sábado, 18 de maio de 2013

DIFÍCIL DE EXPLICAR...

Ford Fusion dirigido pelo filho casal Garotinho e de propriedade da GAP

No documento do Detran o endereço da GAP dona do veículo, é o mesmo informado
na nota de esclarecimento divulgada hoje pelo subprocurador da PMCG: Rua Felipe Uébe, 124




Na semana que acaba daqui a pouco, dois personagens disputaram a cena política nacional. De um lado o deputado Garotinho (líder do PR) que foi, sem dúvidas um dos protagonistas da batalha dos portos, e do outro, o líder do governo Eduardo Cunha (PMDB). Cunha já foi apadrinhado de Garotinho que o levou para o Governo Rosinha como secretário estadual de Habitação, mesmo conhecendo sua vida pregressa de presidente da Telerj no governo Collor.
Mas o caso é que, a serviço de lobbies diversos, Eduardo Cunha apresentou uma emenda aglutinativa à Medida Provisória de modernização dos portos que praticamente descaracterizava a proposta inicial do governo e diante da tibieza do PT, foi Garotinho quem se destacou na defesa do governo e a presidente Dilma Rousseff sabe que lhe deve essa, além da antipatia pessoal que ela parece nutrir por Cunha.
Em meio aos embates, Garotinho colheu louros mas também revezes: o primeiro do próprio Eduardo Cunha e depois do líder do DEM, Ronaldo Caiado.
Veja o que disse Merval Pereira, em sua coluna diária em O Globo, dia 10/05/2013:

"Garotinho acusou a emenda aglutinativa patrocinada por Cunha de cheirar mal, de ter motivações escusas, e nos bastidores falava abertamente em milhões de reais por baixo da mesa para favorecer interesses de empresários. Cunha referiu-se a Garotinho como o batedor de carteira que sai gritando “pega ladrão”, para distrair a atenção", (aqui)

No dia seguinte e fiel ao seu estilo de não perder o que acha ser uma boa imagem ou frase de efeito, Garotinho subiu à tribuna e insinuou que o DEM estaria sendo orientado pelo ex-banqueiro Daniel Dantas, que teria interesses em alguns pontos na MP dos Portos. Foi o que bastou para transformar o ex-fundador da UDR numa fúria ambulante. Ronaldo Caiado foi à tribuna e num discurso de pouco mais de cinco minutos desancou o líder do PR como nunca alguém tinha feito em público: de "chefe de quadrilha" a  frouxo". (reveja os vídeos aqui  e aqui).
Para terminar a semana, Garotinho ainda é o centro de reportagem da Revista Época (aqui) com acusações de ligações com o dono da GAP, uma empresa que, entre outros serviços alugou um carro para o gabinete do deputado do PR, outros 140 para a campanha do partido em 2010 e, desde 2009, ambulâncias para a Prefeitura de Campos. Tudo bem se o dono da empresa, George Augusto Pereira, segundo a revista, existisse no mundo real. A Época sustenta que o homem que recebeu cerca de R$ 35 milhões da PMCG nos últimos anos é uma fraude e tem a identidade camuflada por documentos falsos.
Pela fraca defesa apresentada por Garotinho, incluindo a nota de esclarecimento da Subprocuradoria Geral do Município (aqui) deve estar realmente muito difícil explicar a materialização de um empresário com esse volume de movimentação de dinheiro e que tenha apresentado renda anual em 2011 de apenas R$ 23 mil, conforme denúncia da revista.
Nesse caso não adianta abrir mão de sigilo fiscal e bancário e nem desengavetar a cantilena da casinha da Lapa. É preciso jogar a culpa do colo de alguém para justificar tantos negócios do partido, do próprio gabinete parlamentar e da prefeitura com uma empresa com esse nível de suspeição. Sem falar no acidente, em 2011, quando o filho do deputado avariou um carro num acidente nas proximidades do Palácio da Cultura e descobriu-se que o veículo pertencia à GAP. Na ocasião justificou-se que o gerente da empresa o emprestara ao filho do deputado. E agora Garotinho vem escrever em seu Blog que não conhece, nunca viu e nem ao menos sabe quem é o dono da GAP.
Explica essa, Garotinho.

