quinta-feira, 7 de maio de 2009

Salve Jorge!

Gerson Gomes - Secom/PMCG

Sorrindo. Assim como na fotografia do craque Gerson Gomes, feita na semana passada, vamos nos lembrar para sempre de Jorge da Paz Almeida, a quem todos nós, liceístas ou não, chamavámos de "seu" Jorge Chinês.
Aos 93 anos, Jorge da Paz morreu ontem à noite, no Hospital Dr. Beda, mas dias antes viu uma de suas paixões, a Mocidade Louca campeã do Carnaval campista e numa passarela que, com muita justiça, ganhou o nome dele: Passarela do Samba Jorge da Paz Almeida.
Outra paixão de "seu" Jorge era o Liceu de Humanidades de Campos, onde dedicou quase 40 anos de sua vida. Foi lá que conheci e admirei o jeito, a educação, o cavalheirismo de Jorge da Paz Almeida.
Era, como inspetor de alunos e depois "chefe de disciplina", ao mesmo tempo austero e benevolente, pai exigente e irmão afetuoso. Certa vez cheguei ao Liceu em dia de prova, com um tênis branco destoando do rígido uniforme que exigia calçado preto. Barrado no portão, fui levado à presença de Jorge Chinês que, em segundos resolveu a questão: me deu seu velho kichute preto e vestiu o meu Conga branco.
Salve Jorge!

5 comentários:

Maria Amelia disse...

Linda homenagem, Ricardo André!Que "seu" Jorge descanse em paz.

Sérgio Provisano disse...

Convivi, de 1968 à 1974, durante todo o tempo de ginásio e cientifíco no Liceu, com seu Jorge. Ele era inspetor de alunos assim como com seu Rubens e meu saudoso Tio Tacinho.

Seu Jorge era duro, mas nunca perdia a ternura. Não é porque fez a passagem que receberá elogios, a vida inteira ele sempre foi um ser humano diferenciado e que fez a diferença enquanto entre nós esteve.

No meu coração e na minha mente, sempre permanecerá vivo. Tive a honra, muitos anos depois, de conviver com ele no Palácio da Cultura, na gestão de Fernando Leite quando presidente da Fundação Jornalista Oswaldo Lima. Mantinhamos papos para lá de prazeirosos.

Tivemos também um sério confronto no Liceu com seu Jorge, quando a direção do colégio recebeu milhares de paralelepípedos para calçar o pátio interno e deram ordem a ele e a seu Tacinho para só permitir a entrada de cada aluno com um paralelepípedo na mão.

O objetivo da direção era usar os alunos como mão-de-obra para levar as pedras da rua para dentro do Liceu.

Como éramos do contra, afinal liceísta que se preza sempre contesta, lideramos uma revolta e nos recusamos a levar qualquer paralelo para dentro.

Coitados de seu Jorge e de Tacinho que tiveram de enfrentar a ira dos alunos e a direção teve que nos engolir e contratar pessoas para transportar as pedras.

Esse episódio foi um dos que relembramos e rimos juntos nas conversas viemos a ter, décadas depois de ter me formado no Liceu.

Seu Jorge, descanse em Paz!

Rose David disse...

Faço coro com suas palavras, amigo. Liceísta que é liceísta guarda pra sempre no coração lembranças dos inspetores de alunos, Jorge da Paz Almeida e Tacinho.
Com os dois lá em cima agora, vai ficar mais difícil gente ruim entrar no céu.

Vou pegar carona no espaço pra deixar um grande abraço aos familares de Seu Jorge.

E pra vc, amigão, uma grande beijo. Saudades de ti.

Cristina Lima disse...

Não sei o que falar!...
Fui surpreendida ontem, à noite, com a notícia. Não tive tempo de ler os blogs! Mas, tínhamos um carinho indizível, um pelo outro, pois convivemos intensamente, eu na Presidência da FCJOL e ele, na Biblioteca Municipal, graças à sensibilidade de um outro liceísta, Sérgio Mendes,que atendeu ao apelo do "véio assanhado", como eu, carinhosamente, o chamava! Quando realizei o "I Seminário CARNAVAL É COISA SÉRIA",no Liceu, em setembro de 2006, pedi para alguém apanhá-lo em casa, pois falar de canaval de Campos, sem S. Jorge, seria uma temeridade!! "Véio" cheiroso, no seu terno de linho branco, era a figura mais elegante e garbosa dos desfiles de 7 de setembro.O céu ficou mais rico e interessante!!


"Irene no céu
Irene preta
Irene boa
Irene sempre de bom humor.
Imagino Irene entrando no céu:
— Licença, meu branco!
E São Pedro bonachão:
— Entra, Irene. Você não precisa pedir licença." (Manuel Bandeira)

Com a licença de Bandeira, onde se lê "Irene", leia-se "Jorge Chinês"

Ricardo André Vasconcelos disse...

"Seu" Tacinho é outroque habita as lembras de nossos bons momentos do Liceu.
Um abraço Provisano,
Rose, beijo. Também tô com saudade de vc.