A médica cubana Ramona Matos Rodríguez, que abandonou o programa Mais Médicos e passou a noite desta terça-feira, 4, dentro do edifício da Câmara, protocolou na tarde desta quarta-feira, 5, o pedido de refúgio no Comitê Nacional para os Refugiados (Conare). O pedido foi encaminhado ao Conare pelo deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO). O parlamentar levou Ramona ao plenário da Casa e denunciou o que chamou de "uso de trabalho forçado".
Ed Ferreira/Estadão
De acordo com deputados do DEM, ela já não permanecerá nesta noite no Legislativo. Um dirigente de uma entidade médica pôs uma casa à disposição de Ramona, em Brasília. As organizações também ofereceram, segundo os deputados, oportunidades de trabalho e de atualização dos estudos à médica cubana.
Salário. No documento entregue ao presidente do Conare, Paulo Abrão, Ramona alega que exerceu a medicina em Pacajá (PA) em situações "humanamente desiguais" se comparadas com os médicos de outras nacionalidades que participam do programa. O pedido de refúgio também argumenta que a médica recebia salário substancialmente inferior ao dos demais profissionais, mesmo realizando "as mesmíssimas atribuições". O fato de os médicos de outros países ganharem R$ 10 mil de salário, enquanto os cubanos, pelo contrato, recebem o equivalente a US$ 400 no Brasil, foi o que motivou a saída de Ramona de Pacajá.
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