Veja mais sobre o assunto:

Blog Estou Procurando o que fazer (aqui), post de 27/06/2011:

segunda-feira, 27 de junho de 2011


Wladimir Garotinho usava carro de empresa que presta serviços à prefeitura de Campos



Documento do Detran comprova que a GAP Comércio e Serviços Especiais Ltda. é a proprietária  do veículo dirigido por Wladimir Garotinho.


É de propriedade de uma empresa privada que mantém contrato de aluguel de veículos com a prefeitura de Campos, o Ford Fusion , placa KNZ 5267 (conforme informação do site Campos 24 horas), dirigido por Wladimir Garotinho, que no último dia 18 se envolveu em um acidente na esquina das ruas Voluntários da Pátria e Benta Pereira. A denúncia foi feita hoje pelo deputado estadual Roberto Henriques (PR), que cobrou explicações à prefeita Rosinha Garotinho.


Matéria no site Campos24horas sobre o acidente envolvendo o filho da prefeita.

Roberto Henriques disse que, como deputado, não se envolve em questões pessoais, entretanto a prefeita deve à sociedade explicações para o fato de seu filho, que não é servidor público municipal, estar dirigindo um veículo pertencente a uma empresa que aluga ambulâncias para a municipalidade. "O caso sai da esfera pessoal para a pública e o que é público é de interesse de todos", afirmou Roberto.



Blog do Garotinho (aqui), post de 26/07/2011:


Clique na imagem para ampliar

RESPOSTA DE WLADIMIR
Se eu soubesse que o carro era da empresa, não teria usado. Sim, considero que há um conflito de interesse, por outro lado, sou amigo de Johannes há vários anos e não sabia que o carro pertencia à empresa que presta serviços à prefeitura, porque se soubesse, não teria usado. Quanto ao valor do contrato da empresa com a prefeitura, não sei responder, cabe a prefeitura informar.
Viajei sim, mas com recursos próprios, em avião de carreira, que por sinal não pertence a empresário nenhum, mas sim a empresa Aerolineas Argentina. Comprei um pacote e dividi em duas vezes no meu cartão de crédito, como milhares de brasileiros podem fazer. Sou amigo de Tauil há mais de dez anos e sei que ele tem uma vida modesta e possui uma empresa de pequenos reparos.
 

GAROTINHO DIZ QUE NÃO CONHECE O "FANTASMA"





O deputado Garotinho publicou agora há pouco em seu Blog a nota oficial da PMCG sobre o caso do "fantasma das ambulâncias" denunciado pela Época.Disse que mais uma fantasia e jura que não conhece, nunca viu nem ao menos sabe quem é o senhor George Augusto Pereira.
Ora, o deputado está tentando insultar a mínima inteligência dos seus leitores, eleitores e toda a população. Como não conhecer o dono de uma empresa que funciona no mesmo endereço de uma outra, da qual o partido dele, o PR.alugou na campanha de 2010, 140 carros? (veja aqui a matéria da Época de 27/04/2013).
Como não saber quem é o dono de empresa de quem seu gabinete alugou um carro para servi-lo quando estivesse em sua base eleitora?
Como não nem ao menos saber quem é o dono de uma empresa que tem um dos maiores contratos com a Prefeitura que, sabidamente, administra junto com a esposa-prefeita?
Abaixo a publicação do suscinto post do Blog do Garotinho:


18/05/2013 12:58


Gostaria de esclarecer aos leitores do blog algumas questões relativas a mais um ataque sem sentido das Organizações Globo, via revista Época.

1º Não conheço, nunca vi, nem ao menos sei quem é o senhor George Augusto Pereira.

