Agenda positiva

O (ainda) prefeito Alexandre Mocaiber (PSB), segundo informações do portal da Secom/PMCG, atendeu a um “convite” da Câmara Municipal de Campos e, ontem compareceu ao Plenário do Legislativo e apresentou, em 15 minutos, um balanço do seu governo.
O lead acima seria perfeitamente normal se o (ainda) prefeito em questão não fosse alvo de duas comissões de investigação no âmbito da própria Câmara, além de ações de improbidade administrativa no Ministério Público Federal e Ministério Público Estadual.
Esperava-se de Mocaiber explicações e não aquela cantilena ensaiada de sempre.

Quem ouve as “entrevistas” do (ainda) prefeito na mídia aliada (dele), já sabe até a ordem em que vai citar as tais obras, muitas delas suspeitas e em investigação nas instâncias citadas acima.
E tem mais: essa história de criar “agenda positiva” é eufemismo da turma do deixa-disso para acobertar eventuais crimes, não apurar nada e jogar tudo para debaixo do tapete. É uma espécie de biombo da impunidade disfarçado de descarada “boa intenção” de restabelecer o bom ambiente político. Balela!
O ambiente político não é bom porque dois grupos disputam com unhas, dentes e métodos quase sempre reprováveis, o poder de uma cidade que tem mais de R$ 1,5 bilhão de orçamento. Com esse tipo de gente na disputa e com esses objetivos já conhecidos não se espera um ambiente semelhante a uma partida de futebol entre compadres.
E Campos merece muito mais que isso. Merece que se apure tudo para que dessa crise saia uma cidade com seu auto-respeito recuperado e não um povo envergonhado porque se acovardou, se amasiou com a mentira e a desfaçatez para que tudo continue exatamente como está.
Há quem argumente que defender apuração das denúncias contra a dupla Mocaiber/Arnaldo significa alinhamento automático com o Garotismo falso-moralista em decadência. Isso é hipocrisia, é simplismo, é desrespeito com o cidadão-eleitor que, bem informado, vai escolher em quem votar.
Certo ou errado é o eleitor quem vai decidir.