão e Pessoas e Contratos. Além da Previcampos, Codemca, Fundação Municipal de Saúde e Gabinete da Prefeita.

Na esteira da necessária reforma administrativa a falange política dominante aproveita para armar o tabuleiro para as eleições do ano que vem. Defenestra quem não interessa, incensa quem pode ser útil e testa uns e outros. E mais: deixa na expectativa um exército que cabos eleitorais postos na inatividade, mas com a esperança viva de voltarem ao front para a batalha de 2016. O dinheiro que falta ou poupa-se agora, vai abundar na época certa.

quinta-feira, 9 de abril de 2015

AGÊNCIAS DOS CORREIOS TAMBÉM RECEBEM IPTU COM DESCONTO ATÉ AMANHÃ.


Além das agências do Banco do Brasil​ (pessoalmente nos caixas), o IPTU com desconto em cota única pode ser também ser pago nos Correios, das 9 às 17h de amanhã. A informação é do Joedison Cruz Pereira​, da ECT, publicada como comentário na página deste Blog no Facebook
 Segundo ele, as Agências próprias são correspondentes bancárias em convênio com o BB e os procedimentos no que tange ao IPTU serão os mesmos do banco. Somente a partir de hoje houve autorização para o atendimento nos Correios por causa das grandes filas no BB.
Agradeço a informação e divido com os leitores.

Atualização: Em alguns condomínios residenciais de Campos, conforme publicação na Folha on line (aqui), os carnês nem chegaram.

quarta-feira, 8 de abril de 2015

ROSINHA RECEBIDA POR RENAN

Do Portal da Secom/PMCG (aqui):


A prefeita Rosinha Garotinho se reuniu na tarde desta quarta-feira (08), em Brasília, com o presidente do Senado, Renan Calheiros, e com o senador Romero Jucá, quando conversaram sobre a implantação do Fundo de Recomposição de Receitas, que tramita como resolução na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Ao lado da deputada federal Clarissa Garotinho, a Prefeita Rosinha disse que a proposta que altera a resolução 43 do Senado representa uma oportunidade para os municípios e estados produtores de todo o Brasil, para fazer frente à crise econômica nacional e à queda da cotação do petróleo no mercado mundial.
Os senadores senador Renan Calheiros e Romero Jucá reconheceram como válido o argumento de que a antecipação dos royalties para o Fundo de Recomposição não implica em impacto no superávit primário do governo federal, o que simplifica a tramitação e aprovação da alteração na resolução. Os senadores Renan e Jucá disseram que irão apoiar a proposta, elaborada pelo secretário municipal de Governo, Anthony Garotinho, e apresentada pelos senadores Marcelo Crivella e Rose de Freitas na CAE.
A Prefeita Rosinha Garotinho cumpre agenda em Brasília desde terça-feira (07), quando se reuniu com o senador Marcelo Crivella, ao lado de prefeitos da Organização dos Municípios Produtores de Petróleo (Ompetro).
A prefeita Rosinha ressalta "que é preciso buscar unidade para uma proposta que vai ajudar municípios e estados brasileiros a superarem um cenário que não foi gerado por eles, e beneficiar, também, a sociedade que sofre os efeitos da crise". 


Por: Sérgio Cunha - Foto: Divulgação - 08/04/2015 13:29:52

MAIS SOBRE O DIA DO JORNALISTA


Do Blog Opiniões (aqui), do jornalista Aluysio Abreu Barbosa:

Jornalismo de Campos — Vitória de ontem foi da “catiguria”