2º Se alguém praticou fraude em documentos públicos, o fez contra os governos federal, estadual e municipal.

3º Em relação à Câmara dos Deputados não há nenhuma irregularidade.

4º Quanto à Prefeitura de Campos leiam a nota oficial abaixo, onde está tudo devidamente explicado. 

Nota oficial (aqui).

"FANTASMA DAS AMBULÂNCIAS": PMCG ADMITE QUE PODE TER SIDO "VITIMA"

Assinada pelo subprocurador geral da PMCG, Matheus José, a Prefeitura de Campos divulgou nota oficial sobre a reportagem da revista Época desta semana sobre eventuais irregularidades na empresa GAP COMÉRCIO E SERVIÇOS ESPECIAIS LTDA com a qual a municipalidade tem contrato para aluguel de ambulâncias desde 2009. Segundo a revista, o dono da empresa não existe (confira aqui) e quem usa seu nome utilza CPF e Identidade falsos.
Além da Prefeitura de Campos, a GAP teve como clientes o gabinete do deputado Anthony Garotinho, que alugou, logo no início do mandato um Ford Fusion e o Partido da República (PR) do Estado do Rio de Janeiro, presidido por Garotinho.
Na nota, publicada abaixo, o subprocurador reconhece a gravidade das denúncias, admite que a Prefeitura pode ter sido "vítima de um esquema de fraude por parte da empresa", e que vai ser aberta sindicância interna e notificar a empresa para se manifestar.
A nota:


GAROTINHO TENTA JOGAR "FANTASMA" DO ARMÁRIO DOS OUTROS

Em rápida participação agora há pouco no "Entrevista Coletiva", na Rádio Diário FM, o deputado Garotinho classificou de "xaropada" a reportagem publicada da Revista Época (aqui) e disse que a Procuradoria Geral da Prefeitura de Campos iria emitir nota oficial sobre o assunto ainda hoje.
Garotinho adiantou que a Prefeitura de Campos contratou a GAP porque a empresa tem CNPJ que é fornecido pela Receita Federal, inscrição estadual dada pelo Governo do Estado e que se o dono (George Augusto Pereira) tem CPF falso, o responsável é a Receita Federal e se tem carteira de identidade falsa a responsabilidade é do Governo do Estado através do Instituto Felix Pacheco.
O que Garotinho não disse é por que a GAP foi contratada pelo seu gabinete de deputado federal para alugar um carro, por que o seu partido (PR) alugou 150 carros da GAP para a campanha de 2010 e a Prefeitura comandada por sua mulher alugou desta mesma empresa ambulâncias.

ATUALIAZAÇÃO - E, até o presente momento (12h42 de sábado, 18/05/2013) o Blog do Garotinho, tão rápido tem apontar malfeitos alheios, não publicou uma linha sobre o assunto. Um silêncio que está deixando em pânico os aliados que estão ansiosos para reproduzir tudo o que o poderoso chefão (opa!) disser.

ATUALIAZÇÃO às 13:00 para corrigir a última palavra da atualização anterior.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

ÉPOCA DENUNCIA O "FANTASMA DE GAROTINHO"

Da Revista Época que chega amanhã às bancas (aqui):


INVESTIGAÇÃO - 17/05/2013 22h04
TAMANHO DO TEXTO

O amigo invisível do Garotinho

O empresário George Augusto Pereira tem negócios milionários com o deputado e seu partido. Só tem um detalhe: ele não existe

