Da Folha da Manhã de hoje, 05/05/2015 e aqui no Blog Opiniões:
Maioria não aprova governo de Campos e nem confia em Rosinha
Por Aluysio Abreu Barbosa e Arnaldo Neto
“Você aprova a maneira como a prefeita Rosinha Garotinho (PR) vem administrando Campos?” Com a pergunta feita para 426 campistas no mês de abril, pelo instituto de pesquisa Pro4, a resposta revelou a desaprovação do governo municipal por 54% da sua população, enquanto 41,1% aprovam e 4,9% não sabem ou preferiram não opinar. Esta desaprovação do governo pela maioria dos campistas alcança números ainda mais severos quando a questão é a confiança na pessoa da prefeita: 57,5% dos campistas disseram não confiar, o que só fazem 36,2%, ao passo que 6,3% não souberam ou não quiseram responder.
Na clássica avaliação entre ótimo, bom, regular, ruim e péssimo, tanto o Pro4, quanto o instituto Pappel, aferiram acentuada queda de popularidade por parte da administração municipal, nas pesquisas recentes comparadas com as anteriores que os dois institutos respectivamente fizeram. Pelo Pappel, entre agosto de 2014 e abril de 2015, o governo Rosinha passou de 10,31% para 4,4% em ótimo, de 32,69% para 15,50% em bom, de 37,08% para 37,06% em regular, de 6,98% para 11,72% em ruim, e de 12,94% para 31,28% em péssimo. Ou seja, perdeu metade da avaliação positiva, dobrou a negativa e “patinou” no limbo da regularidade.
Embora tenha registrado a mesma corrosão na popularidade da gestão municipal, o Pro4 deu-lhe números mais brandos, na comparação entre suas duas consultas mais recentes. Nelas, entre novembro de 2014 e abril de 2015, a administração rosácea passou de 4,9% para 3,5% em ótimo, de 29,1% para 22,8% em bom, de 37,3% para 31,9% em regular, de 17,4% para 13,4% em ruim, e de 9,6% para 26,3% em péssimo. Quase todas essas reduções de popularidade ficam dentro ou próximas da margem de erro de 4,7 pontos percentuais para mais ou menos, a não ser no impressionante crescimento de 16,7 pontos percentuais nos campistas que passaram a avaliar o governo Rosinha como péssimo, no curto espaço dos últimos cinco meses.
Não satisfeita com essa parcial, o Pro4 excedeu o Pappel e buscou mais detalhamento da sua amostragem junto aos eleitores campistas. Indagados, por exemplo, como seria hoje sua escolha sucessória para 2016, 68,7% disseram que não votariam num candidato apoiado pela prefeita, opção assumida só por 34,5%. Os motivos talvez sejam os novos dados coletados pelo instituto e revelados hoje pela Folha: 54% desaprova a maneira como Rosinha administra a cidade, percentual da população elevado a 57,5% que simplesmente não confiam na pessoa que lhes governa.
Quem estuda e ganha mais confia menos
Quem mais confia em Rosinha Garotinho? Quem mais desconfia da prefeita de Campos? O primeiro eleitor é majoritariamente feminino (57,5%), de meia idade (38,1% entre 45 a 59 anos), só estudou até a 4ª série do ensino fundamental (53%) e tem renda até um salário mínimo (44,1%). Na ponta oposta, quem mais desconfia de Rosinha é do sexo masculino (61,1%), jovem (62,3% entre 16 a 24 anos), tem ou cursa educação superior (87,5%) e possui renda declarada acima de cinco salários mínimos (78,6%).
Em resultados muito semelhantes, a pesquisa do Pro4 só encontrou pequenas diferenças em três faixas, ao mudar as perguntas: “Aprova ou desaprova a maneira como a prefeita Rosinha vem administrando Campos?”. Quem aprova continua majoritariamente mulher (45,6%) e com escolaridade até a 4ª série do ensino fundamental (53%), mas cai um pouco em renda, ao declará-la nenhuma (50%), e uma geração em idade, se fixando mais entre os 35 a 44 anos (43%).
Em contrapartida, quem desaprova a administração rosácea permanece sendo em sua maior parte homem (58,6%), com ensino superior (82,5%) e renda familiar acima dos cinco salários mínimos (71,4%). Sua faixa etária é que sobe uma geração, situando-se sobretudo entre os 25 a 34 anos (57,9%).
Vereadores falam sobre queda
Pesquisa do instituto Pro4, comandado pelo empresário e colunista da Folha Murillo Dieguez, divulgada (aqui) na edição do último domingo, apontou queda de popularidade e acúmulo de rejeição ao governo Rosinha Garotinho (PR). Os dados assinalam ainda que o grupo que está no comando do município de Campos há 26 anos terá dificuldade em eleger seu sucessor. O líder do Governo na Câmara, Mauro Silva (PT do B), avalia que “a pesquisa seria reflexo de um momento”, mas que até as eleições os números podem mudar. No entanto, afirma que há uma distorção, especialmente no que diz respeito à rejeição da atual gestão. Petista da bancada de oposição, o vereador Marcão Gomes (PT) acredita que os índices refletem a “insatisfação popular” e o “sentimento de mudança evidente em todo município”.
Para Mauro Silva, o fato de a pesquisa ter ouvido 426 eleitores não significa que seja o reflexo do sentimento da população campista. “Há uma distorção. O sentimento das ruas não é o mesmo que mostra a pesquisa. Não retrata o que eu vejo nas ruas, durante eventos e inaugurações nas quais acompanho a prefeita. Eu não vejo essa rejeição. E até as eleições, os números que essa pesquisa aponta, e que eu não acredito, podem ser outros”, pontuou.
Por outro lado, Marcão avalia que os dados apontados pela Pro4 refletem a atual situação do governo de Campos, tanto no que diz respeito à avaliação do atual mandato, quanto à disputa pela Prefeitura em 2016. “Existe uma insatisfação muito grande com relação a esse desgoverno rosa, que tem muito dinheiro, muito recurso, mas é mal administrado. A pesquisa espelha o que a gente tem visto nos bairros, escolas, postos de saúde. Encontramos uma insatisfação enorme e uma imensa vontade de mudança”, afirmou.
A pesquisa mostra que a avaliação do governo Rosinha em Campos como ruim e péssimo (39,7%) é superior, em mais de 10%, ao número de entrevistados que o consideram ótimo e bom (26,3%). Os dados mostram ainda que 65,5% dos campistas não votariam no candidato apontado pelo grupo rosáceo para sucessão municipal de 2016. Na semana passada, o instituto Pappel também divulgou pesquisa que apontou queda de avaliação positiva e o crescimento da rejeição a Rosinha.
Publicado hoje na Folha da Manhã
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