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Zidane 2006


Ontem, no dia do jornalista, a Associação de Imprensa Campista (AIC) soltou aqui uma nota. Após o óbvio da parabenização pela data, a AIC passou a tratar de assuntos nacionais e estaduais, nos quais sua relevância é a mesma, por exemplo, do interesse que a Câmara Federal ou o governo estadual Luiz Fernando Pezão (PMDB) poderiam ter,respectivamente, em projetos como o Campistana junto à Câmara Municipal de Campos, ou para emplacar o Festival Doces Palavras (FDP) com apoio do governo Rosinha Garotinho (PR).
Onde de fato pode fazer alguma diferença, a AIC afirmou que “se coloca em estado de alerta em relação à série recente de textos publicados pelo jornal ‘O Diário’, que questiona o conteúdo de críticas publicadas por blogueiros e jornalistas. A entidade está atenta ao fato de que a liberdade que tem o veículo para levantar o tema não pode se confundir com qualquer sinalização de intimidação judicial e coerção a vozes contrárias aos interesses político-editoriais do jornal”. Certo que quem pretender utilizar qualquer tipo de mídia para prática deliberada de ofensas pessoais, se exporá sempre a ser processado. E, até pelo efeito didático, deve mesmo ser condenado segundo o entendimento da Justiça, soberano num estado democrático de direito, como foi o caso local e recente de quem teve que “morrer” em mais de R$ 15,7 mil reais no pagamento de indenização por danos morais.
Todavia, esse nunca foi o caso do jornalista Ricardo André Vasconcelos, um dos exemplos mais éticos da mídia goitacá, seja em sua lida de 25 anos de jornalismo profissional em imprensa, rádio, televisão, além da secretaria municipal de Comunicação, além de como blogueiro e na democracia irrefreável das redes sociais. Ainda assim, por ter se colocado aqui contra a mesma ameaça dos lacaios dos donos do poder em Campos, conforme este blog registrou no dia seguinte aqui e aqui, Ricardo se viu alvo de um enxurrada de ameaças pessoais, como ele próprio teve o espírito democrático de registrar aqui. Como a este “Opiniões”, na defesa de um jornalista em sua defesa do jornalismo, a única e valorosa adesão até agora havia sido (aqui) a do colunista e blogueiro Murillo Dieguez, menos mal que nove dias depois do fato inicial, a AIC, antes tarde do que nunca, tenha se posicionado.
Só não revelou se foi cobrada a fazê-lo; tampouco por quem. E nem é necessário…
Noves fora o jogo para a galera, entre independentes, empregados, patronais e até os servidores da máquina lenta e dispendiosa do Estado, a vitória no dia de ontem foi da catiguria.

terça-feira, 7 de abril de 2015

SEM INTERMEDIÁRIOS: DILMA ENTREGA OS ANÉIS MAS PODE FICAR SEM NADA




Opinião do Blog: Depois de conseguir emplacar dois adversários no comando do poder legislativo ( Cunha e Renan), Dilma leva agora outro inimigo para dentro do Palácio do Planalto. 

Da Agência Brasil:


O vice-presidente da República, Michel Temer, será o responsável pela articulação política do governo, segundo nota divulgada na noite de hoje (7) pelo Palácio do Planalto. A presidenta Dilma Rousseff decidiu que Pepe Vargas (PT) deixa a Secretaria de Relações Institucionais, que passa a integrar as competências do vice-presidente. Ela esteve reunida esta tarde com presidentes e líderes de partidos da base aliada no Congresso.

Na nota, Dilma agradece "o empenho, a lealdade e a competência" do ex-ministro. Vargas assumiu o cargo no início do ano, no segundo mandato presidencial de Dilma Rousseff.


A Secretaria de Relações Institucionais (SRI) é responsável pelo relacionamento da Presidência da República com o Congresso Nacional, a sociedade e os partidos políticos, além da interlocução com estados , municípios e Distrito Federal.

Após o anúncio oficial, o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, explicou que todas as funções da SRI serão assumidas por Temer. Além da articulação política com os parlamentares, a secretaria também é responsável pela relação do governo federal com as prefeituras.

De acordo com o ministro, a mudança foi “fortemente apoiada por todos os partidos” da base. “Essa solução política neste momento com tantos desafios ajuda a melhorar as relações com o Congresso, entre os Poderes e entre base aliada”.

Ao falar com a imprensa, o ministro da Casa Civil frisou repetidamente a experiência de Michel Temer como um “homem público de larga experiência”, ressaltando sua biografia como constituinte, presidente da Câmara por mais de uma vez e presidente do PMDB.

“É a liderança que melhor reúne condições de fazer esse trabalho”, afirmou. Para ele, o vice-presidente tem o perfil de conduzir a articulação política e “agregar a base aliada”. Sobre a possibilidade de essa “solução” ser capaz de satisfazer todas as diferentes alas do partido, Mercadante disse que a tarefa “é mais complexa” e “não diz respeito a um partido”. “Exige diálogo, construção com todos partidos da base, inclusive com oposição. Função que exige diálogo com todos”.

Mercadante destacou que todos as lideranças reconheceram a “dedicação, empenho, ética e comportamento” do ministro Pepe Vargas à frente da pasta. De acordo com o chefe da Casa Civil, a “seriedade e a ética” de Pepe não está sendo discutida neste momento de troca, e sim uma “melhor interlocução com todos os Poderes”.