HUDSON CORRÊA
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CRIATIVIDADE O deputado Anthony Garotinho. Em vez de laranjas, ele tem um fantasma (Foto: André Coelho/Ag. O Globo)
Passava de 8 horas da noite da segunda-feira, dia 29 de abril, quando o deputado Anthony Garotinho subiu à tribuna da Câmara bufando. Líder do Partido da República (PR), ele precisava dar explicações convincentes aos colegas deputados e, principalmente, a seus eleitores do Rio de Janeiro. Dois dias antes, ÉPOCA revelara um esquema de desvio de dinheiro público que envolve a família Garotinho e o PR no Rio. Na tribuna, Garotinho saiu em defesa de uma empresa que tem negócios com seu gabinete na Câmara, com a prefeitura de Campos dos Goytacazes, comandada por sua mulher, Rosinha Garotinho, e com seu partido. Trata-se da GAP Comércio e Serviços Especiais, uma locadora de veículos próxima à família Garotinho. A sigla GAP reproduz as iniciais de seu dono, o empresário George Augusto Pereira. Documentos obtidos por ÉPOCA – reproduzidos abaixo – mostram que George Augusto não existe no mundo das pessoas de carne e osso. Num universo em que tantos escândalos trazem à tona laranjas, Garotinho inovou ao colocar em cena um fantasma. Como tantos garotinhos, o deputado do Rio de Janeiro tem um amigo invisível.
>>Esquema que envolve Garotinho é enrolado como a trama de um filme policial 

A relação entre Garotinho e a GAP é antiga. Logo que tomou posse em 2011, ele alugou um carro da GAP, um Ford Fusion 2011, usando verba da Câmara. O automóvel estava destinado a seu uso pessoal em Brasília, durante o exercício da atividade parlamentar. Na mesma época, em junho de 2011, Wladimir Matheus, filho de Garotinho, destruiu contra um muro um Ford Fusion 2011, avaliado em R$ 80 mil. Era o mesmo carro alugado por Garotinho com dinheiro da Câmara? Segundo ele, não. Foi uma coincidência. Na ocasião, ÉPOCA procurou George Augusto por telefone. Em entrevista gravada, um homem que se apresentou como ele disse que emprestara o carro a Matheus e que nada cobraria do rapaz, por se tratar de “um amor de pessoa”. Afirmou ainda que o prejuízo com acidentes “fazia parte de seu negócio”. George Augusto parecia mesmo ser amigo da família, notadamente da prefeita Rosinha. A GAP tem um contrato milionário com a prefeitura de Campos para alugar ambulâncias ao município.

Nos papéis da Junta Comercial, George Augusto Pereira detém 99,8% das ações da GAP, cujo nome reproduz suas iniciais. As provas de que ele não existe são abundantes. ÉPOCA obteve cópia da carteira de identidade usada por George Augusto Pereira. O documento contém uma falsificação grosseira. De acordo com o Instituto de Identificação Félix Pacheco, o número do RG e a data de expedição da carteira não são de uma pessoa chamada George. Eles correspondem a uma mulher paraibana, de 48 anos de idade, moradora de um bairro pobre de São Gonçalo, região metropolitana do Rio. Entrevistada por ÉPOCA, Josefa Gomes dos Santos Carvalho disse que não entende como outra pessoa pôde usar seu RG, pois nunca perdera o documento. George Augusto Pereira não tem RG – e esse não é o único papel que lhe falta. George tem caminhonetes de luxo e multas de trânsito, mas não carteira de habilitação. No último dia 6 de maio, ele completou 42 anos de idade, mas nunca tirou título de eleitor.

Uma coisa na vida de George é assombrosamente real: o dinheiro que irriga as contas da GAP. Para abrir uma conta no banco, George precisava de um CPF – e um CPF foi tirado, a partir do documento de identidade falso. O mesmo CPF aparece na sua declaração de Imposto de Renda. ÉPOCA obteve o documento relativo ao exercício de 2011, que informa uma renda anual de apenas R$ 23 mil – e não lista nenhum bem patrimonial. Se existisse, George seria um sonegador. Os ativos de sua empresa somam R$ 5,5 milhões, a GAP já recebeu R$ 32 milhões da prefeitura de Campos e ainda tem um contrato de R$ 15 milhões em vigor com o município. Nada disso está declarado. Em agosto de 2011, o Ministério Público do Rio apontou uma fraude na contratação da GAP pela prefeitura, com favorecimento na licitação e pagamento de valores superfaturados.
>>Arquivo: A marca do Zorro no Congresso

