sexta-feira, 13 de junho de 2014

SANTO ANTÔNIO, POR JOSÉ CÂNDIDO DE CARVALHO


No dia de Santo Antônio, da página 17 do livro "Olha para o Céu, Frederico!", escrito por José Cândido de Carvalho em 1939, em que já aparece a matriz da linguagem que surgiria com toda a sua beleza 25 anos depois com " O Coronel e o Lobisomem":

"... Meus ouvidos viviam atochados de cochichos, de disse-me-disse das agregadas da cozinha. O oratório era o meu grande divertimento. Passava horas metido no sótão em conversa com os santos. Martírios de São Sebastião, todo furadinho de setas. Milagres de Santo Antônio casamenteiro. Uma sarará sabia cantigas que enterneciam o santo:


Santo Antônio, Santo Antônio,
casai-me que bem podeis.
Já tenho teias de aranha
naquilo que bem sabeis."


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