Atualização às 21h39 para correção de título

AIC EM ALERTA CONTRA INTIMIDAÇÃO JUDICIAL E EM DEFESA DA "VIGILÂNCIA CIDADÃ"



TERÇA-FEIRA, 7 DE ABRIL DE 2015

AIC parabeniza jornalistas e manifesta preocupações locais e nacionais sobre a profissão

Neste 7 de Abril, Dia do Jornalista, a Associação de Imprensa Campista parabeniza a todos estes profissionais que se dedicam ao trabalho de informar e de contribuir para a cidadania e a democracia. Ao mesmo tempo destaca em três cenários algumas das principais preocupações da categoria neste momento, em temas acompanhados pela entidade e em relação aos quais a AIC estimula o debate:

No cenário nacional, a AIC avalia como preocupante a manobra do presidente da Câmara dos Deputados Federais, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de promover o adiamento da votação da PEC do Diploma, que restabelece a obrigatoriedade do diploma de curso superior de jornalismo para o exercício da profissão, que chegou a ser prevista para hoje. Mesmo após uma longa tramitação e várias audiências, o parlamentar usou de sua prerrogativa para criar uma comissão para discutir o assunto. A AIC se une à Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) e demais entidades  que pressionam o Congresso pela volta do diploma obrigatório.

No cenário estadual, a AIC repudia o recente veto parcial imposto pelo governador Luiz Fernando Pezão ao projeto de lei da Assembleia Legislativa que estabeleceu os pisos salariais dos trabalhadores do Rio de Janeiro. Pela primeira vez, a lei incluiria a categoria dos jornalistas, o que foi vetado pelo governador. A entidade conclama os deputados estaduais a derrubarem o veto, mantendo os jornalistas na faixa salarial inicialmente prevista pelo projeto de lei, de R$ 2.432,72 (faixa 8).

E, no cenário local, a AIC registra a sua atenção especial em relação à proteção do livre exercício de crítica e vigilância cidadã sobre as atividades do poder público, não admitindo ameaças à atividade jornalística e aos jornalistas, seja esta em veículos tradicionais ou em redes sociais da internet. É dever estatutário da entidade defender a pluralidade do debate público, como também preconiza o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros. Em razão disso, a Associação de Imprensa Campista se coloca em estado de alerta em relação à série recente de textos publicados pelo jornal "O Diário", que questiona o conteúdo de críticas publicadas por blogueiros e jornalistas. A entidade está atenta ao fato de que a liberdade que tem o veículo para levantar o tema não pode se confundir com qualquer sinalização de intimidação judicial e coerção a vozes contrárias aos interesses político-editoriais do jornal.

A Associação de Imprensa Campista, portanto, neste dia especial, renova a sua crença no valor social do jornalista e chama esta categoria essencial , sempre atenta em relação aos direitos dos demais trabalhadores, a se manter também alerta na defesa dos seus direitos e condições de exercício profissional, seja no plano nacional ou no plano regional.

Parabéns, Jornalistas!

Associação de Imprensa Campista
7 de Abril de 2015
associacaodeimprensa.blogspot.com

segunda-feira, 6 de abril de 2015

VATICANO ESTUDA BEATIFICAÇÃO DE D. HÉLDER

Do Blog do Noblat (aqui):


RELIGIÃO

Santo é aquele que o povo chama de santo

O dom marcou a história da Igreja Católica, aqui e lá fora. Foi apontado como o “santo dos pobres” por socorrê-los. E chamado de comunista por denunciar a existência de pobres no mundo
Ricardo Noblat
Oficialmente, é um aspirante a beato. Caso seja beatificado, em seguida poderá ou não ser declarado santo. Costuma se passar muito tempo entre a beatificação e a canonização.
O aspirante a beato a que me refiro atende pelo nome de Hélder Pessoa Câmara, mais conhecido como dom Hélder Câmara, ex-bispo auxiliar do Rio de Janeiro e ex-arcebispo de Olinda e Recife.
Os mais próximos dele o chamavam simplesmente de “dom”. Ele assinava como “padre Hélder” as reflexões que escrevia durante as madrugadas. A maioria delas permanece inédita.
Convivi com ele por muitos anos. Admirei sua coragem. Acreditava, de fato, no que pregava. E por isso não temia arriscar a vida.
Durante os 21 anos da ditadura militar de 64, ele foi visto como uma séria ameaça ao regime. Por quase 10 anos, a censura impediu qualquer menção ao nome dele na imprensa.
O Papa Paulo VI, amigo particular do dom, pensou em promovê-lo a cardeal. A ditadura brasileira fez o que pôde para impedi-lo.
Foi forte candidato ao Prêmio Nobel da Paz. A ditadura manobrou para que ele não fosse premiado.
Sua inegável fragilidade física contrastava com sua extraordinária força moral. No final dos anos 60, o jornal francês “Le Monde” o incluiu na lista dos 10 melhores oradores do mundo.
Em Paris, diante de milhares de pessoas que lotavam um salão de conferências, denunciou a tortura e a morte de presos políticos.
O dom marcou a história da Igreja Católica, aqui e lá fora. Foi apontado como o “santo dos pobres” por socorrê-los. E chamado de comunista por denunciar a existência de pobres no mundo.
Não sei se o verei ser canonizado um dia. Mas isso não importa tanto. Antigamente, era chamado de santo quem o povo assim chamasse. Dom Hélder foi canonizado ainda em vida. 
Dom Hélder Câmara (Foto: Carlos Weick / Revista Manchete)Dom Hélder Câmara (Foto: Carlos Weick / Revista Manchete)