Quando surgiram os documentos revelando que George não existia, ÉPOCA resgatou a gravação de uma entrevista concedida pelo empresário sobrenatural em junho de 2011. A ligação foi atendida, na ocasião, por uma secretária, que transferiu a chamada para um homem de voz rouca. Para esclarecer o mistério do telefonema de George, ÉPOCA pediu que o perito Ricardo Molina analisasse a voz da pessoa que telefonou fazendo se passar pelo dono da GAP. Havia outro áudio para uma comparação. No mês passado, ÉPOCA gravou uma entrevista por telefone com Fernando Trabach Gomes, que prestou serviço para a campanha do partido de Garotinho em 2010. Durante a conversa, Trabach se identificou como diretor comercial da rede Metta Postos, fornecedora de combustível para a campanha do PR. De cara, chamou a atenção que a secretária de Trabach era a mesma que anotara o recado para George em 2011.
Os papéis do fantasma (Foto: Reprodução)
A perícia de Molina confirmou a suspeita. “Como não existe ‘certeza’ em perícia (nem na ciência em geral), costumamos dizer que acima de qualquer dúvida razoável é a mesma voz”, afirma Molina. Antes de o Ministério Público começar a investigar a GAP, Trabach interpretava George na informalidade. Em outubro de 2011, uma estranha procuração foi registrada num cartório a uma quadra do Tribunal de Justiça, no centro do Rio. No documento, obtido por ÉPOCA, o George fictício passa plenos poderes ao Trabach de carne e osso. Na prática, era como se o dono da GAP mandasse seu procurador viver por ele. Trabach podia gerenciar os negócios, receber dinheiro, fazer compras, movimentar a conta bancária, assinar cheques, realizar depósitos, despedir empregados, vender bens, fazer escrituras de imóveis, estabelecer contratos e até representá-lo em qualquer processo na Justiça, mesmo numa eventual ação criminal. A procuração não deixava claro se Trabach também poderia falar em seu nome ao telefone.

Trabach – que, até o ano de 2012, tinha cinco números diferentes de CPF – é extremamente próximo da família Garotinho. Ele já apareceu numa denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) contra a prefeitura de Campos. Em 2009, seu primeiro ano de mandato, a prefeita Rosinha resolveu alugar ambulâncias em vez de comprá-las. Para abrir concorrência, o município precisava cotar preços entre empresas e definir o valor a pagar pelo serviço de locação das ambulâncias. O mecanismo visa obter a proposta mais econômica aos cofres públicos. Uma das quatro empresas que apresentaram orçamento foi o Posto 01, que vende combustível em Itaboraí, município próximo ao Rio. Naquela época, o posto tinha uma filial no mesmo endereço da GAP. A suspeita do MPE era que houvesse um acerto entre as duas empresas irmãs para fraudar a concorrência. De acordo com o MPE, no dia da licitação, a GAP teve o caminho livre para vencer e receber, ainda por cima, em valores superfaturados. O que isso tem a ver com Trabach? Ele comanda a rede que inclui o Posto 01.

Trabach também aparece nas denúncias de fraudes na campanha eleitoral do PR em 2010. Sua rede de postos ganhou R$ 1,2 milhão para fornecer combustível ao candidato a governador do partido, Fernando Peregrino, lançado por Garotinho. Tudo legal, afinal Trabach realmente opera estações de venda de gasolina, álcool, gás e diesel. A suspeita de falcatrua veio à tona quando a investigação esbarrou nas notas fiscais apresentadas à Justiça Eleitoral para comprovar as despesas com os quatro postos de Trabach. No final de abril, ÉPOCA revelou que as notas contêm indícios de irregularidades e falsificação.

