MARCELO LESSA DIVULGA NOTA SOBRE O LOCAUTE
Do Portal Campos 24h (
aqui):
segunda-feira, 05 de maio de 2014 – Foto: Saulo Garcez /Campos 24 Horas
Promotor Marcelo Lessa divulga nota sobre medidas adotadas e comenta outros aspectos da greve dos rodoviários; confira:
Locaute – algumas respostas
Tivemos
um locaute em Campos. Talvez o primeiro que saiu dos livros em toda a
História. O locaute evoluía para uma espécie de “queima total” no
serviço de transportes, porque notícias davam conta de que se planejavam
parar as vans e os táxis. Medidas duras foram tomadas, protagonizadas
pelo Município e pelo Ministério Público, numa atuação integrada que
nada mais fez do que lembrar a harmonia entre os poderes preconizada no
texto constitucional desde 1988.
Os
dias foram intensos. Ao Município e ao Ministério Público Estadual,
desde o início somaram-se a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros,
mobilizando imenso contingente, desde a apreensão dos ônibus nas
garagens, até os últimos dias da paralização.
Neste
ínterim, foi ajuizada uma ação cautelar, que teve o aval do Poder
Judiciário, durante o plantão forense, sendo dadas buscas nas garagens
por oficiais de Justiça, acompanhados do Ministério Público e do aparato
policial necessário ao êxito de tais medidas, afinal de contas
estava-se lidando com um segmento tradicionalmente avesso ao princípio
da autoridade, porque ainda crente na supremacia do poder econômico.
Paralelamente, a Justiça do Trabalho declarava a paralisação ilegal,
determinando a retomada do serviço, ordem até então ignorada pelo
movimento ao final desmascarado. Interveio o Ministério Público do
Trabalho, visando a mediar a solução, e o Ministério Público Federal,
para apurar a prática, nada menos, do que de crime contra a segurança
nacional. E, por derradeiro, somou-se a Polícia Civil, ante a flagrância
de crimes contra a organização do trabalho e a segurança dos meios de
transporte.
Como
se vê, formou-se uma espécie de Força-Tarefa espontânea, cada um no
âmbito de suas atribuições, comprometidos todos com a população de
Campos, para encontrar uma solução para a crise gerada pelo conluio
entre patrões e empregados, demonstrado fartamente pela documentação
apreendida nas garagens e divulgada para a Imprensa, mas desde o início
evidente para aqueles que conseguem enxergar alguns palmos adiante do
nariz.
Ainda
assim, todavia, viu-se uma também intensa guerra de informações e
contrainformações nos blogs e redes sociais. Ali, anônimos comentavam
posts de figuras públicas hoje no ostracismo, novas e antigas figuras
que tentam ser públicas e obtêm resultados pífios em suas aventuras,
além dos especialistas que sempre surgem nesses momentos de crise, para
demonstrar seu inexpressivo conhecimento, falar sobre o que não sabem,
desviar o foco das atenções e propor soluções para problemas que não
conhecem. Todos querendo tirar algum tipo de proveito da situação. Claro
que não se pode levá-los a sério, até porque suas vozes só ganham eco
entre si.
Recebi
nesses veículos de informação instantânea elogios e críticas de todas
as espécies, muitas inclusive de baixo nível, típicas daqueles que
julgam os outros pela imagem que fazem de si próprios, ou daqueles que
julgam os outros pela inveja que suas próprias limitações lhe impõem.
Agradeço a todos. Quanto aos elogios, não me envaidecem. Quanto às
críticas, todas elas, não me preocupam, não me tocam, nem me despertam
qualquer atenção pois, vindo de quem vem, me são absolutamente
irrelevantes.
Afinal de contas, nenhum desses críticos, que sabem bem de quem estou falando, andam de ônibus.
Marcelo Lessa Bastos – Promotor de Justiça
2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva/Campos
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