STF DECIDE NESTA TERÇA-FEIRA SE PROCESSA OU NÃO ROMÁRIO POR OFENSA AO EX-PRESIDENTE DA CBF



A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) deve julgar amanhã o Inquérito 3817, no qual o senador Romário de Souza Faria (PSB-RJ) é acusado da prática do crime de injúria pelo presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin. O parecer da Procuradoria Geral da República (PGR) é pela rejeição da denúncia (veja andamento processual aqui)

A queixa-crime apresentada pelo dirigente esportivo se refere a entrevista concedida pelo parlamentar a uma emissora de rádio, em 2013, época em que ainda ocupava o cargo de deputado federal. Há ainda a previsão de julgamento de agravo regimental interposto contra decisão que determinou o arquivamento do Inquérito (Inq) 3052, no qual o então deputado federal Eliseu Padilha (PMDB-RS) era acusado de contratar uma funcionária fantasma em seu gabinete.
Com informações do portal do STF (aqui).

"MARCO CIVIL DA INTERNET E OS DANOS À PESSOA FÍSICA NAS REDES SOCIAIS" É TEMA DE PALESTRA NO TJ



Do portal do TJ-RJ:

Notícia publicada pela Assessoria de Imprensa em 06/04/2015 15:09
A Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (Emerj) realiza, na próxima quinta-feira, dia 9, a palestra “O Marco Civil da Internet no Brasil e os Danos à Pessoa Humana nas Redes Sociais Virtuais”, ministrada pelo promotor titular da 3ª Promotoria Cível da Capital e professor adjunto de Direito Civil da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Guilherme Magalhães Martins . O evento começa às 9h30 no Auditório Nelson Ribeiro Alves, que fica na Av. Erasmo Braga, 115 , 4º andar, Centro.
Participam também o desembargador Adolpho Correa de Andrade Mello Junior, presidente do Fórum Permanente de Juízos Cíveis, realizando a abertura, e o defensor público e professor da UERJ, José Augusto Garcia, debatendo o tema discutido.
A entrada é franca e as inscrições podem ser feitas através do site www.emerj.tjrj.jus.br. Para mais informações, ligue 3133-3369 / 3133-3380.

RECADASTRAMENTO DE ELEITORES PARA BIOMETRIA COMEÇA EM CAMPOS DIA 10


A partir de hoje, os 92.378 eleitores de Maricá e os 22.152 de Miracema já podem fazer o recadastramento biométrico. Em Maricá, o cartório eleitoral fica na Avenida Roberto Silveira, 524-a - Lojas 2 e 3, Flamengo, e em Miracema, o endereço é Avenida Deputado Luiz Fernando Linhares, 1020, 3º pavimento (Fórum), Centro. As zonas eleitorais funcionam de segunda a sexta-feira, das 11h às 19h. O procedimento pode ser realizado também por eleitores cujo voto é facultativo, como os menores de 18 anos, os maiores de 70 anos e os analfabetos. 
Os eleitores cadastrados no município de Campos dos Goytacazes já poderão comparecer aos cartórios eleitorais a partir da próxima segunda-feira, dia 10. Os cartórios funcionam no antigo prédio da Câmara (Avenida Alberto Torres, 81).
]Mais informações estão disponíveis no site www.tre-rj.jus.br/biometria.

O início do recadastramento biométrico no estado do Rio ocorreu em 24 de março, para os eleitores de Duque de Caxias. Nos dias seguintes, inauguraram seus kits biométricos os cartórios de Vassouras, Volta Redonda, Seropédica, Trajano de Morais e Cachoeiras do Macacu. A partir de 14 de abril, conforme o cronograma da Justiça Eleitoral, mais de 2,8 milhões de eleitores de 17 municípios e de 21 zonas eleitorais da capital estarão aptos a realizar o procedimento.

Para fazer o recadastramento, é preciso levar documento de identidade original e dentro da validade e comprovante de residência atual. No caso de alteração do nome, é necessária, ainda, a apresentação de documento que comprove a mudança dos dados, como certidão de casamento ou sentença judicial. Os eleitores do sexo masculino maiores de 18 anos que forem tirar a primeira via do título devem levar também o comprovante de quitação militar.