Um dos documentos fiscais nem sequer se referia à venda de combustível, mas apenas ao aluguel de uma frota de 170 veículos, um gasto não declarado à Justiça Eleitoral. O posto não aluga carros. A Procuradoria-Geral Eleitoral fará uma investigação nas contas de campanha de Peregrino, com base em indícios como esses. Amarrando as duas pontas – a de George à de Trabach –, surge mais uma amostra da ousadia do esquema. Em maio do ano passado, George vendeu a GAP por R$ 100 mil, parcelados em dez vezes. A felizarda compradora foi ninguém menos que a mãe de Trabach, uma senhora viúva de 69 anos de idade. Como tinha procuração do fantasma para movimentar os negócios, foi o próprio Trabach quem transferiu tudo para o nome da própria mãe. Procurado por meio de sua assessoria, Trabach informou que não comentaria o caso. Garotinho e a prefeitura de Campos não haviam se manifestado até o fechamento desta edição. Anteriormente, ambos negaram favorecimento à GAP.

A primeira notícia sobre George Augusto Pereira foi publicada por ÉPOCA em julho de 2011, após o filho de Garotinho sofrer o acidente com o carro de propriedade da GAP. Logo em seguida, o MPE do Rio de Janeiro apontou fraude no contrato milionário da GAP com a prefeitura de Campos. No mês passado, ÉPOCA revelou as notas fiscais com indícios de falsidade na campanha do PR do Rio de Janeiro em 2010. Garotinho teve duas oportunidades e quase dois anos para apurar as suspeitas de fraude envolvendo a GAP, seu gabinete, sua família e seu partido. Durante o discurso na tribuna da Câmara no mês passado, ele se limitou a dizer que a GAP “ganhou licitamente a concorrência” com a prefeitura. Há duas possibilidades. Ou Garotinho foi enganado, provavelmente por Trabach, e desconhecia que George é um fantasma – ou sabia de tudo e mentiu ao plenário. No ano passado, por causa de uma mentira – negar ligações com o bicheiro Carlinhos Cachoeira –,o Senado cassou o mandato do então senador Demóstenes Torres por quebra de decoro. Com a palavra, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.
As pegadas da assombração (Foto: Reprodução(2), Paulo Araújo/Ag. O Dia, Folhapress e Ag. O Dia (2))

ENQUANTO ISSO, EM NITERÓI...

Do portal do Ministério Público Estadual (aqui):

17/05/2013
MP denuncia padre e pais da menor abusada em Niterói

O padre Emilson Soares Correa foi denunciado pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) por abusar sexualmente de uma adolescente em Niterói, na Região Metropolitana. O crime teria ocorrido entre 2005 e 2006, quando ela tinha 13 anos. Também são alvos da denúncia Ubiratan Homsi e Nilcimar Pacheco Ribeiro, pais da vítima, que ao tomarem conhecimento do crime, extorquiram o pedófilo com ameaça de morte.
A denúncia foi entregue à Justiça estadual pelo promotor Rubem Vianna, da 7ª Promotoria de Investigação Penal da 2ª Central de Inquéritos. Segundo o documento, Emilson abusava da vítima dentro da Igreja Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, no bairro Cubango.
Em novembro de 2012, Ubiratan e Nilcimar ameaçaram divulgar publicamente um vídeo com cenas de sexo entre o padre a filha deles. Para que a ameaça não fosse cumprida, Emilson deveria pagar uma quantia em dinheiro, além de comprar uma casa para o casal. Caso contrário, o padre seria morto por um ex-namorado da adolescente, conhecido como Gal, membro de facção criminosa e prestes a sair do sistema prisional.
Emilson é acusado pelo crime de atentado violento ao pudor, sendo a violência presumida, em razão da idade da ofendida. Já Ubiratan e Nilcimar são acusados por extorsão.
Número do processo: 002559369.2013.8.19.0002

PLANÍCIE LAMACENTA: "DESMONTEM O PICADEIRO E FECHA O PANO!"


