terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Vício antigo




Olhem só que história está revelada pelo jornalista e pesquisador Laurentino Gomes em seu livro “1808”, sobre o “pai da imprensa” brasileira, Hipólito José da Costa, aquele gaúcho que imprimiu o primeiro jornal brasileiro em Londres (Correio Braziliense), em 1808.
“O mesmo Hipólito[José da Costa] que defendia a liberdade de imprensa e idéias liberais acabaria, porém, inaugurando o sistema de relações promíscuas entre a imprensa e o governo do Brasil. Por um acordo secreto, D. João começou a subsidiar Hipólito na Inglaterra e a garantir a compra de um determinado número de exemplares do Correio Braziliense, com objetivo de prevenir qualquer radicalização nas opiniões expressas no jornal. Segundo o historiador Barman [Roderick J.], por esse acordo, negociado pelo embaixador português em Londres, D. Domingos de Sousa Coutinho, a partir de 1812, Hipólito passou a receber uma pensão anual em troca de críticas mais amenas ao governo de D. João, que era leitor assíduo dos artigos e editoriais da publicação. “o público nunca tomou conhecimento desse acordo”, afirma o historiador. De qualquer modo, Hipólito mostra-se simpático à Coroa. O Correio Braziliense, que não apoiou a independência brasileira, deixou de circular em dezembro de 1822. Hipólito foi nomeado pelo imperador Pedro I como agente diplomático do Brasil em Londres, cargo que envolvia o pagamento de uma nova pensão dos cofres públicos” (Páginas 135 e 136)

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