Veja abaixo o cronograma do recadastramento biométrico no estado:


Com informações dp TRE-RJ.

domingo, 5 de abril de 2015

PRESIDENTE DO TJ-SP, NESTA SEGUNDA, NO RODA VIVA

nalini
O Roda Viva da próxima segunda-feira (6) recebe o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), José Renato Nalini. Os assuntos para a sabatina devem envolver o acúmulo de processos no Judiciário, a digitalização de arquivos nos tribunais e a emenda constitucional que propõe a redução da maioridade penal para 16 anos. Apresentado pelo jornalista Augusto Nunes, o programa vai ao ar às 22h, ao vivo, na TV Cultura.

Natural de Jundiaí (SP), Nalini ingressou na magistratura em 1976. Promovido ao Tribunal de Alçada Criminal em 1993, passou a ser desembargador do TJ-SP em 2004. Foi corregedor-geral da Justiça no biênio 2012-2013. É autor dos livros "Ética Geral e Profissional", "Ética Ambiental" e organizador de "Magistratura e Ética". Entre 2007 e 2010, presidiu a Academia Paulista de Letras. A última vez em que esteve no centro da mídia foi quando suspendeu a liminar que impedia a Prefeitura de São Paulo de dar sequência à construção das ciclovias na cidade. De acordo com o magistrado, a falta de estudo de impacto viário não é o bastante para suspender as obras.

Participam da bancada de entrevistadores Frederico Vasconcelos (repórter especial do jornal Folha de S.Paulo e editor do blog Interesse Público), Laura Diniz (editora do site Jota.info), Luciana Gross Cunha (professora da Escola de Direito da FGV-SP), Gaudêncio Torquato (jornalista e professor da USP) e Rosana Schwartz (professora de sociologia do Mackenzie). O Roda Viva ainda conta com a presença fixa do cartunista Paulo Caruso.
Do portal da TV Cultura

PMCG LIBERA MAIS R$ 2,1 MILHÕES POR OBRA DE REVITALIZAÇÃO DO CENTRO

Informação aos contribuintes:
                                                                         Foto:Divulgação/Secom/PMCG 16/03/15



No último dia 31 de março, a Prefeitura de Campos dos Goytacazes pagou à empreiteira Imbeg Engenharia Ltda, R$ 2.117.578,20 (Nota Fiscal 535) referente à parte das obras de revitalização do Centro Histórico da cidade.
Processo 20120340000039 
Ordem Bancária 2015OB03717 
Dados disponíveis no Portal da Transparência (aqui) - arquivo em PDF e no print abaixo:

Clique na imagem para ampliar.


Veja mais sobre as obras de revitalização aqui e aqui.


JUSTA HOMENAGEM (2)

Da Página do radialista e ex-presidente da Fundação Trianon, Nilson Maria, no Facebook:

KAPI 
Estava fora da cidade e, por isso, não pude despedir-me do amigo Antônio Roberto Góis Cavalcante, o nosso saudoso Kapi. Gostaria, contudo, de falar algumas palavras sobre a minha convivência com ele. Aproximamo-nos quando da primeira eleição de Garotinho para a Prefeitura. À época eu era presidente da Associação das Escolas de Samba de Campos e o prefeito Garotinho "exigiu" que o primeiro carnaval sob a sua administração tivesse horários rígidos e regulamentos claros. Já naquela época os desfiles de carnaval não tinham hora para começar e para terminar. Cristina Lima, presidente da Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, chamou Kapi para o trabalho de Coordenação. Tenho certeza de que ajudei muito, pois eu também detesto atrasos e desrespeito a horários e às pessoas que chegam na hora marcada para os eventos e acabam sendo prejudicadas . Os desfiles funcionaram como um relógio suíço. Tudo dentro do horário, para espanto dos que estavam acostumados à bagunça generalizada. Neste mesmo ano -1991- fui transferido pelo Banco do Brasil para Brasília e passei a presidência da AESC, com dinheiro em caixa, diga-se. 
Anos depois, já aposentado, retornei a Campos e. entre outras funções, acabei assumindo o ônus de coordenar o Carnaval de Rua da cidade. Reclamei muito, pois afinal achava -e ainda acho- que a Fundação Trianon, que presidia à época, não deveria ter essa função e nem algumas outras -como os shows de puro entretenimento em praça pública-. 
Para fazer face ao desafio lembrei-me de Kapi e da experiência anterior vivida lá atrás e o convidei para voltar a ser o Coordenador Técnico dos desfiles. Passamos para todas as Sociedades Carnavalescas que atrasos não seriam perdoados e o regulamento seria cumprido, sem apelação. Foram três anos de desfiles sem qualquer atraso. Tivemos que cortar na própria carne. Gigantes como a minha querida União da Esperança e Os Psicodélicos foram desclassificados e rebaixados, por atraso. Ponto para Kapi. Regulamento existe para ser cumprido. 
Anos depois tive a ideia de realizar em Campos o Festival Nacional de Teatro. Imaginava promover um grande evento que, com o passar dos tempos, seria transformado em Festival Internacional de Teatro. Trouxemos nas três edições, além das peças concorrentes, grandes nomes do Teatro em todos os aspectos: Diretores como Amir Haddad, iluminadores como João Fonseca, etc., ministraram cursos inteiramente gratuitos para a classe artística local. Contra algumas mentes extremamente conservadoras e reacionárias que se opuseram ao evento, Kapi abraçou a idéia e, numa das edições, nos brindou com Os Dragões Não Conhecem o Paraíso. 
Kapi era assim. Vibrante, visionário! Muito à frente de alguns que se julgam "luminares" e conhecedores de tudo da cultura. 
Não estou em Campos e desconheço as razões pelas quais não lhe prestaram a última homenagem, velando o seu corpo no Trianon. Afinal, ele dirigiu o primeiro espetáculo em seu palco, antes mesmo da inauguração. 
Ele merecia! 
Foi pena!

