INVESTIGAÇÃO - 06/06/2013 12h49 - Atualizado em 06/06/2013 12h55
Um apartamento mal-assombrado de R$ 3,5 milhões no Rio de Janeiro
O imóvel de luxo pertencente a George Augusto Pereira, o empresário fantasma ligado ao deputado Garotinho e sua família, foi bloqueado pela Justiça
HUDSON CORRÊA
Por determinação da Justiça, em decisão tomada na última quarta-feira (dia 5), o apartamento 402 em um dos edifícios do luxuoso condomínio Barra Golden Green, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, não pode ser vendido ou transferido a outro proprietário. O imóvel ficará numa espécie de bloqueio pelo menos até a Delegacia Fazendária (Delfaz), da Polícia Civil do Rio de Janeiro, concluir a investigação sobre um esquema de desvio de verbas públicas. O bloqueio seria uma providência corriqueira da polícia para impedir que o investigado se desfaça de bens eventualmente obtidos com dinheiro ilícito, mas nesse caso há uma diferença inédita. A escritura de promessa de compra e venda do imóvel está em nome de um fantasma. George Augusto Pereira é um empresário fictício com carteira de identidade falsa. Ele também aparecia como dono de uma empresa ligada ao deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) e a sua família. Até a polícia descobrir quem está por trás de George, o apartamento permanecerá tecnicamente em nome de uma assombração.
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O condomínio fica de frente para a praia da Barra da Tijuca, tem campo de golfe e jardim planejado pelo paisagista Burle Marx. O apartamento tem área útil de 210 metros quadrados, três vagas na garagem e, segundo corretores, está avaliado em R$ 3,5 milhões. Quem mora no imóvel é o empresário Fernando Trabach Gomes. A Delfaz acredita que Trabach esteja por trás de George.
O condomínio fica de frente para a praia da Barra da Tijuca, tem campo de golfe e jardim planejado pelo paisagista Burle Marx. O apartamento tem área útil de 210 metros quadrados, três vagas na garagem e, segundo corretores, está avaliado em R$ 3,5 milhões. Quem mora no imóvel é o empresário Fernando Trabach Gomes. A Delfaz acredita que Trabach esteja por trás de George.
Nos papéis da Junta Comercial, o fantasma era dono da GAP Comércio e Serviços Especial. A empresa, que aluga ambulâncias, recebeu R$ 32 milhões da Prefeitura de Campos dos Goytacazes, cidade do norte fluminense administrada por Rosinha Garotinho (PR), mulher do deputado. O Ministério Público do Rio diz que o contrato com o município é totalmente fraudulento. A GAP ainda alugou um carro para o gabinete de Garotinho em 2011, despesa paga com verba da Câmara dos Deputados. A GAP também emprestou um carro de luxo a Wladimir Matheus, filho do deputado.
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Trabach opera uma rede de postos de gasolina que prestou serviço para a campanha eleitoral do PR em 2010 no Rio de Janeiro. Garotinho, que é presidente estadual do PR, diz que conheceu Trabach na campanha e nega qualquer relação com a fraude cometida pela GAP. A Prefeitura de Campos afirma que apura eventuais fraudes no contrato. Trabach alega que um escritório de advocacia foi responsável pela criação do fantasma George.
Trabach opera uma rede de postos de gasolina que prestou serviço para a campanha eleitoral do PR em 2010 no Rio de Janeiro. Garotinho, que é presidente estadual do PR, diz que conheceu Trabach na campanha e nega qualquer relação com a fraude cometida pela GAP. A Prefeitura de Campos afirma que apura eventuais fraudes no contrato. Trabach alega que um escritório de advocacia foi responsável pela criação do fantasma George.
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