Amigos e familiares relembram momentos marcantes com Walace Oliveira
Carlos Grevi
Corpo do radialista será sepultado no Cemitério do Caju, às 17h, nesta quarta-feira
Está sendo velado na capela mortuária do Cemitério do Caju, o corpo do radialista Walace Oliveira, que morreu na última terça-feira (05/02), no Instituto Brasileiro Contra o Câncer, em São Paulo. O radilaista sofria de câncer no pâncreas.
Na
capela amigos e familiares se despediram do comunicador de 60 anos. O
sepultamento será realizado nesta quarta-feira, às 17h, no Caju.
No
velório amigos e familiares lembravam momentos e histórias que passaram
com Walace, ressaltando ainda mais sua característica feliz e amiga de
todos.
Segundo
o radialista Josélio Rocha, o amigo era uma pessoa que cumpriu o seu
destino. “Walace foi uma de minhas primeiras invenções, eu botei para
trabalhar em rádio nove companheiros e o Walace foi um deles, lá por
volta dos anos 70, na Rádio Difusora com seus vinte e poucos anos,
garotão. O Walace se aprofundou, se tornou um grande profissional, uma
pessoa polêmica, uma pessoa que criou muitas áreas de atritos, mas fez
muitos amigos. Quase 40 anos de rádio, um dos principais profissionais
do rádio esportivo de Campos, foi líder sindical por muito tempo,
presidente de sindicato e hoje nós estamos nos despedindo dele aqui. Uma
pessoa que, eu repito, era amiga, polêmica, mas cada um de nós tem o
seu destino e Walace cumpriu o destino dele.”
Já a irmã Solange de Oliveira Reis, lembrou da figura guerreira do irmão, mesmo nos momentos mais difíceis da vida.
“Ele
cantou aquela música do Geraldo Vandré, Caminhando e cantando para as
pessoas que ligavam para ele, ‘quem sabe faz a hora, não espera
acontecer’. Então o tempo todo ele mostrou muita disposição de continuar
lutando, ainda que ele tivesse total consciência do problema que ele
estava vivendo, dos limites que a medicina tem pra resolver, mas ele se
manteve tranquilo, não desistiu em momento algum, não era a
característica dele. Ele estava sempre muito alegre, sereno, cantando. E
no sábado ele falou ‘Eu quero de vocês quatro dias pra mim’. A gente
ficou ao lado dele o tempo todo, ele ficou muito sereno, não sentiu dor
em momento nenhum. Os recursos todos no hospital e da medicina, no
sentido de tornar esses dias mais tranquilos possíveis. A gente também,
da nossa parte está muito tranquilo, pela postura que ele assumiu
perante a doença, do enfrentamento que ele teve em relação à doença e a
forma como ele se mostrou otimista, mesmo com um problema assim, com
limites tão grandes. Eu tive um grande aprendizado com meu irmão nesses
dias, de manter a alegria, a serenidade, essa era uma característica
muito forte do meu irmão, viveu a vida da forma que ele quis,
priorizando as relações humanas. Isso para ele estava em primeiríssimo
lugar. Nunca foi um homem que almejasse ter nada. Ele, materialmente não
vai deixar nada para os filhos, agora o otimismo dele, a alegria e a
harmonia. Eu falei para ele no sábado, a gente conversando, ‘meu irmão,
eu nunca briguei com você’. A gente nunca brigou. Eu e o Walace nunca
tivemos um desentendimento. Ele buscava o tempo todo resolver as coisas
de maneira muito harmônica. Teve suas contradições na vida, como todos
nós temos, nossos limites, mas eu acho que eu aprendi muito com ele,
principalmente nesses dias finais dele. A serenidade, a tranquilidade e a
alegria que ele teve eu acho que foi um aprendizado muito grande, para
mim e para família toda.”
Já o amigo Maguinho, ex-jogador de futebol e ex-presidente da FME, lembrou toda a saga do radialista no esporte.
“Nosso
amigo Wallace sempre foi uma figura irreverente, mas ao mesmo tempo
muito participativo. Ele sempre foi uma pessoa do esporte, da cultura
com o samba, sempre gostou de carnaval, uma pessoa carnavalesca, foi
alegre, e uma figura impar. Para todos nós que somos de Campos, que
somos contemporâneos, é uma perda significativa, para o nosso
município.”
Outro
amigo radialista que falou sobre Walace foi o Gilberto Vasconcelos, que
lembrou o lado polêmico do amigo. “Foi uma figura que marcou sua
existência como radialista. Polêmico às vezes, principalmente quando se
tratava de carnaval, ele tinha sempre uma crítica, certas vezes até um
tanto quanto severa, mas sempre muito positivo nas suas declarações, nas
suas opiniões e justamente por isso ficou marcado na história do rádio
campista, a figura do Wallace de Oliveira. Um grande amigo, é uma grande
lacuna que vai ficar aberta, nós da ACERJ, a Associação dos Cronistas
Esportivos, perdemos na semana passada o Jorge Nunes, que era um
comentarista da Rádio Tupi, também muito polêmico, quando se tratava de
Vasco da Gama então, ele era um aficionado e falava o que queria e assim
como o Jorge Nunes era um defensor do Vasco, foi o Wallace tricolor.
Então são duas lacunas que dificilmente serão fechadas. A gente sofre
muito, mas torce para que ele possa ser no andar de cima, tão ativo, tão
positivo quanto foi aqui na Terra”
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