sábado, 16 de fevereiro de 2008

Jogou a tolha ou última cartada?

O ex-governador Garotinho disse e reiterou, agora há pouco em seu programa semanal na Rádio Diário FM, que defende a tese de que o PMDB não deve lançar candidato à sucessão do prefeito Alexandre Mocaiber. Garotinho argumenta que a "eleição já está comprada" e a participação do PMDB serviria apenas para referendar o resultado, que, segundo ele, já estaria definido.
Das três uma:
1 - Ou Garotinho realmente está enveredando para uma campanha pelo voto nulo, a fim de enfrequecer o eleito, porque sabe que seu grupo não tem chance;
2 - ou é uma sagaz estratégia para garantir um segundo turno;
3 - ou então seria uma forma de se livrar do ônus da derrota pessoal iminente, porque cresce no partido o desejo de que o próprio Garotinho seja o candidato.

Pense bem: a disputa entre Arnaldo e Mocaiber para que apenas um seja o candidato à Prefeitura de Campos não me parece para valer, na medida em que, o bom senso indica que se vierem em chapas separadas, haverá um segundo turno contra o candidato do PMDB. Então, admitindo não lançar candidato, Garotinho está dando combustível tanto aos que querem Mocaiber candidato quanto aos que preferem Arnaldo. A velha tática do "dividir para reinar".
O objetivo seria tornar irreversível a disputa entre os dois e aí, sim, o PMDB faria uma revisão crítica e lançaria um candidato (seja Nahim, Pudim ou qualquer outro) que, com Mocaiber e Vianna em palanques opostos surgiria com uma terceira opção, uma espécie de "salvador da pátria", ou São Jorge contra o dragão da corrupção.

Pode ser um delírio meu, mas, parodiando a Bíblia (com todo o respeito) é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que Garotinho entregar assim tão fácil os pontos.

Um comentário:

Aurênio Nascimento disse...

Caro Ricardo,

Perfeita sua análise. Com esta declaração, também creio que Garotinho espera influenciar os ânimos tanto dos correligionários de Arnaldo quanto de Mocaiber. Somos conhecedores da "inteligência" de Garotinho e não é a toa que seus veículos de comunicação batem sempre na tecla de um racha entre os dois. Só assim, haveria chances de um segundo turno. Pode ser um clichê, mas a política muitas vezes é um jogo de xadrez e basta saber mexer as peças certas. Ele sabe muito bem disso. Ainda bem que atualmente temos a internet, uma nova mídia que garante espaço a profissionais competentes, éticos e imparciais como você. Temos agora a chance de sermos um contra-ponto a uma certa parcela da imprensa tradicional tão desacreditada pelo seu grau de comprometimento. Forte abraço!