A eleição já é daqui a dois dias e eu começo esta reflexão com apenas uma certeza: não voto em nenhum dos dois candidatos que polarizam a eleição para a Prefeitura de Campos.
Apesar de dezenas de "anônimos" que postam comentários neste Blog, ora atribuindo minha preferência por Arnaldo, ora por Rosinha, descarto ambas as opções.
Tento explicar: os dois são frutos da mesma árvore daninha que infesta a política desta cidade há quase duas décadas. Digo "quase" porque acredito, defendo e reitero, que o primeiro governo Garotinho foi um período politicamente rico. Não sei se pela empolgação daquele grupo de jovens, pela comparação com os governos anteriores ou a soma destes e outros fatores, acho que os dois últimos anos da década de oitenta e os primeiros da década seguinte, foram marcados pelo início de uma era que acabou não acontecendo. Uma promessa não cumprida, um sonho não realizado, um batizado findo em velório.
Foi como um rio que desce límpido da nascente para morrer num mar de esgoto.
Em algum momento daquele passado quase-remoto, os que defendiam a mudança decidiram superar nos erros daqueles a quem derrubaram com o discurso da moralidade e do combate da curriola. Substituíram, isso sim, os amadores pelos profissionais, alguns com phd e tudo...
E a curriola foi crescendo e se subdividindo em crias que buscaram caminhos próprios. Arnaldo Vianna foi o que teve mais competência para formar sua falange independente após romper com Garotinho. E ainda pariu cria própria, como o atual, ainda, prefeito Mocaiber.
Portanto, além das Hilux reluzentes de onde acenavam nas carreatas, Rosinha e Arnaldo têm muito mais em comum: ambos se alimentam politicamente da miséria alheia. São seqüestradores da cidadania, na medida em que buscam se manter no poder à custa do "tudo a R$ 1" ou dos vales, tíquetes, bolsas, empregos sem concurso e tudo o mais que pode ser trocado. É o voto pela benesse, mas de posse do mandato, de quem são as maiores e verdadeiras benesses?
Quem cresceu ouvindo que "voto branco vai para o governo" e que "anular o voto é se anular", fica com a reflexão embotada. Mas é preciso enfrentar essa reflexão, que divido aqui, de coração aberto com os que honram com a leitura deste Blog. Sei de minha responsabilidade, primeiro para com a minha consciência, depois com os responsáveis pelos 114 mil acessos que este Blog teve em pouco mais de ano de existência.
Entendo os que estão em dúvida porque me encontro na mesma situação daqueles que pendem entre anular o voto ou optar pela candidatura da professora Odete Rocha, do PCdoB. Sua seriedade política e capacidade são indiscutíveis, mas fica o dilema: Odete só se classifica para o segundo turno se houver um milagre ou se a candidatura de Arnaldo for impugnada, entretanto votar nela ajuda a levar a eleição para o segundo turno. Mas ora, para que um segundo turno entre Arnaldo e Rosinha se se sabe de antemão que quem vai administrar Campos nos próximos quatro anos é ele ou ela?
Se Arnaldo ou Rosinha não ganharem no primeiro turno, um dos dois será vencedor no segundo e disso não tem como escapar. Mas, com certeza, não será com o meu voto. Nas eleições de 2004 e 2006, conclui que o caminho era optar pelo candidato que considerava "o menos pior", e deu no que deu...
Portanto, vou votar em branco. Protesto solitário, infantil ou fruto de uma reflexão emocional. E por quê não?
Reflexão simplista, dirão alguns, mas tento não cansar quem leu até aqui. No entanto, é impossível não refletir um pouco mais sobre o papel de grande parte da mídia, da Câmara dos Vereadores e muitas das instituições da sociedade civil que, por omissão ou conivência explícita e (muito) lucrativa, colaboram para que a cidade chegasse ao estágio de degradação da atividade política em que chegou.
