Daqui de longe, da planície, a impressão que se tem é que o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) fez uma espécie de "delação premiada informal" para ser poupado, enquanto Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é jogado às feras. Os dois, presidentes das duas casas legislativas, estão implicados até os últimos fios artificiais de seus cabelos — sim, ambos usam implante capilar —, nas maracutaias da Petrobrás e adjacências. Mas para reconduzir o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o presidente do Senado é peça-chave. Afinal, é lá na chamada "Câmara Alta" que Janot será sabatinado pela manhã do próximo dia 27 (quinta-feira) e para ser mantido por mais dois anos na PGR, precisa ter 41 votos na votação marcada para a tarde do mesmo dia 27. Janot é o responsável pelas investigações da Lava Jato e depende dele denunciar ou não ao STF os que têm privilégio de fôro, como Renan, Cunha....
Renan já renunciou à presidência do Senado, em dezembro de 2007, para não perder o mandato depois que foi flagrado usando dinheiro da empreiteira Mendes Júnior para pagar despesas pessoais, ou seja, pensão a um filho que tivera (com a jornalista Mônica Veloso) fora do casamento. Anos depois deu a volta por cima, voltou à presidência do Senado e tornou-se o fiador e até formulador de políticas do governo Dilma e, principalmente, o contraponto à Cunha para evitar o impeachment da presidente Dilma.
Com Cunha abatido, chegará a vez de Renan?
Ou, até quando vai durar a sorte de Renan?
Em tempo: Dilma e o PT não morrem de amores por Janot, mas o procurador recebeu mais de 70% dos votos na eleição interna dos procuradores e não indicá-lo seria o maior desgaste político para o que resta do governo petista.
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