Se, pelo aspecto familiar, é lamentável a intervenção judicial no Instituto de Medicina Nuclear e Endocrinologia (Hospital Dr. Beda), para o público, pode ser uma boa chance de se passar a limpo essa tumultuada relação entre a instituição de saúde privida e a Prefeitura de Campos.
Há décadas, o IMNE se especializou em medicina de ponta e tem os serviços contratados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas vira-e-mexe, ameaça suspender os serviços e "devolver" os pacientes até receber o que lhe devem. Alega valores baixos e atrasos no pagamento.
Esta semana mesmo, li, de novo, a mesma notícia, de que cerca de 4 mil pacientes em tratamento de câncer deixariam de ser atendidos no IMNE. A cantilena costumeira.
A Prefeitura de Campos, por sua vez, culpa a Secretaria de Saúde do Estado, que não estaria fazendo os repasses. O lenga-lenga se sempre.
A família Neves investiu na saúde privada da mesma forma como outras investem em construção civil, mídia ou qualquer outro ramo de negócio. Aproveitou a oportunidade da falta de investimentos do Estado nos "Procedimentos de Alta Complexidade", investiu recursos privados e deve ser remunerada por isso. O que o interventor nomeado pela 3a. Vara Civil de Campos, o experiente advogado Marcos Bruno, pode fazer, além de restabelecer a questão familiar (que parece ser o objeto da intervenção judicial), é aproveitar a chance e dirimir, pelo interesse público, o que é choro de empresário e o que é convênio desrespeitado nessa relação IMME X PMCG.
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