O recuo do vereador Magal era mais que presumível. Segundo o site Ururau e ampla recupercussão na blogosfera, o vereador, após reunião de cinco horas com a prefeita e o chefe Garotinho, anunciou que continua líder do governo na Câmara. Desrenunciou após mimos recebidos e mágoas desfeitas.
Sabe-se que Magal voltou à liderança mais por falta de opção que atributos próprios e que a desrenúncia não resolve dois problemas nas hostes garotistas:
- O governo tem 10 vereadores e a oposição sete. para respirar mais aliviada e manter sua bancada menos inquieta e pedinchona, a prefeita Rosinha precisaria de pelo menos mais dois. Parada dura, porque, à primeira vista, os sete são antigarotistas convictos. Será?
- Além de esmirrada maioria, falta à bancada do governo traquejo de plenário para defender o governo. Isso preocupa o chefe Garotinho, mas essa é tão difícil de resolver quanto à primeira.
A sessão da próxima terça-feira poderá trazer à luz revelações.
Ou não, o que é mais provável.
4 comentários:
Pra quem conhece o jogo político, a correlação de forças na Câmara é o maior exemplo da diferença do governo Rosinha ante Arnaldo/Mocaiber.
A existência de um bloco de oposição desse tamanho (idependente de sua união e competência) demonstra claramente que as relações do executivo com a Câmara não são promíscuas como costumavam ser.
O governo tem, sim, uma certa hegemonia e grande influência, mas que passa longe da relação de completa subordinação. A relação é política: se reclamam da influência de Garotinho, esquecem que esta se exerce na condição de líder do grupo. Pior é quando (como antes) os motivos (milhões deles) são outros...
Se fosse pra jogar pesado, pra garantir maioria estável e inquestionável, provavelmente um Bairro Legal a menos por ano cobriria, digamos, o ônus... (Vejam bem o que vão interpretar! Longe de mim colocar em questão o afinco ideológico dos nobres edis...)
Lembram-se do governo Mocaiber (e alguém pode esquecer?), que tinha uma sufocante maioria de 15 x 2? Escolham a melhor explicação: ou era o melhor dos governos (???), ou o mais o mais hábil dos líderes (???) ou... bem... vocês sabem...
Na minha humilde opinião, a atual correlação de forças da Câmara é a ideal para que se mantenha um jogo razoavelmente democrático: o governo tem uma ligeira maioria (maioria simples), de modo que não se engesse todo ato de administração; porém, não tem maioria qualificada (dois terços), de modo que sua bancada não pode decidir sozinha os temas mais importantes. Assim, o executivo nem é refém de uma oposição raivosa, nem reina absoluto.
Alguém aí ainda tem a coragem de dizer que o jogo político não mudou?
O comentário é preciso.
É verdade, o jogo político apresenta variáveis qualitativas e quantitativas diferentes, o que só reforça a tese de que o garotismo começa a sofrer rachaduras em sua estrutura, ao menos, em seu núcleo central, uma vez que a "oposição" também não representa uma alternativa satisfatória em sua natureza política.
Mas é inegável que as próximas eleiçõs revelarão uma tendência de enfraquecimento do capital político desse grupo.
A pergunta é: haverá uma reinvenção desse movimento? ou melhor: é possível que eles reciclem os nomes, sem alterar os métodos?
Um abraço a todos, e parabéns Ricardo pelo nível do debate aqui entabulado, salvo pela minha participação.
Instigante debate Nicolau. Só mesmo a blogsfera para nos proporcionar isso.
Realmente não tem como discordar de vc, muito boa sua análise. Fiquei curioso em saber o pq desta mudanca. Será que a velha prática de pular de um lado para o outro está se esgotando, tornando-se inviável? Ou a volta de Garotinho para a cidade mudou um pouco esta relação?
Bem, não me arrisco a fazer uma projeção das consequências dessa mudança.
Como disse o Douglas, são muitas variáveis envolvidas - resultados das eleições deste ano, competência (ou falta dela) dos atores políticos, etc.
De qualquer forma, a mudança é saudável.
Obrigado pelo debate
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