Suplente de senador que ocupa a vaga enquanto Hélio Costa é ministro das Comunicações, Wellington Salgado (PMDB-MG) é o mais destacado integrante da tropa de choque do presidente do Senado Renan Calheiros. Menos pelo brilhantismo de seus argumentos e mais pela capacidade de gerar constrangimentos.
Tentou ser ralator da primeira representação contra Renan na Comissão de Ética, mas foi um defensor tão histriônico do chefe que chegaram a conclusão que mais atrapalhava que ajudava.
Na votação que derrubou a criação da Secretária Especial de Longo Prazo foi dele também a explicação mais descarada para a derrota imposta pelo PMDB ao governo Lula. Disse que eram aliados "franciscanos", mas as sandálias já estavam gastas e precisando de solas novas.
Agora Salgado está enrolado com a Políca Federal.
Ele será investigado por crime de sonegação de impostos. Ao acatar pedido do Ministério Público Federal, o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou ontem a abertura do inquérito.
O MPF apura se o senador, quando dirigia a Associação Salgado de Oliveira de Educação e Cultura (Asoec), teria cometido crime contra a ordem tributária.
No despacho, o ministro Celso de Mello determina que a PF, num prazo de 60 dias, realize investigações e tome os depoimentos do senador Wellington Salgado e de outros integrantes da diretoria da Asoec.
Salgado disse que o procedimento do ministro Celso de Mello está correto e que seus advogados já estão cuidando do caso. E negou que seja sonegador: “Em todas as minhas declarações eu tenho colocado a existência da divida”.
O senador informou ainda que a Asoec é uma empresa familiar, que existe há mais de 40 anos, e que no inquérito estão arrolados ele e seus irmãos. “A dívida vai ser paga e o que resta saber é se houve crime ou não”, concluiu. Salgado é suspeito de ter sonegado quase R$ 12 milhões de recursos públicos, de maio de 2000 a dezembro de 2002 e de março de 2003 a dezembro de 2005, períodos em que teria dirigido a associação.
(Com informações da Radiobrás)
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