JUSTA HOMENAGEM (1)

Do Blog do jornalista Antunis Clayton (aqui):



Kapi, “irmão” na arte da vida

Junto com Kapi, na festa logo após a apresentação do vídeo, em entrevista a Tania Borges (Plena TV)
Junto com Kapi, na festa logo após a apresentação do vídeo, em entrevista a Tania Borges (Plena TV)
Um dos trabalhos mais belos e dos quais mais me orgulho foi um vídeo-documentário-testemunhal que produzi juntamente de Kapi, que na carteira de identidade também é identificado como Antonio Roberto Gois Cavalcanti. Mas, para que o DVD ficasse pronto em tempo para a ocasião com data marcada (uma festa de aniversário), além de quase uma semana de gravações, foram necessárias três noites em claro diante de uma ilha de edição, tendo como companhia Lucas Rodrigues, na época um menino, muito competente, mas permeado com a ansiedade própria dos jovens.
Para aqueles que não conhecem uma ilha de edição, explico que se trata de um computador com uma tela imensa, uma espécie de mesa de corte. Ficávamos sentados os três juntos, tendo Lucas no meio dos dois, operando o equipamento, enquanto eu e Kapi falávamos aquilo que desejávamos para o trabalho. As vezes, um dos dois arrastava ou inclinava a cadeira um pouco pra trás, com o objetivo de trocar uma ideia ou outra, enquanto Lucas terminava uma ação ou mesmo aguardava a definição dessa “conferência”.
Por fim, o cansaço era enorme, mas o prazer da realização impressionante. Numa determinada ocasião, não me lembro bem o porquê, Lucas perdeu a paciência e entrou numa discussão desnecessária com Kapi, que tinha gênio forte e não “refrescava” pra ninguém. Então, puxei Lucas pelo braço e o repreendi, fazendo que ele abrisse os olhos para o expoente que estava à sua esquerda, o nome genial que estava assinando aquele vídeo com ele. Recordo as palavras que disse na ocasião. “Menino, quando este vídeo for mostrado, me orgulhará mais a minha assinatura junto da assinatura de Kapi do que o conteúdo que produzi. E olha que eu sou macaco velho”.
Recado dado, o trabalho continuou com a brilhante edição de Lucas e o resultado foi fantástico. O produto final elogiadíssimo e eu ganhei certo norral (ou know-hall, pra quem preferir) na área de produção e edição de vídeo debutando ao lado de Kapi.
Hoje, Sexta-Feira da Paixão, quando chego à Curva do Rio, encontro a notícia da morte de Kapi, que cheguei a visitar enfermo e disse que o amava (e repito aqui). Kapi era dessas pessoas que não passavam despercebidas pela vida de ninguém, ele tinha a marca da opinião forte e da amizade, além de um sorriso inconfundível.
Não lembro bem por qual ocasião, mais lhe dei um presente: um livro meio biográfico, com pequenas passagens da vida de São Francisco de Assis. Como Francisco foi o primeiro homem na História do Cristianismo a chamar sua comunidade de fraternidade, fecho essa postagem pedindo que Nosso Senhor Jesus Cristo acolha o “meu irmão Kapi”.
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JUSTA HOMENAGEM

Do Blog Opiniões (aqui):


Artigo do domingo — Entre o céu e o mar

No Pontal de Atafona, a primeira chamada da peça “Pontal”: Marius, Aluysio, Yve, Kapi e Sidney (foto de Leonardo Berenger - Folha da Manhã)
Em janeiro de 2010, no Pontal de Atafona, a primeira chamada da peça “Pontal”: Mairus, Aluysio, Yve, Kapi e Sidney (foto de Leonardo Berenger – Folha da Manhã)


