quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

PRIORIDADE NA CRISE: CÂMARA DE CAMPOS VAI COMPRAR CINCO MIL ROSAS E TRÊS MIL CANETAS

Para quem achou abuso a Câmara Municipal de Campos dos Goytacazes contratar empresa para fornecer água mineral e serviços de garçom e copeiragem ao custo de R$ 323 mil em um ano, conforme o Blog publicou ontem (reveja aqui), essa é de arrepiar:
Foram publicados na edição desta quarta-feira, dia 11/02 (páginas 10 e 11) do Diário Oficial, o "registro de preços para eventual  e futura contratação de serviços sob demanda para realização de eventos e pequeno e médio portes, abrangendo infraestrutura e logística para atender as necessidades da Câmara Municipal de Campos". Os preços foram registrados para 12 meses e os serviços poderão ou não ser contratados, mas o que chama atenção são alguns itens, como 5000 (CINCO MIL) rosas individuais de cores variadas, (R$ 3,00 cada); 500 buquês de 12 rosas (R$ 40,00) e 500 arranjos de orquídeas (R$ 62,00).
Ao todo são dez itens, incluindo fornecimento de mão de obra para coquetel, coffee break e brunchs (total de 200 eventos), além de materiais como 5 mil crachás, 3 mil canetas, 200 agendas, além de serviços de fotografia no valor R$ 1 mil com previsão para 100 eventos.
O objetivo desta postagem, além de dar publicidade aos gastos realizados ou pretendidos pelos gestores públicos, não é questionar os valores despendidos ou a despender, e sim a oportunidade dos gastos num momento em que a crise econômica instalada, e a se agravar, está no discurso, mas no Diário Oficial a prática é outra.
Um solenidade de entrega de títulos sem rosas e salgadinhos não empana o brilho das homenagens. Na hora de cortar gastos é preciso rever os conceitos. Se não só resta a demagogia barata e cansada de guerra. 
Veja abaixo os itens registrados e seus valores e avalie se são indispensáveis ao funcionamento do legislativo ou não.


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Atualização às 20:07 para publicar texto do superintendente administrativo da Câmara Municipal, Avelino Ferreira, enviado em forma de comentário:

Blogger Avelino Ferreira disse...
Caro Ricardo André,

primeiro, gostaria de dizer que registro de preço não é compra. Ou seja, só se for necessário é que será adquirido o produto. Segundo: há eventos em que se faz necessário (aqui ou alhures) a cortesia e sempre vale o costume, como é o caso da oferta de um buquê de flores a um homenageado, geralmente mulher; assim como ao sepultamento de figuras públicas de relevância para os poderes constituídos, são enviadas coroas de flores. A Câmara tem economizado muito, mesmo antes da crise, ou seja, desde o início da gestão do Dr. Edson Batista, que foi o primeiro gestor a fazer pregões e registros de preço, pois antes era, quase tudo, carta convite. Foi o primeiro também a divulgar todos os atos da Câmara, inclusive salários de vereadores, assessores e funcionários. Foi ele que implantou o sistema de "ponto digital" e, com a economia que fez, pode implantar a TV Câmara (que agora vai funcionar em canal aberto digital). E, claro a Escola de Gestão. Com o mesmo orçamento de quando haviam apenas 17 gabinetes, sendo que, a partir de 2013, são 25 gabinetes, com cinco assessores para cada vereador. A crítica é um direito, mas insinuar que há "gastança" por parte do legislativo é desconhecer o que ali ocorre. Terei o maior prazer em recebê-lo para uma visita. Verá que não há mordomias nem gastos desnecessários. No próximo dia 24, na sessão da Câmara, deverá ser debatido o corte nos subsídios dos cargos comissionados. Seria interessante participar da sessão. Abraços,
respeitosamente,
Avelino Ferreira

Caro Avelino,
Está claro, espero, no meu texto, o caráter da eventualidade de se adquirir ou não os serviços cotados. Mas só a admissão da eventualidade de comprar itens como 5 mil rosas, 3 mil canetas, 500 buquês de rosas, 500 arranjos de orquídeas, já acho — é minha opinião — uma afronta ao bom senso numa época de recursos escasseando. Não citei homenagens fúnebres e nem  me lembro de ter visto este item entre serviços publicados hoje.
Quanto à transparência inaugurada na atual gestão, ela será sempre festejada. 
Agradeço a atenção e o abraço fraterno de sempre.
Ricardo André

Um comentário:

Avelino Ferreira disse...

Caro Ricardo André,

primeiro, gostaria de dizer que registro de preço não é compra. Ou seja, só se for necessário é que será adquirido o produto. Segundo: há eventos em que se faz necessário (aqui ou alhures) a cortesia e sempre vale o costume, como é o caso da oferta de um buquê de flores a um homenageado, geralmente mulher; assim como ao sepultamento de figuras públicas de relevância para os poderes constituídos, são enviadas coroas de flores. A Câmara tem economizado muito, mesmo antes da crise, ou seja, desde o início da gestão do Dr. Edson Batista, que foi o primeiro gestor a fazer pregões e registros de preço, pois antes era, quase tudo, carta convite. Foi o primeiro também a divulgar todos os atos da Câmara, inclusive salários de vereadores, assessores e funcionários. Foi ele que implantou o sistema de "ponto digital" e, com a economia que fez, pode implantar a TV Câmara (que agora vai funcionar em canal aberto digital). E, claro a Escola de Gestão. Com o mesmo orçamento de quando haviam apenas 17 gabinetes, sendo que, a partir de 2013, são 25 gabinetes, com cinco assessores para cada vereador. A crítica é um direito, mas insinuar que há "gastança" por parte do legislativo é desconhecer o que ali ocorre. Terei o maior prazer em recebê-lo para uma visita. Verá que não há mordomias nem gastos desnecessários. No próximo dia 24, na sessão da Câmara, deverá ser debatido o corte nos subsídios dos cargos comissionados. Seria interessante participar da sessão. Abraços,
respeitosamente,
Avelino Ferreira