Talvez seja hora de começar a preparar o espírito, o coração para uma nova tentativa de virada em 2012, porque 2008, já perdemos.
Apesar de dezenas de "anônimos" que postam comentários neste Blog, ora atribuindo minha preferência por Arnaldo, ora por Rosinha, descarto ambas as opções.
Tento explicar: os dois são frutos da mesma árvore daninha que infesta a política desta cidade há quase duas décadas. Digo "quase" porque acredito, defendo e reitero, que o primeiro governo Garotinho foi um período politicamente rico. Não sei se pela empolgação daquele grupo de jovens, pela comparação com os governos anteriores ou a soma destes e outros fatores, acho que os dois últimos anos da década de oitenta e os primeiros da década seguinte, foram marcados pelo início de uma era que acabou não acontecendo. Uma promessa não cumprida, um sonho não realizado, um batizado findo em velório.
Foi como um rio que desce límpido da nascente para morrer num mar de esgoto.
Em algum momento daquele passado quase-remoto, os que defendiam a mudança decidiram superar nos erros daqueles a quem derrubaram com o discurso da moralidade e do combate da curriola. Substituíram, isso sim, os amadores pelos profissionais, alguns com phd e tudo...
E a curriola foi crescendo e se subdividindo em crias que buscaram caminhos próprios. Arnaldo Vianna foi o que teve mais competência para formar sua falange independente após romper com Garotinho. E ainda pariu cria própria, como o atual, ainda, prefeito Mocaiber.
Portanto, além das Hilux reluzentes de onde acenavam nas carreatas, Rosinha e Arnaldo têm muito mais em comum: ambos se alimentam politicamente da miséria alheia. São seqüestradores da cidadania, na medida em que buscam se manter no poder à custa do "tudo a R$ 1" ou dos vales, tíquetes, bolsas, empregos sem concurso e tudo o mais que pode ser trocado. É o voto pela benesse, mas de posse do mandato, de quem são as maiores e verdadeiras benesses?
Quem cresceu ouvindo que "voto branco vai para o governo" e que "anular o voto é se anular", fica com a reflexão embotada. Mas é preciso enfrentar essa reflexão, que divido aqui, de coração aberto com os que honram com a leitura deste Blog. Sei de minha responsabilidade, primeiro para com a minha consciência, depois com os responsáveis pelos 114 mil acessos que este Blog teve em pouco mais de ano de existência.
Entendo os que estão em dúvida porque me encontro na mesma situação daqueles que pendem entre anular o voto ou optar pela candidatura da professora Odete Rocha, do PCdoB. Sua seriedade política e capacidade são indiscutíveis, mas fica o dilema: Odete só se classifica para o segundo turno se houver um milagre ou se a candidatura de Arnaldo for impugnada, entretanto votar nela ajuda a levar a eleição para o segundo turno. Mas ora, para que um segundo turno entre Arnaldo e Rosinha se se sabe de antemão que quem vai administrar Campos nos próximos quatro anos é ele ou ela?
Se Arnaldo ou Rosinha não ganharem no primeiro turno, um dos dois será vencedor no segundo e disso não tem como escapar. Mas, com certeza, não será com o meu voto. Nas eleições de 2004 e 2006, conclui que o caminho era optar pelo candidato que considerava "o menos pior", e deu no que deu...
Portanto, vou votar em branco. Protesto solitário, infantil ou fruto de uma reflexão emocional. E por quê não?
Reflexão simplista, dirão alguns, mas tento não cansar quem leu até aqui. No entanto, é impossível não refletir um pouco mais sobre o papel de grande parte da mídia, da Câmara dos Vereadores e muitas das instituições da sociedade civil que, por omissão ou conivência explícita e (muito) lucrativa, colaboram para que a cidade chegasse ao estágio de degradação da atividade política em que chegou.
Talvez seja hora de começar a preparar o espírito, o coração para uma nova tentativa de virada em 2012, porque 2008, já perdemos.