(Para Beth Araújo, Severina Cavalcanti, Fátima Castro, Aucilene Freitas, Jorge Rosa e Bernadete Bogado)

Era 2009. Caminhávamos conversando à beira-mar, quase na curva da foz do Paraíba, numa faixa de areia que hoje é oceano. Tentava animar Kapi, que estava hospedado em minha casa, em Atafona, após um período de internação no Hospital Ferreira Machado por conta de uma tuberculose. Mais do que a recuperação pela doença oportunista, entre as tantas que acham brecha na imunidade comprometida de um soroposito, o ânimo do genial criador estava abatido pela perspectiva do ostracismo, dolosamente banido pelo poder público municipal depois que os Garotinho reassumiram o poder em Campos, naquele mesmo ano.
Foi então que ele teve, de chofre, a ideia:
— Vamos pegar seus poemas sobre Atafona e juntar mais uns meus, do Artur (Gomes) e da Adriana (Medeiros) e montar uma peça. “Pontal”! O nome vai ser “Pontal”!
Ao que eu indaguei, meio assustado:
— Como assim? Vamos montar onde? Quando? Como transformar poemas em texto de teatro?
— Isso tudo você deixa comigo! — disse em tom propositalmente afetado, mas seguro de si, com uma risadinha mefistotélica e os olhos brilhando.
Sem respostas lógicas, não precisava de outra que não fosse aquela expressa em sua súbita recuperação física e psicológica. Mesmo para alguém, como eu, envolvido em trabalho de criação, era impressionante como em Kapi isso era uma demanda tão vital, literalmente, quanto o ar que os demais precisam para respirar.
Voltamos da caminhada, almoçamos, eu tomei banho, entreguei os poemas que ele pediu e segui a Campos para meu trabalho, deixando Kapi imerso no dele. Quando voltei à noite, já estava tudo resolvido:
—  Vamos montar no Bar do Bambu (antiga casa de barco da família Aquino, que o mar depois levou). Serão apresentações quinta, sexta e sábado, em quatro semanas entre janeiro e fevereiro do ano que vem (2010). Os poemas serão interpretados como causos contados por pescadores de Atafona. Yve (Carvalho) e Sidney (Navarro) serão os atores. Só falta arrumarmos um terceiro, para dividir melhor os textos.
O terceiro homem, no furto ao filme clássico de Carol Reed, acabou sendo o Mairus Stanislawiski, um gaúcho bicho grilo desses que costumam brotar em Atafona como bicho de pé, sem nenhuma experiência anterior como ator. Comigo e Sidney toureando os conflitos entre as personalidades de diva de Kapi e Yve, sinceramente não sabíamos o que esperar na noite de estreia de uma peça com atores locais (à exceção gaúcha e desconhecida), diretor local e autores locais, num lugar sem luz elétrica e de difícil acesso pela areia.
Grande foi a nossa surpresa quando cerca de 80 pessoas tiveram sua silhuetas atraídas bruxuleantes pela fogueira acesa, no encontro das águas do Paraíba e do Atlântico, em frente ao Bar do Bambu, lotando o antigo galpão que tinha o centro como palco, iluminado internamente por lamparinas e lampiões. Gente de todas as idades e estilos, cujo o boca a boca não deve ter sido ruim, pois o público chegaria a dobrar nas apresentações seguintes, que ganharam ainda mais força dramática quando o Mairus foi substituído pelo Artur Gomes, coautor e também ator do espetáculo, fazendo com que tivéssemos que improvisar uma arquibancada de areia e madeira na entrada do bar transformado em teatro.
Conheci Kapi ainda nos anos 1980, quando eu ainda era um adolescente fascinado pela vida boêmia na qual ele já era uma lenda da planície, dono do mitológico Bar Vermelho, point do underground goitacá. Mas nosso contato se estreitou mais na década seguinte, quando passei a escrever poesia. Logo no primeiro concurso em que entrei, no FestCampos de 1992, realizado no hoje abandonado anfiteatro do Parque Alberto Sampaio — acreditem! aquele lugar já foi palco de poesia —, tendo o Artur Gomes como intérprete de dois trabalhos selecionados à final, grande foi minha surpresa. Aos 19 anos, acabei tirando primeiro e segundo lugar, respectivamente com “Calvário” e “Caçula”, poemas que não guardo, posto serem frutos de uma fase com a qual depois romperia.
Só mais tarde fui saber que, compondo o júri, foi Kapi quem bateu pé contra uma manobra “politicamente correta” que visava me dar apenas um prêmio, abrindo espaço para mais gente:
— Valem o regulamento e as notas dos jurados! — E, graças a Kapi, valeram mesmo.
