Foto:Roosevelt Pinheiro/ABr 16/06/2009
Da tribuna do Senado, José Sarney declarou ontem que “é injustiça do país julgar um homem com tantos anos de vida pública”, como ele.
Só para lembrar: José Sarney construiu sua carreira política sob a sombra do regime militar, a quem serviu com comovente lealdade. Era o presidente do PDS, partido da ditadura, e só rompeu quando o navio estava afundado e, junto a outros oportunistas como ACM e Aureliano Chaves, se uniu a Tancredo Neves (pela oposição), para disputar a última eleição presidencial indireta.
Traição dupla do destino: Sarney (repito, que era presidente do partido da ditadura) vira o candidato à vice-presidente na chapa de Tancredo, que foi vitoriosa. Com Tancredo internado na véspera da data marcada para posse, Sarney assumiu a Presidência da República pelos cinco anos seguintes.
Este é o passado que Sarney evoca para se sentir acima de qualquer julgamento, e com a desfaçatez de quem serviu-se muito mais do país do que a ele serviu.
Na verdade, quando se fala de "entulho autoritário, pode acrescentar José Sarney a este triste inventário.
Um comentário:
Caro Ricardo,
Não é só isto não. Foi governador biônico, minhas dúvidas se também prefeito biônico não o foi, fundou uma dinastia política que se reveza ao longo de meio século no Maranhão. Poderíamos chamar de totalitarismo moderninho?!
Uma vez, numa destas revistas de fofoca apareciam fotos da residência da governadora (sua filha); chocante reconhecer o patrimônio histórico maranhense privatizado naquele ambiente residencial...bonito.
Lembremos também que, quando sentiu-se ameaçado em seu estado natal, correu para o estado vizinho do Tocantins atrás de uma legenda que o habilitasse nas eleições vindouras.
E quantas terras, gigantescas fatias do território nacional, não foram "adquiridas" de forma amigável no período da ditatura??
um abraço,
Luciana Portinho
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