segunda-feira, 10 de março de 2008

Viva o bom humor!

Final de semana no Rio melhora o astral, o bom humor de qualquer mortal. Com as baterias recarregadas e já dentro do ônibus da 1001, descubro que ainda tinha mais: de cortesia, os passageiros receberam um grosso exemplar do Estadão. Ah! quanto tempo não passava a mão na versão impressa no jornalão dos Mesquita e dos quatrocentões paulistanos?
Outra grata supresa: Há um bom tempo não encontrava tantos assuntos interessantes, informativos e bem escritos num jornal tradicional impresso. Resultado, três horas e meia de viagem e leitura não deram conta da deliciosa tarefa.
Apenas alguns exemplos:
1- Uma entrevista estilo ping-pong (na edição tem vários), com a única novidade das próximas eleições municipais: Fernando Gabeira (página A-12), que diz, entre outras:
"Olha.a gestão dele [César Maia] foi marcada por uma certa frouxidão no combate à desordem urbana, um processo que foi muito acentuado no último período. Além disso, as características do César são muito especiais. Ele é uma pessoa que procura saber tudo e exercer o controle racional sobre os fatos. E o Rio está precisando de uma pessoa que saiba alguma coisa, não precisa saber tudo, mas que saiba, sobretudo, ouvir, entende?
2 - Gabeira também foi o assunto de Sérgio Augusto, (Caderno Aliás, Página J-13). Na impossibilidade transcrever o artigo todo, pois não é o objetivo do Blog, recortei apenas um trecho:
" Fruto de uma frente tripartidária (PV-PSDB-PPS), a ser sacramentada nesta terça-feira, com as benções dos morubixabas tucanos, a candidatura de Gabeira será, como bem disse Élio Gáspari, "um sopro de inteligência na campanha eleitoral de uma cidade que parece entregue a um condomínio de caciques, comendadores e poderosos chefões. Há pelo menos 33 anos o Rio vem sendo sistematicamente solapado por uma estipe de governantes relapsos ou mal-intencionados".
3 - No Caderno de Cultura, página D-11, uma entrevista com Tom Zé, que merece ser recortada e guardada. Vejam porque:
"Virei artista graças as minhas deficiências. Sem elas eu não seria nada"
"O humor é vizinho do afeto. Às vezes a falta dele dificulta compreender a cintura de uma assunto. Depois dificulta o funcionamento do fígado, depois a circulação de energia que ativa os neurônios...então, é um prejuízo danado a falta de humor!"
4 - Falando em humor, gostei até um artigo do Pedro Malan , na sisuda página A2, em que, estranhamente, um tucano de alta plumagem como ele, critica a arrogância alheia:
" Creio que precisamos de um pouco menos de arrogância, um pouco mais de humor, um pouco menos de palanque e um pouco mais de racionalidade no debate político ao longo dos próximos dois anos e meio, quando, na prática, este governo terá cumprido a sua herança. E espero que a este lhe faça justiça, algo que que este governo não consegue fazer com a herança que recebeu, e sem a qual ( e a situação internacional favorável) não chegaria onde chegou".
5 -E ainda tem Dora Kramer, Élio Gáspari, Veríssimo, João Ubaldo, quase todos também reproduzidos em O Globo, mas sem o charme do Estadão.

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