Alguns anos depois, lembro de um marcante encontro ao acaso, na sua casa em Atafona. Era fevereiro de 1997, eu vinha ouvindo aquele verão todo, até quase “furar” o CD, o acústico do Eric Clapton, com o qual a MTV inaugurou sua exitosa série Unplegged. Por sua vez, Kapi estava cheio de histórias para contar, recém-chegado de uma viagem junto com sua imprescindível amiga Beth Araújo e sua turma de formatura da faculdade de turismo, por mais de 30 dias, entre Costa do Marfim, Líbano, Egito, Israel, Jordânia e França. Velas enfunadas ao vento nordeste, passamos a tarde naquela varanda atafonense, conversando sobre tudo que ele trazia ainda fresco do berço da civilização humana, ouvindo blues, tomando o vermute e fumando os gauloises trazidos há pouco de Paris.
Passado o verão, no final daquele ano, Kapi sofreu sua primeira grave crise advinda do HIV, chegando a ficar em coma. Depois que ele começou a se restabelecer, fui vê-lo internado no Hospital Ferreira Machado, sempre sob a guarda zelosa da mãe, a saudosa Severina. Ao final da visita, entreguei-lhe “órbita de hal”, poema a ele dedicado, que trazia as lembranças daquela tarde em Atafona, assim como a comunhão com seu estado de saúde, por conta de um acidente que também me deixara entre vida e morte alguns anos antes. Creio que foi ali, naqueles versos escritos em tinta de solidariedade, que da amizade se fez uma fraternidade de vida inteira
Com base nessa cumplicidade, se formou uma parceria artística inquebrantável, na qual eu não teria mais nenhum poema em festival cuja interpretação não fosse dirigida por Kapi. Comigo como poeta, ele como diretor e o Yve Carvalho como ator, o trio colheria relativo sucesso em Campos e no Rio.
Nos FestCampos, bati na trave algumas vezes, com um segundo lugar em 2000, com “epifania”, e um quarto lugar em 2006, com “cantos da pequena”, até novamente vencer com “muda”, em 2007, na minha despedida dos festivais de Campos. Além dos limites da província, a parceria também arrebanharia o primeiro lugar de poema, com “conversão a mais de uma atmosfera”, bem como de intérprete, com Yve, no 11º Concurso Nacional de Poesia Francisco Igreja, em 2008, realizado no auditório Machado de Assis, na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.
Por sua vez, de pena própria, marcada pelo ritmo da oralidade trazido do teatro, Kapi também ganharia duas vezes o FestCampos: em 2002, com “Canção amiga”, e em 2005, com “Goya Tacá Amopi”.
Com mais de 100 peças encenadas, inclusive no Rio, Kapi foi um divisor de águas no teatro de Campos. Ainda nos escombros, inaugurou o Teatro Trianon, do qual tanto se ufana quem segregou a grande artista, onde encenou “Gota D’Água”, de Chico Buarque e Paulo Pontes, em 1995. Mas a montagem da qual mais se orgulhava, na qual deu vazão às suas ambições artísticas sempre épicas, foi “Romanceiro da Inconfidência”, de Cecília Meireles, em 1998. Na superprodução, dirigiu dezenas de atores no cenário perfeito (e real) da Igreja e Mosteiro da Lapa.
Como passagens marcantes também como carnavalesco e organizador do Carnaval de Campos, Kapi foi, talvez, o artista mais completo que conheci nesta planície cortada pelo Paraíba do Sul. Campista filho de uma retirante nordestina, trespassou a origem humilde e os preconceitos de raça e orientação sexual com gumes afiados de talento e coragem. Se nunca cuidou de si como de sua arte, ainda assim foi um bravo resistente. E sobre ele não mente o também diretor teatral Fernando Rossi: “Mais lamentável é saber que esse processo da sua morte foi acelerado pela falta de apoio à sua arte”.
Junto com meu filho, de quem Kapi foi também grande amigo, a coisa que mais me importa nesta vida, ou em qualquer outra, é minha arte. E, como Aluysio Barbosa fez no jornalismo, foi Kapi quem me ensinou que arte é coletiva, ou de ninguém.
Em contrapartida, ele também dizia não acreditar em artista humilde. E tanto à sua vaidade, quanto à minha, às de Yve, Sidney, Artur e Adriana, afaga o fato de que aquela montagem de “Pontal” tenha sido o último grande momento de um lugar mágico que deixou de existir, engolido pelas ondas, como seremos todos nós.
Pode parecer teatro, e depois realmente foi, mas naquela mesma caminhada no Pontal, na qual Kapi pariu “Pontal”, nós dois vimos um golfinho saltar das águas e descrever em arco suas piruetas no espaço. Continuamos acompanhando as aparições do seu dorso e dos seus companheiros, até que sumissem entre o céu e o mar.

Publicado hoje na Folha da Manhã