Do Blog Planície Lamacenta (aqui):


sexta-feira, 17 de maio de 2013


Meninas de guarus: desmontem o picadeiro e fecha o pano!

O deputado marcelo freixo(aquele que esperneou, dizendo-se vítima de ameaças de supostos milicianos, e que iria sair do país, mas que depois fez campanha a prefeito do Rio) é um especialista em lucrar politicamente sobre nossas tragédias contemporâneas.

Sua atuação sobre o caso das milícias, como um justiceiro parlamentar, só deu resultados para ele. 

Eu sei, é claro, que um deputado não é capaz de implementar políticas públicas que resolvam tais problemas, mas é certo que seu estilo tipo "eu sou a moral, a lei e os bons costumes", comum ao pessoal da ultra-esquerdalha, não agrega nada, não aglutina nenhum setor das corporações onde há problemas, e mais, não mobiliza a sociedade, a não ser pelo sadismo voyeurista.

marcelo freixo é, pois, uma espécie de wagner montes ou datena esclarecido.

Agora arranjou mais um companheiro de jornada, o deputado roberto henriques.

Há quatro anos não se ouviu a voz do deputado roberto henriques, talvez estivesse muito ocupado em achar um jeito de tornar legal as queimadas na região, ou conseguir uns trocados a mais para usineiro falido.

Há quatro anos não se ouviu a voz da ex-vereadora, que poderia sugerir uma CPI, haja vista que todos da cidade sabem que recaía sobre edis daquela casa a suspeita de prática nos supostos crimes.

Faltou coragem, e quem sabe, um pouquinho de vergonha na cara.

Agora, sobra-lhes oportunismo e a busca hipócrita por algum bode expiatório. Com o perdão do humor negro...agora, Inês é morta!

Sobre o assunto, escrevemos em abril deste ano, e repetimos hoje

terça-feira, 16 de abril de 2013


O carnaval fúnebre das meninas de guarus!

Na Democracia, os excessos não são tão perniciosos quanto a falta de liberdade ou a limitação os meios para exercê-la.

Mas, de todo modo, é preciso enxergar por trás de cada ato, para que saibamos se ali não está, na verdade, um ataque à Democracia, justamente pelo excesso.

As CPI e, modernamente, o recém-descoberto instrumento da Audiência Pública, cada qual a seu tempo, viraram a panaceia, a cura de todos os males.

Banalizados, retiram credibilidade dos seus objetos, e acabam por reforçar a sensação de que em nada resultam.

Durante muito tempo, nesta cidade, todo o tipo de pressão foi feita pela blogosfera para que o Inquérito Policial, apelidado de "Meninas de Guarus" chegasse a seu termo, e pudesse, ou não, ser utilizado como instrumento de denúncia pelo MP.

Não me recordo de ter lido ou ouvido nenhum órgão de imprensa, à época dos fatos, ou grupo político, fazendo pressão, além da blogosfera local.

Pois bem, agora que os fatos estão diluídos pelo tempo, recomeça o carnaval.

E o que é pior: atravessando o samba.

Como fazer audiência pública de algo que é, por natureza, sigiloso, como são os processos e inquéritos que tratam de abusos de menores?

Como fazer audiência se cada envolvido, conhecido ou não, seja lá qual seja seu vínculo, não é obrigado a fazer prova contra si, e sequer comparecer, pois a audiência não tem força de instância persecutória?

Enfim, como esperar algum resultado, se quando os fatos ardiam, nada foi feito, e agora, estão dispersas as testemunhas, vítimas, e autores contam com seus rastros encobertos pelo tempo?

Se na ocasião, a possibilidade de atingir poderosos da terra era pequena, mas não impossível, pelo clamor causado, como pretender o mesmo efeito em contexto muito mais adverso?

Em resumo: a audiência pública proposta pelo deputado RH é mais uma violação (simbólica) da memória destas meninas.

Uma farsa baseada em um roteiro real, e grotesco.