A solução para o Monitor não pode estar nas mãos só da Prefeitura ( ou melhor, do grupo político que a detém), e sim da sociedade campista e de suas instituições representativas, seja de classes ou comunitárias ou clubes de serviço. O jornal só continuará de pé se interessar à sociedade ter uma terceiro veículo, uma terceira opinião, uma terceira visão do que acontece na cidade.
Resta saber se as instituições que "representam" Campos, entorpecidas e sequestradas pelos milhões dos royalties, querem discutir o futuro, querem ficar frente-a-frente com o presente sem se envergonharem de suas ações ou omissões.
Municipalizar o Monitor é o mesmo que assassiná-lo. Não estou defendendo só o emprego de dezenas de colegas, muitos que há décadas levaram o jornal nas costas, mesmo antes dos últimos tempos, que foram de bonança.
A nota publicada no Urgente! abre o debate. E que seja um debate produtivo, sem as simplicações fáceis que costumam resumir essas questões que mobilizam as duas maiores aspirações de gente pequena de espírito: poder e dinheiro.
Abaixo a nota do Urgente!
Autoridades do município estão envolvidas em uma tentativa de salvar o Monitor Campista. O fim do jornal, como empresa do grupo Diários Associados e com a linha editorial atual, é dada como certa, mas tenta-se, ao menos, preservar o título histórico.
A fórmula que está praticamente acertada é a de que a Prefeitura de Campos compre o prédio do jornal, na rua João Pessoa, e fique com o título, que passaria a usar para publicação dos atos oficiais, com o nome “Monitor Campista – Diário Oficial”.
A definição por esta opção ainda depende da verificação do interesse de algum comprador privado, mas a tendência mais forte é a de que o jornal passe mesmo para as mãos do município.
Nenhuma hipótese é oficialmente assumida na Prefeitura. Admite-se apenas que estão sendo feitos “estudos” para salvar o Monitor, que em 2009 completou 175 anos e é o terceiro mais antigo do Brasil ainda em circulação.
Não se sabe ainda, por exemplo, se a Prefeitura manteria, por meio da sua Secretaria de Comunicação, uma redação para o “Monitor Campista – Diário Oficial”, com a publicação de conteúdo jornalístico além dos atos municipais, ou se apenas estes últimos seriam publicados.