sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Intervenção à vista


Parece irreversível o racha no ninho dos tucanos de Campos e a história pode acabar numa intervenção no diretório local.

A dúvida é, nesta queda-de-braço, saber quem tem mais força para ficar e comandar o partido e quem vai sair ou ser enquadrado.

De um lado está o ex-deputado Paulo Feijó, recém-regressado ao partido, de onde saiu mal. Foi acusado de integrar a máfia das sanguessugas e, abandonado pela direção nacional do partido, desfilou-se antecipando à expulsão iminente,

Do outro lado da queda-de-braço estão os tucanos empoleirados em cargos no governo Mocaiber, para os quais foram levados, olha que ironia!, pelo mesmo Feijó.

Feijó descobriu o sabor amargo dos que perderam o poder. Sem mandato, sem gabinete de deputado, sem verba para nomear assessores, perdeu o comando do PSDB, não tem apoio nem da maioria dos colegas do diretório e de nenhum dos três vereadores filiados à legenda.

Enfim, estão ai os ingredientes de uma novela explosiva: poder, dinheiro e intrigas e os próximos capítulos só em 2008.

Em tempo 1 - O ex-deputado Feijó ainda não foi julgado no processo desencadeado da CPI da Câmara Federal que descobriu o chamado "escândalo das sanguessugas", um esquema de emendas parlamentares para compra de ambulâncias triangulado com uma empreiteira e prefeituras. É pois, inocente até prova em contrário.


Em tempo 2 - Este Blog nem comenta a possibilidade de Feijó estar "costeando o alambrado" para se aliar ao grupo de seu arqui-inimigo Anthony Garotinho. O próprio deputado, em entrevista à Folha, admitiu "conversar", mas é surpreendente demais....

2 comentários:

Anônimo disse...

Rei posto, Rei Morto. Sinto na pele a dor da traição que Feijó deve estar sentido. Política é isso. Não é para qualquer um. Sem mandato, sem poder, o político que embora tenha ajudado muito certas pessoas, é traído. É doloroso.

Anônimo disse...

Caro André,

Os políticos traídos colhem, via de regra, os frutos da árvore política que cultivaram, ou seja, relações políticas baseadas em "compadrio", cordiais (no termo do Sérgio Buarque de Holanda) alimentadas por questões pessoais, sempre estarão sujeitos a essas defecções, é do jogo.
Depois não adianta chorar.
Aqui em nossa cidade tem um monte de "viúvas" desses ou daqueles...

Um abraço Xacal