segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Choque de ordem X (des)governo Mocaiber

Além de tentar recuperar o controle da ordem pública, perdido pelas autoridades nos últimos anos na área específica da segurança, ao que parece a operação "Choque de Ordem" tentou suprir, também, uma omissão do governo municipal.
Uma dos focos da operação foi atuar diretamente no vácuo da renúncia tácita das obrigações mais elementares das autoridades municipais em relação, por exemplo, ao transporte coletivo. Desde a queda da ponte General Dutra e a interdição da outra, da Lapa, em janeiro de 2007, a Prefeitura de Campos abriu mão de fiscalizar o transporte clandestino em vans e lotadas.
É verdade que as vans e lotadas só têm passageiros porque as empresas regulares de ônibus não cumprem suas obrigações de concessionárias de serviço público e, o poder concedente (novamente a Prefeitura de Campos), fecha os olhos para tudo isso.
O resultado dessa omissão (que mistura preguiça e conivência) é visto todos os dias nas ruas da cidade. E não há o que comemorar com a operação de hoje. Amanhã ou depois tudo volta a ser como antes.
D. Rosinha, que venceu a eleição surfando no discurso da mudança e aproveitando a fragilidade inquestionável do (des)governo Mocaiber, vai ter muito trabalho pela frente. E não adianta tentar resolver tudo com o populismo fácil do garotismo conhecido, porque não adianta fixar o preço da passagem de ônibus em R$ 1,00 se não há veículos para atender a demanda. É preciso regular o transporte alterativo e exigir preparo dos motoristas, porque, o que se vê nas ruas é a maioria deles ignorando as regras mais elementares de convivência no trânsito.
Outro detalhe da operação de hoje foi a grande quantidade de motocicletas e carros apreendidos por estarem com documentação irregular ou simplesmente inexistência de documentos. Esse tipo de fiscalização não deveria ser rotina pela Polícia Militar?
O choque de ordem precisa ser permenente, caso contrário, a baderna vira rotina e a ordem a exceção, como hoje.

Atualização às 20h33 para correção.


Um comentário:

Gervásio Cordeiro NETO disse...

Mais uma vez parabéns Ricardo!!
Avaliação perfeita, pertinente e isenta!! Na medida exata!! Como um verdadeiro jornalista tem que ser.

Um grande abraço!!!