segunda-feira, 7 de setembro de 2015

PARA SANGUEDO, ANTECIPAÇÃO DOS ROYALTIES VAI DEIXAR "ROMBO GIGANTESCO" E PRIMEIRO EMPRÉSTIMO JÁ FOI UM "ABSURDO".

Do Portal Ururau:

A antecipação dos royalties, aprovada pelas Câmaras Municipais de vários municípios da região virou uma grande discussão, que em Campos ganhou as ruas, com o movimento “Royalties, não venda nosso futuro”. Para uns, o empréstimo é a única solução de reverter os problemas recorrentes da crise, para outros, um absurdo que irá trazer um ‘rombo’ gigantesco para os próximos gestores.
Na cidade de Campos, para impedir que recursos do petróleo sejam usados como garantia de uma operação que pode chegar a R$ 1 bilhão, representantes do Observatório Social de Campos, que organizam a campanha, vem, desde junho deste ano, no calçadão, Centro da cidade, recolhendo assinaturas para um abaixo assinado onde as pessoas repudiam a tomada do empréstimo. A intenção é de obter 16 mil assinaturas (cerca de 5% dos 320 mil eleitores) para forçar o governo a realizar um plebiscito, de modo que a população seja ouvida.
Para o economista Paulo Sanguedo, o primeiro empréstimo apanhado pelo poder público em dezembro do ano passado, de R$ 250 milhões, já foi um absurdo, visto que, só de juros cobrados pelo Banco do Brasil (BB) foi algo em torno de R$ 54 milhões. A preocupação é saber quanto de juros será pago com essa nova operação.
“Minha sogra sempre dizia 'quem sente a dor é quem geme'. Eu acredito que os municípios que apanharem esse empréstimo vão deixar um problema para quem vier no futuro, porque você já está com sua receita comprometida e ainda vai jogar nas mãos dos novos dirigentes um ‘rombo’ gigantesco?”, analisa Sanguedo.
Ele, que não é favorável a venda dos royalties, acredita que a prefeitura está numa situação 'pré-falimentar de difícil análise'. “Não gosto de prejulgar ninguém, mas que houve besteira, isso houve. Mas, hoje não adianta ficar discutindo o leite derramado. O que já está feito, está feito. O país passa por uma situação dificílima e, infelizmente, a tendência é só piorar, já que até o primeiro semestre do ano que vem não deve ter melhora alguma”.
O economista comentou que o impacto causado pela situação vivida, hoje, em todo o país já está refletindo também em Campos. “O IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) foi a primeira ‘cacetada’ que deram e agora outra ‘cacetada’ com o aumento da passagem dos coletivos. E isso, para quem precisa andar de ônibus, é 5kg de arroz, 5kg de feijão, 6 refrigerantes e 5kg de farinha a menos na mesa do pobre, porque rico não anda de ônibus”, refletiu Sanguedo.
Veja matéria na íntegra aqui.


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