A imagem e fama da gerentona, mandona inflexível, construída na caminhada de Dilma como candidata à sucessão de Lula cada vez menos corresponde à figura real da presidenta obrigada a ceder às chantagens do PMDB e outros aliados, além de outros expedientes inimagináveis ao currículo da ex-guerrilheira que já foi "Wanda", "Patrícia", "Estela" e "Luiza".
Venho cultivando essa impressão (má) de Dilma há semanas, e a reportagem da Revista Istoé que chega às bancas amanhã confirma, infelizmente, a guinada da presidente rumo ao caminho sem volta do fisiologismo. Dilma parece que esqueceu seu passado e trocou suas convicções pela reeleição.
Será que vale a pena o país dar o quarto mandato consecutivo ao PT?
A matéria da Istoé:
BRASIL
| N° Edição: 2272 | 30.Mai.13 - 20:40 | Atualizado em 31.Mai.13 - 20:23
A fatura chegou
Dificuldade do governo em negociar com o Congresso fez Dilma Rousseff criar uma relação de dependência com um grupo seleto de políticos, que agora cobra a conta da vitória nas votações de interesse do PlanaltoIzabelle Torres
A presidenta Dilma Rousseff nunca teve talento e disposição para discutir pedidos e picuinhas dos políticos. Avessa à troca de favores e defensora do jogo bruto quando o assunto é chantagem parlamentar, Dilma tem se tornado vítima da falta de habilidade da própria articulação política. As negociações de última hora em torno de medidas provisórias prestes a perder a validade e a dificuldade em fazer o Congresso votar projetos relevantes apenas com base no mérito estão tornando a presidenta refém de um seleto grupo de aliados capazes de socorrer o governo e mudar o desfecho das votações. Como se viu na Medida Provisória dos Portos, essa ajuda de última hora pode funcionar. A questão é que aliados desse tipo têm um custo alto. Em troca do apoio, cobram cargos, distribuição de poder, liberação de emendas – que somam R$ 7,1 bilhões – e até interferências em decisões do Executivo que ainda estão sendo discutidas nos gabinetes ministeriais.
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